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Sessão de 10 de Dezembro de 1924

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O Orador: — Isso é uma hipótese constitucional.

Os receios do Sr. Aragão e Brito pa-receni-me absolutamente infundados. Nem o Sr. Presidente do Ministério, nem nenhum dos homens que se sentam nas cadeiras do Poder, peio menos daqueles que eu tenho a honra de conhecer com uma certa intimidade, e são a sua maioria, se não a totalidade, nenhum deles, repito, seria capaz de se associar a uma ditadura.

Mas dir-se há: £ Não pode haver uma ditadura? Pode efectivamente, dum momento para o outro, ser precisa uma ditadura, mas essa deve ser consentida pelo Parlamento. O Parlamento reconhece a necessidade de confiar uma obra a um Governo. Neste caso, porém j a ditadura pode ser uma respeitabilíssima ditadura. É, todavia, sempre odiosa.

O Sr. Presidente do Ministério e Minis-tor do Interior (José Domingues dos Santos) : — Apoiado!

O Orador:—«;Será necessária a ditadura ?

Já tivemos a guerra europeia, e nessa ocasião foi preciso ter uma verdadeira ditadura consentida. <_ p='p' dessa='dessa' de='de' consequência='consequência' governo='governo' efémero='efémero' castro.='castro.' pimenta='pimenta' ditadura='ditadura' o='o' _='_'>

A história desse movimento ainda é cedo para a fazer.

Afastada a hipótese duma ditadura do Sr. Domingues dos Santos, temos de entrar no trabalho normal de harmonia com o programa ministerial.

Disse ainda agora, que provaria ao Sr. Procópio de Freitas 'que o Governo não se inspirou, ou por outra, não perfilhou as ideas do Partido Eepublicano Radical. S. Ex.a pode fazer essa afirmação, como nós podemos fazer a afirmação de que o Partido Republicano Radical foi buscar todos os seus pontos de vista ao Partido'Republicano Português.

Apoiados.

Portanto, já S. Ex.a vê que nada lucra em querer deminuir o Partido Republicano Português.

O Sr. Procópio de Freitas : — Eu íalo sempre a lingurgem, da verdade.

O Orador: — £ Mas se S. Ex.a fala sempre a linguagem da verdade, admite que os outros não falem também a mesma linguagem ?

O Sr. Pereira Osório: — j Agora cala-

--se!

O Sr. Procópio de Freitas:—j^Pois não será verdade a divisão do Partido'Republicano Português?! i j Não será verdade que um dos seus membros, quando do Governo do Sr. Rodrigues Gaspar, disse que era um Governo de papas de linhaça'?! í \ Pois não' 'será uma verdade conhecida as desinteligências entre o Sr. José Domingues dos Santos e o Sr. António Maria da Silva?!

O Sr. Pereira Osório :— \ Com que S. Ex.a nada tem! j Trate S. Ex.a de disciplinar o seu partido, que nós não precisamos disso!

O Orador:-^-Se alguém me vier dizer que o Partido Republicano Português está dividido, pelo facto de terem surgido várias divergências entre o Sr. José Domingues dos Santos e o Sr. António Maria da. Silva, eu responder-lhe-hei que está redondamente enganado.

Pode haver as divergências que houver entre o Sr. José Domingues dos Santos e o Sr. António Maria da Silva, que essa divergência não importa a mais pequena divisão no Partido Republicano Portu-

Muitos apoiados.

Não estou aqui para fazer perder tempo a V. Ex.a, Sr. Presidente, aos Srs. Ministros e à Câmara, em apreciações sobre a vida interna do Partido Republicano Português.

Se a trouxe para a tela, não da discussão, mas das afirmações foi porque precisei basear sobre o Partido Republicano Português a minha atitude.

O GWêrno, Sr. Presidente, não é, para mim, um Governo democrático; é um Governo do bloco como era o do Sr. Álvaro de Castro, ao qual dei todo o meu apoio.

(jQuere isto dizer que eu perfilhasse, que eu tomasse a responsabilidade de todas as medidas promulgadas pelo Sr. Álvaro de Castro ?