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Sessão de 11 e 12 de Dezembro de 1924

nista um banquete dado ao seu chefe, que ora o Sr. Brito Camacho; todos os que usaram da palavra fizeram os brindesa o Sr. Brito Camacho e eu por fim levantei a minha taça para brindar os- outros partidos da República.

Já V. Ex.a .vê que eu sou justo © que nunca quis desprestigiar ou diminuir o Partido Democrático; o que pode desprestigiá-lo é o espectáculo que se está passando.

Eu dentro do meu Partido, nas sessões do meu Partido, defendo as minhas ideas, seja contra quem for dos meus correligionários.

Chega-sé às votações; o Partido resolve uma atitude e essa é a minha mesmo que ela seja contrária à que mantinha. E assim que eu entendo a democracia. A vida externa dum partido não deve quebrar na sua linha de conduta trazendo para fora questõesinhas que dentro dele devem morrer.

Eu não compreendo, por exemplo, que na Câmara dos Deputados um membro do Partido Democrático apresentasse uma moção de desconfiança ao Governo, que saiu desse Partido. I&so são tudo cousas da vida interna dos Partidos.

E, Sr. Herculano Galhardo, desculpe--me a franqueza de velho: eu desejaria bastante ver o Partido Democrático o mais próspero possível.

Sr. Presidente: não vale a pena estar a alongar-me em considerações; simplesmente quero recordar que o meu Partido tem a honra de ter dentro de si muitos dos republicanos que contribuíram para a implantação da República.

Eu não quero citar nomes.

Portanto em nome deles, em nome do seu passado, quero, sim, o prestígio não só do Partido Democrático,- mas de todos os partidos.

Mas o que eu não quero ó o monopólio do Partido Democrático, a que eu já me referi e que tam prejudicional tem sido e continua sendo para a República e para o País.

Tenho dito.

O Sr. Silva Barreto: — Sr. Presidente: bem longe estava eu de pedir a palavra para entrar no debate, visto que tinha tomado o compromisso formal de não entrar na discussão atentas umas informa,-

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coes .que vieram na imprensa de que eu votaria contra o Governo.

Mas fui obrigado, como já disse, a pedir a palavra em virtude de ter surgido uma moção de confiança ao Governo, quando em lugar próprio afirmara que negaria o meu voto a qualquer moção de desconfiança de qualquer lado da Câmara, que ela aparecesse, o que implicitamente indicava que votaria a moção de confiança.

Sr. Presidente: o Sr. Herculano Galhardo fez uma apreciação detalhada do programa ministerial e dessa apreciação eu chego à conclusão de que o programa do Governo, é tudo menos um programa de carácter esquerdista, como tal se apresenta o Governo a esta Câmara e à dos Deputados.

Do seu exame detalhado eu fiquei com a convicção de que esquerdista era eu, não o sendo o Governo, em face da análise minuciosa do Sr. Herculano Galhardo.

Mas, pregunto, Sr. Presidente:

E porque eu não vejo fundamento para apresentar nesta Câmara uma moção de confiança, porque se tem sustentado sempre que o Senado não é uma Câmara política.

Ela foi votada, porque houve alguém que concorreu para que ela o fosse, por um voto, salvo erro.

Sr. Presidenie: eu sou absolutamente radical, tanto em política como em economia, como em finanças, e tenho-o provado através da minha vida política — que já não ó curta— quer pela palavra falada, quer pela escrita, tanto no tempo da República como no tempo da monarquia.

«;Pois então, eu vejo um programa que foi escalpelizado de alto a baixo por um dos homens que eu mais considero nesta Câmara, que é o primeiro do Senado, para mim — sem desdouro para ninguém — estou de acordo com ele e vou votar agora esta moção?