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Cessão de 4 de fevereiro de 1925

A farinha era de trigo adquirido a 1$80 por quilograma, segundo o manifesto.

Houve dificuldade da parte da padaria em laborá-la. Dentro da tolerância legal, conseguiu-se resolver este problema difícil de não subir o preço ao pão.

Em vista disto estamos a viver numa situação delicadíssima.

Oxalá apareça depressa o vapor, e baixe muito o preço do trigo no estrangeiro, para bem de todos.

E desenganemo-nos, que pão barato em Portugal só poderá haver quando produzirmos muito trigo, em' superabundância, e o produzirmos com grande rendimento

^ hectare e com pequeno dispêndio.

Este pão caro que comemos é o tributo da nossa ignorância agrícola.

Tenho dito.

O Sr. José Pontes: — Sr.-Presidente: como o Sr. Ministro da Guerra se encontra aqui desde o princípio da sessão para me ouvir, parece-me que escuso de me sacrificar a vir na segunda-feira, aproveitando a ocasião para me referir a nm assunto que corre pela sua pasta.

Em cima das nossas bancadas apareceu um jornal há dias, intitulado O Mutilado de Guerra, no qual alguns indivíduos que foram meus companheiros na" guerra e são criaturas de valor no jornalismo, como por exemplo Kaúl brandão, José Sarmento e Forjaz de Sampaio, fazem acusações ao Parlamento afirmando que inválidos da guerra andam há muito tempo pelos corredores do Congresso fazendo reclamações sem qne sejam atendidos.

Ora como o referido jornal dá a entender que o Parlamento tem sido ingrato para com esses servidores da Pátria, eu, que tenho sido um incansável defensor desses homens, não podia dpixar de dizer também que o Parlamento tem sido de há uns 3 anos para cá dum carinho iuexcedível para com essa gente- •

Com o fim de evitar explorações políticas à sombra deste caso, eu peço ao Sr. Ministro da Guerra que mande rever todos os processos referentes aos mutilados e atender aqueles que de direito devam ser atendidos.

Como se encontre também presente o Sr. Ministro do Trabalho e S. Ex.a fez, passar pela Secção uma proposta de lei relativa ao Instituto dos Mutilados de

Guerra, desejava saber se S. Ex.a nessa proposta acautela suficientemente o futuro dessa casa, porque não quero que se perca a melhor obra da Eepública que é ;o Instituto Fisioterápico de Lisboa.

Quere dizer: passando o Instituto para a administração dos Hospitais Civis, é preciso que eles continuem a manter o Instituto para a única função a que estava destinado: tratar de acidentes.

Ao mesmo tempo quero dizer ao Sr. Ministro do Trabalho que S. Ex.a publicou um decreto nomeando uma comissão para tratar de assuntos mutualistas.

S. Ex.a é incapaz de melindrar seja quem for, e eu vou chamar a atenção de S. Ex.a para o seguinte facto.

S. Ex.a tem nessa comissão um representante da Associação dos Empregados do Comércio e Indústria, associação essa que tem 52 anos, mas há uma associação ainda mais velha, tem 70 anos, a Associação do Comércio e Indústria, que se sente um pouco melindrada por não ter representante nessa comissão.

Aqui está o que eu tinha a dizer.

O orador não reviu.

O Sr Ministro da Guerra (Helder Ri> beiro):—Ao ler as variadíssimas considerações que se têm feito e dito sobre os inválidos da guerra e mutilados, eu, senão tivesse tido a honra de4er feito parte do Corpo Expedicianário Português, teria a impressão de que esse corpo, era todo composto de mutilados e inválidos da guerra, tinha a impressão de que a situação era essa, e eu posso afirmar a V. Ex.as que a situação que aqui se pinta mi'> corresponde em nada à verdade dos factos.

Houve na realidade, no Corpo Expedicionário Português um grande número de tuberculosos, mas foram sobretudo aqueles que partiram para lá sem serem sujeitos à inspecção, porque senão tinham sido todos tuberculosos antes de ernbàrcar.

Esses constituíram os primeiros contingentes de repatriados.

Depois houve, é certo, tuberculosos que são os que mais devem pesar sob ré o nosso espírito porque adquiriram essa doenç nos campos de batalha.