O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de n e 12 de Dezembro de 1924

O Orador: — Mas, Sr.,Presidente, por mais profunda que seja a nossa dor, por mais absorvente que seja o nosso luto, não devemos esquecer que Sacadura Cabral não estava só. Com ele, embora em situação mais modesta, estava o mecânico Pinto Correia, e este não foi menos mártir do dever e da dedicação patriótica, nem menos arrojado, nem menos digno da gratidão nacional.

Apoiados.

Não obscureçamos, pois, a sua memória, e digamos, parafraseando Almeida Garrett, e enlaçando-as na mesma saudade:

«Seja leve "-a mortalha qae .cobre -os , corações que muito amaram a sua Pátria».

Em nome do Grupo Parlamentar da Acção Republicana, dou o meu voto à proposta que está em discussão, porque ela traduz uma homenagem nacional, pranteia, como toda a terra portuguesa, quem tam digno desse pranto se tornou.

Vozes:—Muito bem, muito bem.

O Sr. Roberto Baptista:—Sr. Presidente : pedi a palavra para declarar ao Senado que dou o meu voto sincero à proposta em discussão.

Não podia evidentemente o Governo da República deixar de consagrar devidamente a memória de Sacadura Cabral e-a do seu companheiro, mecânico Correia,

Todos conhecem perfeitamente o heróico feito realizado por Gago Coutinho e Sacadura Cabral, feito esse que não só representa para nós, portugueses, um título de glória, mas constitui também um título de glória para a humanidade.

Sr. Presidente: Sacadura Cabral morreu no momento em que pensava em no-vos^empreendimentos, que certamente trariam maior glória para o nome português.

Tive a honra de conhecer Sacadura Cabral e de com ele trabalhar numa comissão de que ambos fizemos parte.. Tive ocasião de reconhecer a sua competência profissional, o seu inexcedível patriotismo, a sua extraordinária fé nos destinos do nosso País.

Morreu um grande português.

Todas as manifestações que o Governo da República e o Povo lhe façam são merecidas, porque a sua memória bem merece o reconhecimento da Pátria.

Vozes:—Muito bem, muito bem.

O Sr. Procópio de Freitas:—Sr. Presidente: embora já tivesse tido nesta Câmara ocasião de pronunciar algumas palavras de justo e merecido elogio à memória do meu saudoso camarada e glorioso aviador Sacadura Cabral, não quero deixar de mais uma vez manifestar o meu profundo desgosto pela perda que Portugal e a Marinha acabam de sofrer com a sua morte.

Sacadura Cabral era um grande patriota e a ele se deve em maior parte a • criação da aviação na armada.

Somente a ele e a Gago Coutinho, os dois que fizeram a travesssia aérea Lisboa-Rio de Janeiro, se deve a glória que cobriu o nome português com essa viagem que ficou na História.

Sacadura Cabral era sem dúvida um continuador das nossas tradições e a viagem aérea Lisboa-Rio de Janeiro provou bem à evidência que o povo português não está morto e que sempre que se lhe oferece ensejo manifesta a sua actividade.

Sr. Presidente: ó muito sinceramente que pronuncio estas palavras e dou o meu " voto à proposta de lei que está em discussão, manifestando também o meu profundo desgosto pela morte do mecânico Correia.

O Sr. Dias de Andrade: — Sr. Presidente: é só para dizer a V. Ex.a que dou o meu voto a esta proposta, como homenagem merecida e preito de saudade prestado ao ilustre português e heróico aviador Sacadura Cabral, que deixou para todos nós uma grande, lição e um grande exemplo.