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Sesa&o de 23 de Janeiro de 1925

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nifestar o meu desgosto por ver a forma leviana como por vezes se procede neste país, e principalmente numa ocasião em que implica relações internacionais.

Na verdade, Sr. Presidente. não houve a devida preparação para se fazer uma festa condigna com o nome que só pretende comemorar.

Sem dúvida nenhuma Vasco da Gama é uma das figuras mais brilhantes da história e bem merecia que, para se comemorar o 4.° centenário do seu falecimento, se fizessem umas festas que se impu-zessem à consideração mundial.

Por pouco, Sr. Presidente, que não chegaram a Lisboa os vários embaixadores o os navios do guerra estrangeiros, desconhecendo a quási totalidade do povo o que vinham fazer ao nosso país esses ilustres diplomatas e esses navios.

Na realidade é para lamentar que se proceda desta maneira.

Em face desta situação não posso deixar do dar o meu ,voto à proposta que se discute, porque alguma cousa tem de se fazer.

O orador não reviu.

O Sr. Ramos da Costa: — Sr. Presidente: pela posição em que me encontro e pela incumbência que me fizeram, não posso também deixar de dizer alguma cousa acerca deste assunto.

Sr. Presidente: em Ouíubro do ano passado, sendo Presidente do Ministério o Sr. Rodrigues Gaspar, foi nomeada unia comissão para formular o programa do 4.° centenário comemorativo do falecimento de Vasco da Gama.

Tive, Sr. Presidente, a infelicidade de sor nomeado presidente dessa comissão, mas devo confessar que, ao mesmo tempo, me foi agradável pelo contacto que estabeleci com amigos meus, com colegas, antigos camaradas e condiscípulos, encontrando neles toda a boa vontade de que o programa a elaborar fosse uma i cousa condigna do nome de Vasco da Gama.

Tal comissão apresentou o seu traba^ lho nos "primeiros dias de Dezembro, mas foi avisada que a comemoração se não pó* dería vealtear já pelo Natal, porque algumas mtções estrftagplrag tinham pedido iícença para m as sedarem a tais festas e í) tempo já era e0pagso( Intfio o

transferia-as para Janeiro e procurando-se dia que tivesse ligação com a história de Vasco da Gama, encontrou-se o dia 30, aniversário da segunda viagem para a índia, sendo-lhe também conferido ^então o títalo de almirante do mar das índias e conde da Vidigueira.

Comunicada ao Governo esta alteração declarou que não era possível realizar as festas naquele dia, porquanto o Sr. Pro-sidente da Eepública iria para o Porto assistir aos funerais do Dr. Alves da Veiga e coronel Malheiro. Desta forma foram as referidas festas transferidas para os dias 24 a 30.

Foi o programa elaborado de harmonia com a nova data, mas o Governo, certamente por ponderosas razões, entendeu que o não devia aceitar e elaborou um outro, como lhe pareceu enviando^) para o Diário do Governo.

A comissão decidiu então que se devia exonerar por haver terminado o seu mandato e foi nomeada outra, tendo-se a infeliz idea de me nomearem ainda para presidente dessa nova comissão e não se tornando a nomear todos os outros membros, porque eles haviam declarado que não aceitariam nova nomeação.

A minha vontade era acompanhar também esses colegas, mas eu, como alguns membros da primitiva comissão, vimos além de tudo, o nome de Vasco da Gama e sacrificámos a nossa vontade a tauí grande causa.

Foi ontem publicada no Diário de Governo uma portaria com a nomeação desta comissão, sendo convocada a reunião para hoje às 12 horas, a fim de ser instalada e começar a trabalhar.

Eu, que tenho ainda os hábitos antigos, fui pontual; mas às 12 horas ainda não tinha chegado ninguém.

Foram chegando depois alguns membros, conseguindo reiinirmo-nos sete.

Não compareceu, porém, o representante da Câmara Municipal, o qne nos fazia bastante falta pois precisávamos da colaboração da edilidade lisbonense.

Naturalmente estava também melindrado por qualquer omissão,