O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Diário das Sessões do Senado

Diz-se pela pasta do Comerão, o:vi dirigida pelo meu amigo, Sr. Plínio Silva, distinto engenheiro e brilhante parlamentar, que sendo 1:360 os quilómetros do linhas ferroviárias, com mais 100 ficarão normalizados cornpletainento —normalizados conipletamento, ó o que cá está — os serviços ferroviários do Estado.

O Estado, quanto a mim, desds que companhias particulares não queiram construir mais redes ferroviárias, não é com 100 quilómetros mais que pode considerar normalizados conipletamento os sous serviços.

O Sr. líinistro das Colónias, que o Senado, em votação, não julgou como o mais idóneo paru administrar uma pequena possessão ultramarina, aparece agora como administrador de todas as colónias, a dar razão a esta Câmara o a desmentir-me, que. com muito prazer, lhe dei o meu voto.

E como me desmente S. Ex.a?

Vejamos.

Diz a declaração ministerial:

«Passados são já 14 anos ca vigGncia do regime republicano e —triste é confessá-lo— ainda não foi elaborado um plano geral de administração colonial que, consubstanciando as aspirações das colónias cm todos os ramos da sua administração, seja o elemento de ligação entre elas e delas com a metrópole, efectivando-se assim a política da associação, única moldada nos ditames da moderna orientação colonial.

Para o conseguir o Governo já expediu ordens terminantes aos governadores para qnc procedam com brevidade à ela-ração dos planos parciais para cada colónia:').

Isto quero dizer que o Sr. Ministro não tendo ideas próprias recorre aos governadores para eles fazerem separadamente, e obedecendo a critérios diferentes, o que deve ser foi to com homogeneidade e método.

Finalmente, havia mais reparos a fazer, principalmente pela pasta da Agricultura, mas teria de ser longo e não quero ser impertinente.

Sr. Presidente: na incerteza apavorante dum futuro que se antevia com todos os sinais de desgraça, a política nacional, après Ia guerre, desanimava os mais arrojados e de melhor fé, porque a cada passo tapávamos com misérias morais, ambições criminosas o movimentos especulativos, salientando-se uma constante agitação sistemática, sem grandeza nem finalidade.

Havia o desassossego, a inquietação, o temor nos espíritos e nas ruas. E a nossa linda terra, de hislória repleta de heroísmos, do lendas, de amor e paixão, toda beleza, idealismo o romance, parecia querer transfigurar-se num grande centro de anomalias, de vilezas, de misérias e do crimes.

E o sonho lindo e expansiva da raça, de ambições construtivas e admiráveis, que todos os sinceros fortificavam no pensamento, na ânsia de ura Portugal renovado pela aventura e pela glória, onde o velho do Kestelo, no dizer dum alto espírito de mulher, é, em toda a luminosa sequência da nossa história o baixo relevo que representa o coió da tragédia grega, sim, esse sonho de amor e paixão foi, de momento, destruído pelo horror de uma noite trágica, a de 19 de Outubro, que parecia querer lançar torrentes de sangue generoso e forte em toda a beleza do nosso inconfundível Passado!

Segreda-se de novo outra pavorosa e cobardíssima tragédia. Há pouco, ao vir para esta casa, vi numa esquina a ameaça escrita :le outra infâmia sanguinária.

Q,ue o Governo saiba cumprir o seu dever.

Ao dirigir-lhe as minhas saudações, com a declaração de que não me oporei à aprovação da moção do Sr. Pereira Osório, porqne ela representa a resposta nobre e altiva à do Sr. Querubim Guimarães, espero que os homens que se sentam naquelas cadeiras não se esquecerão de colccar sempre e sempre os sagrados interesses da Pátria acima do tudo, de tudo e de todos, para que a linda História de heroicidade, de idealismo, de paixão c mocidade— que em Portugal não há corações velhos — não volte a ser empanada pelo sangue derramado pela ferocidade de cobardes e assassinos. Disse.