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Diário das Sessões do Senado

O Sr. Júlio Ribeiro : — Sr. Presidente : no dia em que nesta casa se iniciou o debate político, que continua, pedi a palavra, tencionando fazer largas considerações, não só sobre a acção do último Governo, como para me referir à sabida do que s0 está apresentando, e ainda com o fim de analisar detalhadameníe a declaração ministerial, que mais parece um programa de partido, a realizar durante muitos anos, do que um programa de Ministério.

Por motivos que para mim reservo, e que em nada são desprimorosos para o Governo, antes pelo contrário — e pc.ra não estar um pouco em desacordo com o meu ilustre leader, Sr. Catanhe de Mene? sés, por quem, como nós todos, tenho a mais alta consideração e a maior estima— desisti da palavra, não tencionando por isso entrar no 'debate.

A moção impertinente apresentada pelo Sr. Querubim Guimarães, qte nem sequer representa o sentir dos monárquicos, porque se assim não fosso teria sido apresentada pelo Sr. D. Tomás de Vi-Ihena, que quis mostrar mais uma vez o contraste da sua verticalidade fidalga e nobre patriotismo com o procedimento dos que só sabem combater insultando, deprimindo e amesquinhando, como agora fez o impertinente Senador monárquico, que se esqueceu da maneira correcta e atenciosa como tem sido tratado pelos republicanos nesta casa do Parlamento, sim, Sr. Presidente, a moção monárquica, cheia de ódio e de despeito, obrigou-ae a usar da palavra para declarar que não reprovarei a moção do Sr. Pereira Ceório, visto significar apenas uma resposta condigna à do Sr. Querubim Guimarães.

Apoiados.

Todavia, isso não me obriga a dizer que concordo em absoluto com a organização do Ministério e com a declaração ministerial.

Não,

Sr. Presidente: fui um constante, decidido e entusiástico apologista da obra do Gabinete presidido pelo grande homem de bem, Sr. Rodrigues Gaspar, prestigioso marinheiro, insigne professor, brilhante parlamentar e talentoso estadista.

Muitos apoiados.

Defendi esse Governo com todo o valor da minha energia, com toda a energia

da minha sinceridade e com toda a sinceridade do meu republicanismo. Do meu republicanismo, que não sendo histórico, nem. pre-histórico, nem nado-histórico, ér todavia, suficientemente forte, suficientemente firme e suficientemente honesta para não sobrepor aos interesses sagrados da Pátria qualquer conveniência individual, individualista ou individualizada»

Assim, convencido, profundamente convencido, de que foi um erro, um tremendo erro, a queda do anterior Gabinete, não negarei a minha colaboração ao actual GovêrnD, para que possa realizar a obra que p remete.

O Sr. Josó Domingues dos Santos assumiu uma tremenda responsabilidade.

Noemtanto não há o direito de duvidar de que vai realizar uma obra superior à. que estava realizando com êxito e confiança do País o Sr. Rodrigues Gaspar.

Apoiados.

Desde que S. Ex.a uniu o seu esforço-ao dos nacionalistas, monárquicos e católicos para poder ocupar esse lugar, tem de nos dar obra superior à do último Presidente do Ministério. JIsso lhe exige a, Nação.

Porque se no-la der igual, teremos o-direito de o classificar de ambicioso vulgar, de invejoso, de mau republicano. Se^ a obra for inferior, então, seria um criminoso de lesa Pátria.

EsperD, pois, que as faculdades inte-lectivas do Sr. José Domingues dos Santos se revelem em toda a pujança dum. alto valer estadístico.

Quanto aos titulares das várias pastas e à declaração ministerial, vejamos rapidamente — não- se assuste a Câmara::— e pela rama alguns pontos concretos.

O Ministério não tem. homogeneidade. É incaracterístico, indefinido, politicamente,, iriado.

N£O é democrático, nem accionista, nem parlamentar, nem de estadistas.

Não é democrático, porque apenas dele fazem parte 4 democráticos; não é d& Acção, porque só lá tem 2; não ó parlamentar, porque o Parlamento está representado por 4 parlamentares e nem um Senador para amostra, e não é de estadistas porque os estadistas não se improvisam e ali vemos 4 figuras que efèmera-mente passaram por aquelas cadeiras.