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Diário das Sessões do Senado

se for preceder à votação da moção de confiança ao Governo. O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Interrompo a sessão para amanhã, às 15 horas. Eram 19 horas e 26 minutos,

SEGUNDA PARTE

O Sr. Presidente (à* 15 horas e 55 minutos):— Está reaberta a sessão.

O Sr. Ferraz Chaves (para um requerimento) : — Sr. Presidente: requeiro que V. Ex.1 consulte a Câmara sobre se permite que, na impossibilidade de 2ontinc.ar o debate político, visto não estar presente o Governo, seja discutida uma proposta vinda: da Câmara dos Deputados, que manda que o dia 15 do corrente seja de luto e ferií.do nacionais.

foi lida a proposta.

É a seguinte'.

" Artigo l.c S considerado luto nacional o dia lõ de Dezembro de 1924, em homenagem à memória do comandante Artur Sacadura Freire Cabral.

Art. 2.c É o Governo autorizado a abrir os créditos necessários para esse fim.

Art. 3.° E igualmente autorizado o Governo a fornecer o bronze necessário ao monumento a erigir, por subscrição pública, em Lisboa, em homenagem ao comandante Sacadura Cabral, bem como a proceder aos precisos trabalhos de fundição.

Art. 4.° Fica revogada a legislação em contrário.

Palácio do Congresso da República, em 11 de Dezembro de 1924.— Domingos Leite Pereira — Baltasar de Almeida Tei' xeira -Joào de Orneias da Silva.

Posto à rotação, o requerimento foi aprovado.

Ò Sr. Ramos da Costa:—Sr. Presidente : a proposta que acaba de ser lida merece a aprovação deste lado da Câmara, visto ter por objecto prestar homenagem a um dos homens que mais serviços prestou ao País, e que ó considerado um herói dos ares.

Sacadiira Cabral, com Gago Coutinho, fez a arrojada travessia do Atlântico com o melhor êxito, conquistando para o no-

mo de Portagal mais uin facto para a sua gloriosa história.

Sacadara Cabral e Gago Coutinho descobriram o caminho aéreo,para a Améri-cr. do Sul, assim como Alvares Cabral descobriu o caminho marítimo.

Ele conseguiu ligar, mais estreitamente, com a sua viagem, as duas Repúblicas irmãs, que muito se estimam e amam.

Tenho dito.

O Sr. Afonso de Lemos:—Sr. Presidente: limito-me a dizer que aprovo em nome do Partido Nacionalista., ,com o maior respeito e a mais profunda comoção, a proposta que está a discutir-se.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Lima Duque:—Sr. Presidente: Sacadura Cabral foi um português tam insigne e tam grande, que os vocábulos mais expressivos da nossa linguagem são insuficientes para corresponderem à grandeza dos méritos que o exaltavam.

O intrépido e arrojado aviador morreu quando a alma lhe sorria contente pelo engrandecimento da aeronáutica portuguesa, a que ele tanto queria, e quando voava pa~"a a sua Pátria, sonhando na sua imaginação de herói que as asas que o traziam seriam precursoras de novas conquistas e novas glórias a esmaltar o valoroso esforço lusitano.

Apoiados.

Malogrado cidadão, cajá morte encheu de luto a nação inteira, como em vida a tinha aumentado de renome e de prestí-^ • gio.

Verificado o facto, resta-nos vincar, no recanto mais vivaz da memória, a recordação das exemplificantes acções cívicas, e f aze-Ias esplender, com a altivez da raça, nos fastos da história.

Pouco importa que o corpo do desventurado marinheiro se tenha ocultado a todas as nossas aturadas pesquisas.

Nisso . vai apenas a mágoa de não o entranharmos ern terra pátria.

O forte espírito de Sacadura, porém, há-do perpetuar-se, nas gerações presentes e futuras, como facho guiador, sempre que as caligens da descrença caiam sobre a alma popular.