O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 11 e 12 de Dezembro de 1924

29

tinha a honra e o prazer de ser seu amigo pessoal.

Quis o acaso que eu me despedisse de Sacadura Cabral em frente ao placara do Diário deN\oticias, no Eossio, quando ele partia para a viagem que tam tragicamente terminou. Pois foi exactamente no mesmo sítio que li a notícia do sinistro que pôs de luto a Pátria e também a sciência, porque Sacadura Cabral marcou um lugar inconfundível na história da sciência aeronáutica.

Tudo, pois, quanto se fizer em honra da memória desse herói; todas as homenagens que lhe preste o Parlamento ou o Governo, só servem para enaltecer a sua extraordinária figura.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carlos Costa: — Sr. Presidente: já em nome deste lado da Câmara falo a o seu ilustre leader, acerca deste assunto, prestando homenagem h, memória de Sa-cadura Cabral; entendo, porém, do meu dever usar da palavra em meu nome pessoal, porque neste mesmo lugar tive ocasião de, em outro momento, repelir um procedimento que não era muito justo.

Perante a morte, nós não podemos deixar de esquecer o que nos tenha magoado e por mim presto a minha homenagem à memória de Sacadura Cabral, recordando que ele levou nas asas do seu avião o glorioso nome de Portugal às terras do Brasil.

Tenho dito.

O Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos (Pedro . de Castro): — Sr. Presidente: sendo a primeira vez que tenho a honra de usar da palavra nesta Câmara, dirijo a S. Ex.a os meus cumprimentos, e ao Senado.

Associo-me, em nome do Governo, à homenagem que esta Câmara está prestando ao grande aviador que foi Sacadura Cabral. . .

Tenho dito. -; - - -

O orador não reviu.

O Sr. Presidente:—Em vista da manifestação da Câmara, não ponho à votação a proposta na generalidade.

Apoiados gerais»

Vai ler-se o artigo 1.°

Lido na Mesa o artigo 1.°, foi aprovado sem discussão.

Foram também sucessivamente aprovados, sem discussão, os restantes artigos da pr'oposta.

O Sr. Vicente Ramos: — Requeiro dispensa de última redacção para a proposta que acaba de ser aprovada.

Consultado o Senado sobre se dispensava a última redacção, resolveu afirmativamente.

O Sr. Presidente: — Como não está presente o Sr. Presidente do Ministério para continuação do debate político, interrompo á sessão até que. S. Ex.a compareça.

Eram 16 horas e 20 minutos.

O Sr. Presidente (às 16 horas e 25

minutos') :—Está reaberta a sessão.

O Sr. Procópio de Freitas: — Sr. Presidente: como o Sr. Silva Barreto fez ontem referências às pessoas que foram soltas por ordem do Sr. Presidente do Ministério José Domingues dos Santos; como algumas dessas pessoas pertencem ao meu partido e são, portanto, meus correligionários e como nessa ocasião o Sr. Silva Barreto fez também referência a compromissos havidos com o Governo, eu quero, Sr. Presidente; dizer que entre o Partido Republicano Radical e o Governo não houve, não há, nem haverá compromissos.

Mas quero também dizer, Sr. Presidente, que se o movimento reaccionário que S- Ex.a o Sr. Silva Barreto diz que se trama, vier para a rua para atacar o Governo, atacando a Kepública, nessa hora o Governo terá a seu lado o Partido Republicano Radical em defesa da República — e sem compromissos.

O Sr. Silva Barreto lançou o epíteto de desordeiros a essas pessoas. Eu, Sr. Presidente, sobro este assunto, só quero acentuar, em desafronta, que os visados por esse epíteto, envolvidos em fitas por agentes provocadores, não precisam da minha defesa—tal foi a forma altiva e nobre como se portaram, tomando todas as responsabilidades, mesmo aquelas que lhes não cabiam.