O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 2.1 de Janeiro de 102:")

15

te convenionte para os interesses do Estado ?

,íOu quererá o Governo voltar à régie e assim ir buscar a esse sistema de administração directa a receita que pelos contratos vigentes cobra do monopólio "dos tabacos e dos fósforos, acrescida do rendimento que ato hoje têm auferido as duas companhias concessionárias?

Lembre-se o Governo do que são as administrações do Estado; não se esqueça dos Transportes Marítimos, dos Bairros Sociais e de outros serviços públicos não entregues à exploração particular, todos deficientes e irregulares, como o dos caminhos de ferro, por exemplo, e - muitos outros de tal maneira organizados que só têm servido para arruinar o Tesouro Público e para cobrir de vergonha o País.

£ Como pensa o Grovêrno evitar os inconvenientes dessa saída em massa para a rua de milhares de operários até hoje pagos pelas companhias detentoras dos monopólios?

O Governo não deve ignorar que a crise do trabalho, como consequência da crise de produção que o retraimento do consumidor cada vez agrava mais, começa a tomar proporções assustadoras.

Há fábricas paralisadas; há fábricas que reduziram a metade a sua capacidade produtora.

Como consequência despediram muitos assalariados ou reduziram muitíssimo o seu numero. Em Gaia, vi eu, há poucos dias ainda, grupos de operários e operárias sem trabalho pedindo esmola, não se andando meia dúzia de metros que não se encontre gente dessa estendendo a mão à caridade pública. Isto de dia; de noite assaltam-se os transeuntes, é a informação que tenho.

O Governo precisa de olhar para o problema com todo o cuidado e atenção.

É fácil gritar contra os monopólios para agradar à pleb.e inculta. Com essas e outras objurgatórias de igual natureza se fez a campanha republicana antes de 5 de Outubro e de tal modo se desnortearam as massas populares, falando-lhes aos sentidos e não à razão, que muito boa gonte julga ainda que o automático aparecimento do maná celestial depende apenas da extinção dos monopólios.

Pois o remédio não é tam eficaz como se julga.

Na passagem do regime dos monopólios para o da liberdade, se se não previnem convenientemente todos os acidentes possíveis, pode o Estado sofrer prejuízo grave.

Fala-nos também a declaração ministerial das reparações devidas pela Alemanha e do crédito dos 3 milhões de libras.

Quanto a este declara o "Governo que nunca mais se utilizará dele.

Vê-se assim que essa operação, em tempos tam reclamada pelos homens do regime como sendo uma verdadeira prova de confiança da finança inglesa na administração republicana, não passou de um. simples artifício para ficarem afinal a cargo do Estado responsabilidades que não lhe deviam pertencer.

No emtanto seria interessante saber se tal crédito já está esgotado ou não, ou qual a margem que há ainda para à sombra dele se fazerem novas operações.

Concordo neste ponto plenamente com o Sr. Herculano Galhardo, pois só tendo-se essa informação detalhada e rigorosa nós poderíamos avaliar da sinceridade do Governo.