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Diário das Sessões do Senado

Votar uma moção para satisfazer aqueles que negarem o seu voto a uma moçLo de confiança a quem prestou tau:,»s> se~-viços ao puis, que estabeleceu o sossego nas ruas e nos espíritos, isso ora i negação do meu carácter.

Eu falo coino parlamentar qi.^ sou. porque acima ie parlamentar do meu partido, sou parlamentar da nação.

Sr. Presidente: a minha coni.cieicru bradava-me, £L:r_sava-me de fraco, do cobarde, se porventura eu não profeiisse as palavras que acabo de proferir.

Eejeito todas -s moções de desconfiança,, assim como ;is cê confiança.

E, com respeito à obra do Governo, eu não sei qual tia será porque tendo em conta a crítica feita pelo Sr. Herealauc Galhardo, o s^j. pregrama não pode ser sustentado e praticado senão por 11:11 Gc-vêrno que ali ostsj a pelo menos unni dúzk,, duas dúzias ~? anos.

Sr. Presidenta o, Governo é consiituidc por democrático ou que como tal o foram noutros tempo, e que por motivos que não é lícitj acurar saíram dele para tomarem a atitadc que muito dom entenderam de libepJutle e do independeu::a.

Eu quero "&L-.I mim também essi liberdade, com -"iaia diferença: é quo ossos parlamentarem .intenderam dever rojoitar unia inoçâo Je desconfiança ao mou partido.

Eu não voto as moções de cor rknça, mas rejeito as moções de dcscor.ri.;inçs. E assim, ou. c-stou dentro da lógica, centro dos princípios democráticos e ('.yntra dos princípios do Partido Repiúiicano Português, r-ie tem procurado por todos os meios a.s;:cciar-se sempre-à cbra de qualquer Govô.no, porque apenas umi vez, salvo Í.-ITO. o Partido Republicano Português constituiu Governo cori 3ie-inentos reprer-criativos deste partido.

Sr. Presidenta: eu conheço ben a Ms-tória do Parti J:) Republicano Português:, de há quarenta anos a esta pano, que tantos são aqueles em que eu, pela primeira vez, TL.e filiei num centro republicano de Lisboa.

Conheço, pois, como poucos, a história, da República. «.

Conheço os homens, e talvez porque os conheço, é que eu tenho verdadeiro desdém por aqsieks cadeiras, onde 33 têm sentado tantos homens públicos.

Sim! Verdadeiro desdém, porque eu tenho visto empregar todos os meios para con.iiiiãtar as cadeiras do Governo, não por direito de conquista, mas unicamente par;: se elevarem à custa de actos que eu reputo menos dignos, quer política, quer pestioaJmente^ apreciados, e que nem sempre estilo de' harmonia com aqueles que ou pratico e que eu entendo devem ser prr.licados per todos os republicanos.

Apresentou o Sr. Presidente de Ministério, na outra Câmara, uma proposta de lei tendente a fazer voltar à pureza da sua, primitiva redacção a Lei da Separação.

Eu sei — e já o disse o Sr. Herculano Galhardo — que este Governo não é um Governo partidário, e que, por isso, disse S. Ex.a, não lhe cumpria executar as resoluções tomadas nos congressos do Partido Republicano Português.

Esta apreciação feita pelo Sr. Herculano Gralhando dá-me ocasião de fazer uníeis ligeiras considerações.

£ Então este Governo, que se diz radical, que bo diz representante da extrema esquerda' desta casa do Parlamento e da outrtL, este Governo, que nos promete medidas de carácter económico que nos beneficiem ÍL vida, que tanto nos tem tortu-:r*do, sobretudo àqueles que apenas vivem do seu. trabalho, este Governo, que nos promete medidas de carácter financeiro per íorma a podermos enveredar por uma obra de economia, de fomento e de criarão de riqut-za, este Governo não encerra no s,ou programa exactamente aquilo que contém a proposta apresentada pelo Sr. Presidente do Ministério em matéria da lei da separação?!

E porquê ?

Disse o Sr. Herculano Galhardo que é porc^ie Oste Governo não representa o Partido Republicano Português, e portanto não é obrigado a cumprir as deli-berr^òefc. tonadas nos seus congressos.

Mas então essa proposta de lei só tem um âni, conforme se diz em toda a parte ondo se discute política: é evitar que alguém, de maito prestígio, constitua Governo dentro da República Portuguesa.

Apoiados.

Foi isto o que se afirmou.