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Diário das Sessões do Sentido

uni lugar de tam alta categoria e da confiança do Ministro da Guerra que escreva num jornal diário artigos eom críticas e apreciações da natureza desta? Creio bem que não. Estas críticas são de admitir em artigos políticos de órgão de oposição c.o Governe e são constantes nos jornais de •oposição ao próprio regime; «jcomo r.dmi-ti-las partindo de quem pelo dever da seu cargo pelo exército a que pertence deve manter a mais perfeita neutralidade am matéria política?

Mas há mais. Ainda a propósito 3 CDm o fim de interessar o País pel-13 q lestões militares, conforme afirmou o Sr. Oriol Pena,, e depois de se referir à política financeira de Sr. Álvaro de Castro, dizendo que enveredou pelo caminho de economias à tcrt et à travers, o general Sr. Sinel de Cor dês afirma:

«Não se realizou, pois, uma economia como o Ministério apregoava, mas fez-se mais um desperdício, cometeu-se mais um esbanjamento, dos muitos que vêm caracterizando a administração do Estado».

Quere dizer, o Sr. -quartel-raestre general, escrevendo este aríigo com o tini de promover o interesse do Pai s pela ré organização do nosso exército, não diz sequer uma palavra a esse respeito porque se entretém a ferir a tecla do desperdício e do esbanjamento no declive perigoso que conduzirá à conclusão simplista do descrédito do Estado e dos homens que o dirigem.

,;Como poderemos nós conseguir que o exército seja um órgão disciplinado, entregue exclusivamente à sua profissão, de modo a constituir uma garantia de ordem social, se exactamente aquele que ocupa um dos mais artos cargos se serve da imprensa para, podendo ser aproveitado pelas paixões políticas, concorrer para descrença no Estado e para a falta de fé no Parlamento?

Mal cie nós se deixássemos passar esta doutrina, sem intervirmos.

De resto, eu pregunto:

Quem ocupa tam alto lugar tem de se manter afastado de tudo o que represente paixão política, ou que para ela possa concorrer.

Foi essa a razão por que eu entendi que era do meu dever proceder c >m energia, o meu procedimento passado dava-me autoridade para o fazer, porque tendo já tido a honra de ocupar a pasta da guerra, por mais de um ano, cônscio das respon-sabi idades, que tal importa, que são grandes, eu nunca, deixei que, pela imprensa, e fosse qual fosse a sua cor política, alguém saíssef ora da disciplina, e portanto não era exactamente quando me encon-tra^a em face de quem tinha a maior responsabilidade, já pelo Jugar que ocupava, já pela sua cultura, que eu ha-via de faltar ao cumprimento do meu dever.

Mas, Sr. Presidente, eu não castiguei o general Sr. Sinel de Cordes, nem foi a falta de confiança política que me levou a proceder da forma por que procedi, porque., como já disse, tenho-me encontrado em muitas situações com oficiais de política diferente da minha e jamais tal iníluíu no meu procedimento ou deu margem a reclamações contra ele..

Na Grande Guerra, onde obscuramente exerci o comando de um batalhão, numa fase difícil, só bem tarde soube que houve oficiais de política oposta à minha, e que contudo tinham sido dos primeiros a pedir a sua colocação debaixo do meu comando.

Oficiais que cumpram os seus deveres, que sejam escrupulosos no desempenho das suas obrigações, que respeitem o Estado e os poderes constituídos, têm-me sempre ao seu lado.

Apoiados.