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Sessão de 17 de Dezembro de 1924

\ Disse o Sr. Mihistro da Guerra que o Sr. Sinel de Cordes tinha procurado diminuir o prestígio do Parlamento !

Não me julgo menos sensível que os "outros Parlamentares meus colegas.-

Declaro, sinceramente, não me ter sentido nada magoado porque uma pessoa, na situação do general Sr. Sinel de Cordes, com os conhecimentos, a carreira, os serviços, o carácter e a altivez de S. Ex.a dissesse do Parlamento que não está a proceder convenientemente para o País.

Não vejo que isto possa magoar, nem seja deprimente para o Parlamento, por todos nós sabermos que as nossas funções, não sendo, nem devendo sor isentas de critica, não são impecáveis e, muitas vezes, não 'correspondem escrupulosamente ao que deveriam ser! . ; Se hoje o foram e conseguimos livrar o País de uma vergonha'nacional, por iniciativa do-Sr. Herculano Galhardo, que tomou debaixo da sua protecção e adop-_tou como seu, subscrevendo-o também, o projecto apresentado na outra Câmara pelo galhardo Deputado Sr. Agatão Lança, e a ambos devemos louvor e agradecimento, nem sempre assim sucede!

Compreendia que o Sr. Ministro da Guerra, tendo dito não merecer a sua confiança o general Sr. Sitiei de Cordes, por aí ficasse e se limitasse a insinuar--lhe a conveniência de pedir a exoneração,, ou mesmo a exonerá-lo, mas sem pretender explicar a sua acção com comentários que muito se parecem com castigo. '

Não estou dentro do espírito do Sr. Sinel de Cordes. Nunca me fez confidências, sobre a sua fó política, não sei qual é. E republicano? E monárquico? Não sei!

O Sr. Ministro da (juerra (líelder Ei-beiro) (interrompendo}:—Para V, Ex.a não estar a perder tempo, fazendo considerações em volta de palavras que eu não proferi, devo dizer que nunca afirmei que o Sr. Sinel de Cordes não me merecesse confiança política.

Nunca preguntei a nenhum oficial qual a sua política, e portanto nunca poderia dizer que o Sr. Sinel de Cordes tinha desmerecido da minha confiança política.

Tenho tido sob as minhas ordens,

mesmo sem eu. ser Ministro da Guerra, oficiais que pensam diametralmente do que eu penso, e apenas exigi deles que cumprissem o seu dever militar. Mais nada.

O Orador:—Das palavras do Sr. Ministro da Guerra eleve concluir-se não ter sido devido a falta de confiança política a 'exoneração do ;Sr. general Sinel de Cordes do seu alto cargo! 1 ^ Seria então por falta de confiança na competOncia técnica?

; Estou certo de não poder ser esse o motivo!

Esse oficial tem sempre dignamente cumprido o seu dever; é um dos mais ilustres membros do exército ; não há na sua vida motivo, mínimo que seja, justificativo de levar o Ministro, seu chefe, a dizer ter ele desmerecido da sua confiança, j'

Há no artigo de Século, a que me referi, uma pequena parte hoje transcrita no Correio da Manhã, que me parece será a razão principal do castigo.

É esta:

«Quando o ministério Álvaro de Castro enveredou pelo caminho das economias à tort et à travers, resolveu-se que, por exemplo, ao Arsenal do Exército se não abonassem os duodécimos, relativos ao material, abonando-se-lhe, apenas, as do pessoal.

Por esta fornia^ as fábricas estiveram paralisadas durante alguns meses, nada produzindo. Contudo tinham-se dispen-dido alguns centenares de contos em remunerar pessoal que nada fez, etc., etc., etc».

jlsto e o que se segue são verdades como t punhos e não me consta que o Sr. Álvaro de Castro seja intangível! i Nem ele, nem o Gabinete' a que presidiu e tam nefasto foi, em toda a linha para o crédito do País!