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tâessão de 4 de Fevereiro de 1925

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A correcção moral e social é a condição prévia da nossa melhoria e do barateamento da vida.

£ Está o país resolvido a aceitá-la? Emquanto não estiver o Governo mal pode decretá-la.

Não é só com o trabalho dos homens que aqui se sentam e que vão para os casarões do Terreiro do Paço, que se pode fazer aquilo que é indispensável para a nação.

De resto, sei muito bem, pelo que tenho lido, ouvido e visto, quanto a correcção do problema económico, sob os seus vários aspectos, exige de saber, de trabalho e de capital.

Este já não pode vir do estrangeiro, como para o fontismo. Teremosf de nos governar com a prata da casa.

Sistematicamente venho há catorze anos a pregar um plano político de conjunto, que nilo tenho tempo de vos explicar. E vou tentando encaminhar desse plano o fundamentai pela pasta da Agricultura; assim3 a partilha de baldios, o aproveitamento de terrenos incultos e de chame-, cãs e alguns planos de rega, começando pelo Ribatejo.

Mas não é isto bastante para a solução dos problemas portugueses que geram a carestia da vida.' E necessário uma actividade conjunta do Governo, ao menos , nas pedras angulares a que me referi na • Política.

Respondendo ao Sr. Lima Alves, agradeço, como a todos os Srs. Senadort s, as palavras amáveis e •'merecidas que me dirigiram.

Não apoiados.

Tenho muita consideração pelos agrónomos portugueses que trabalham e educam, desde Silvestre Bernardo Lima até aos novos que vão marcando a sua actividade no estudo das nossas questões agronómicas.

Respondendo ao Sr. Augusto de Vasconcelos, direi que a primeira tabela de que tenho conhecimento é de t). Afonso m; a última não será feita por mim.

Não é assim, ditando preços, que se resolve o problema da carestia da vida; mas sim produzindo mais e gastando prudentemente.

De facto o Governo, vendo a complexidade dos serviços de abastecimentos que a venda mensal de mais de 2:000

contos, pensou, em vez de ter um comissário, nomear uma comissão administrativa de cinco membros.

Nada mais posso dizer sobre este ponto.

Os géneros são comprados e vendidos com um certo lucro que dá a amortização do capital, os juros desse mesmo capital, e faz face às. despesas inerentes à vida comercial.

V. Ex.a referiu-se a um nome para a comissão dos abastecimentos.

iSiós estamos num País que, embora seja enorme pela sua resistência, ó um País pequeno porque todos nos conhecemos.

Não será estranho que o Governo nomeie as pessoas insistentemente importunas com a carestia da vida, com a sua competência- e bons serviços, para a penosa tarefa da gerência dos Abastecimentos.

E a ocasião de mostrar ao País o seu valor e o seu deseja de bem trabalhar.

Desde as Constituintes que eu vivo fora do meio de Lisboa, e portanto devo aceitar as indicações do Governo de que faço parte para a escolha dessas pessoas.

O Sr. Herculano Galhardo (interrompendo}:— V. Ex.a declarou há pouco que não podia resolver um problema que a Nação não queria ver resolvido.

Y. Ex.~ que é uma das pessoas mais competentes (Apoiados) disse esta grande verdade: que o Governo não pode resolver um problema que a Nação não quere resolver, mas depois disso V. Ex.a vai. nomear essas pessoas que dizem ao Governo que resolva o problema da carestia da vida.

Ora isto é que não está certo.

- O Orador:—V. Ex.a sabe muito bem que nós estamos a resolver o problema da vida portuguesa um pouco por absurdos e um pouco por aproximações sucessivas, dando em resultado ser por vezes desaproximações sucessivas.

Neste caso dos abastecimentos eu, Ministro da Agricultura, preciso de afastar--me dos abastecimentos, porque com os elixires preconizados por toda a gente sei que não o resolvo e também porque tenho ali um verdadeiro quebra-cabeças.