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Diário das Sessões do Senado

vites a todas as nações civilizadas para assistir às lestas do centenário ao descobridor do caminho marítimo para as índias, sem ter elaborado um programa à altura dessa celebração.

Apoiados.

Quando alguém não é rico, E.LO se propõe fazer festas que, para sereia executadas condignamente, demandariam despesas que Dão são comportadas pe'.o seu orçamento.

Suponho que nós estávamos nestas condições..

Para celebrar o centenário de Vasco da Gama, que ó uni dos grandes nomes "da nossa história, deveríamos, repito, ter elaborado um programa que estivesse à altura cessa celebração, e não o podendo fazer, devíamo-uos abster de dar um relevo internacional a essas festas, (Apoiados] que poderíamos ter feito cri família, sem fausto nem grandeza.

O centenário de Vasco da Gama, não pode ser celebrado como a feste de qualquer junta de paróquia; merece mais respeito e grandiosidade.

Não sei, como já declarei, se o programa elaborado está à altura da celebração que se projecta, mas quere-me parecer que Dão está, pela exiguidade da verba pedida.

E como o Tesouro Público não comporta maiores despesas, afigura-se-me que foi pelo menos leviano lançarmo-no 3 na aventura de uma celebração grandiosa e que muito receio venha a ser, pelo menos, mesquinha.

O orador não reviu.

O Sr. D. Tomás de Vilhena: —Sr. Presidente : a faiar a verdade, uso da palavra entristecidamente a propósito dasta proposta de lei, porque sempre que vejo em perigo a reputação do meu país, sempre que haja uma impressão de menos valimento da nossa Pátria, fico triste.

Não gozo com a desgraça da minha Pátria.

Sr. Presidente: incontestavelmente Vasco da Gama é um nome de uma, tal grandeza que, se ainda hoje o mundo inteiro algum, respeito nos tributa, talvez seja devido a ele.

Ora pcra celebrar um acontecimento de tamanha grandeza mundial, como foi a descoberta do caminho marítimo para a

índia, era necessária uma preparação séria, de modo a que mostrássemos que, muito embora não tenhamos já hoje homens para feii;os assombrosos, ao menos se mostre que ainda há um pouco de senso em lhe prestar homenagem, comemorando os seus actos.

Ora, Sr. Presidente, convidar o mundo inteiro a assistir a essa comemoração, quando na ante véspera dela não conhecemos o seu programa, é que me parece não estar certo.

Isto é inqualificável, não se pode brincar com a Nação; ys nações, .quando não têm o í.enso para dirigir os seus actos, fazem uraa figura trist.ssima.

A maior parte das nações fazem-se re-presoutar, algumas mandam enviados seus extraordinários, no Tejo estão esplêndidos cruzadoies, representando as varias cortes, e eu de minha casa vejo o Tejo, e cada vez que reparo nesses belos barcos que vêm entrar no Tejo, fico envergonhado, fico acanhado. Faz-me lembrar uma pessoa que não tem uma casa em termos e faz convites para uma festa.

Ora é o que faz parecer tudo isto.

Pois se nós não temos recursos para prestarmos esta homenagem devidamente, o que devíamos fazor era limitar-nos à comemoração em família e mais nada.

Uma outra cousa que também me impressiona, é que da parte do Parlamento não haja uma participação neste facto tam grandioso.

Vejo que, a não ser uma parada de marinheiros, acompanhamento de crianças de escolas particulares, há sessão plena na Sociedade de Geografia, uma reunião no Ministério dos Negócios Estrangeiros e pouco mais.

Isto ó muko pouco para um facto desta ordem.