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Diário 'das Sessões do Senado

consciência republicana. Cumprimos um dos pontos do Partido Republicano» Português, integrando-nos assira nas velhas tradições republicanas.

Este Governo que tem as características de um Governo dá esquerda, é contra todos os monopólios.

Apoiados.

Tenho acui uma resposta ligeira às pre-guntas feitas pelo ilustre Senador. meu amigo e grande rep.ublicano, Sr. Hercula-no Galhardo.

S. Ex.a lendo a declaração ministerial e fazendc-lhe o seu exame com aquale"cuidado que usa ter, sapos que destas palavras se poderia concluir que o Governo era pelo liberalismo económico.

Ora a declaração não contém tal; simplesmente foi nossa ^idea significar que em matéria de monopólios e de companhias majestáticas, o Governo é contra elas, c_uerendo assim afirmar que não toma uma posição reaccionária ao lado do liberalismo, mas uma posição da esquerda ao lado das liberdades legítimas do povo.

Outra proposta que já está elaborada, será presrnte na pióxima sessão do Parlamento. E a que diz respeito à caixa de conversão.

Fizeram-se preguntas, esboçaram-se críticas, cuvidou-se da utilidade desta instituição.

Melhor que as minhas palavras responderá a própria proposta de lei.

Peço a S. Ex.as que ma dispensem nesta altura de detalhar o que essa proposta contém e significa.

Dir-Lhes hei simplesmente qual é a sua finalidade.

Ela tende a chamar para o Estado os lucros qas ficam por certas negociações em pcder do banco emissor.

Ela tende a firmar uma pcsiçao dentro da finança do meu País, que garanta em absoluto ao Estado republicano, mediante a criação dessa caixa, ter ela uma instituição bancária decididamente ao seu lado, sobrepondo-se assim a todas as tentativas de qualquer banco que queira prejudicar o andamento das instituições republicanas.

E a efectivação de um pensamento tanta vez manifestado de querermos um Estado republicano servido por finanças republicanas.

Assim pretende-se realizar pari passu tudo. aquilo que se tinha prometido para quanda se íôsse Governo.

Virá por toda a semana próxima ao Parlamento uma outra proposta destinada a estabelecer o regime segundo o qual deve reger-se o nosso funcionalismo, de que se queixam que não realiza devidamente as suas funções, não propriamente porque seja excessivo, mas porque está mal distribuído.

Apoiados.

Apresentamos 'estas providências com esta clareza e com esta lealdade porque nós queremos chamar a atenção da Câmara pc.ra as necessidades do País.

Queremos pôr a situação do País bem a claro e queremos fazer com que os representantes da Nação, integrando-se dentro desse pensamento, connosco colaborem, -e, se julgarem o nosso trabalho mau, claramente o digam.

Eu desejaria desde já responder a uma observação aqui feita e creio que feita algumas vezes na outra Câmara.

Simplesmente estranho que tendo eu afirmado a minha individualidade política, combatendo todas as ditaduras, tendo eu o respeito que devo à Constituição e que por ela deverei continuar mantendo, tendo eu sofrido tanto que por mais de uma vez tive arriscada a minha cabeça, estranno que se venha arvorar o pendão de revolta contra este Governo acusando-o de pretender derrubar a Constituição e a mim do querer ser ditador. O que é mais curioso é que as pessoas que assim falam, que tal susto têm (sem que isto represente qualquer espécie de censura) nunca as vi a combater pela defesa da Constituição.

O meu amigo, ilustre Senador Sr. Pedro Virgolino Chaves, relembrou aqui que, quando do Governo do Sr. Maia Pinto, o Partido Eepublicano Português deu a esse Governo, quando entrou em ditadura, o seu franco e leal apoio e não houve ninguém que 'tivesse discordado.

Esqueceu-se S. Ex.a de que houve uma voz que se levantou contra isso e de que houve um homem que arvorou o pendão da defesa dos bons princípios: esse homem fui eu!