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Diário das Sessôet do Senado

do da parte das pessoas que têm por obrigação rever as notas taqnigráficas, no caso delas não serem revistas pelos oradores, permitindo assim que sejam publicadas no Diário cousas que não são escritas em português»

Eu não tenho veleidades de ser orador ou de ser literato, e sei que por vezes cometo erros gramaticais, mas o que eu não digo, com certeza, são cousas como aquelas que vejo às vezes publicadas no Diário das Sessões.

Eu leio a V. Ex.a uma parte de um pequeno discurso que aqui proferi há pouco tempo:

«Já há dias chamei a atenção do Governo para a situação em que se encontram muitos presos, alguns dos quais já estão há aproximadamente nas cadeias sem culpa formada».

Veja também V. Ex.a esta parte:

alsto que se dá com os civis dá-se também entre os militares, once há casos mais graves, porque há procedimentos diversos, onde há pouco se soltaram vários presos pelo facto de terera terminado os oito dias sem culpa formada».

EnifLm, uma verdadeira trapalhada que ninguém entende..

Eu chamo a atenção de V. Ex." para este facto.

A falta de revisão por parte dos oradores pode dar origem a que não saiam "todas as nossas palavras e mesmo as nossas ideas, agora o que não só pode permitir é que sejam publicados disemrsos em linguagem de preto.

Eu pedia portanto providências para que estes factos se não repetissem, sucedendo ainda que por vezes faltam palavras, corao ainda .há pouco se deu com o Sr. Rego Chagas, em que no seu nome lhe suprimiram o h, ficando um nome que não posso aqui dizer.

Desejo também referir-me a outro assunto.

Tive conhecimento de que 3iá dias no Porto um cidadão que tem um .estabelecimento fechou a porta à hora regulamentar e conservou-se dentro do estabelecimento com mais três amigos a conversar. Passado cerío tempo bateu um polícia à porta.

É claro que ouvindo bater, esse cidadão foi abrir a porta. Pois este polícia foi participar que tinha encontrado a porta aberta depois da hora regulamentar, e o respectivo processo que se levantou foi enviado para o Tribunal das Transgressões.

Este cidadão deu conhecimento do facto ao comissário de polícia e contou-lhe o .'jue se tinha passado, sendo o polícia punido.

[Apesar disto tudo esse cidadão foi punido pelo Tribunal das Transgressões!

Tenho dito.

O Sr. Presidente: — Mandarei oficiar ao Sr. Director da Imprensa Nacional com respeito à falta de revisão.

Quanto aos erros de redacção, não me parece que seja culpa dos Srs. redactores que são pessoas cuidadosas.

Talvez fosse algum lapso na revisão por parte de V. Ex.a

O Sr. Procópio de Freitas (para explicações) : — Sr. Presidente : podem não vir todas as nossas palavras e serem deturpadas algumas das nossas ideas; é natural que publicados agora os discursos com maior brevidade., haja uma ou outra deficiência, mas o que se não pode admitir é que sejam publicados discursos corno o que eu acabei de ler.

Lá fora muitas pessoas ignoram o que se passa e pensam que o que nós dizemos é textualmente apanhado pelos taquígrafos. Depois, a conclusão de que nós falamos em língua de preto.

É para isto que eu chamo a atenção de V. Ex.a

O Sr,, Silva Barreto : — Sr. Presidente : pedi a palavra para solicitar de V.-Ex.a que consulte a Câmara sobre se concorda que sejam agregados à comissão do Regimento cm representante por parte dos di-. versos agrupamentos do Senado, a fim de com aquela comissão conjuntamente estudarem a proposta que foi enviada para a Mesa sobre a renovação do Senado.

Foi aprovado.