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Sessão de. 10. de Fevereiro de 1925

pela polícia de investigação criminal, e se os agentes dessa autoridade encontrassem motivos de censura para a guarda republicana.seria enviado o processo ao comandante geral ida guarda, que actuaria nos limites da sua competência.

Se o Sr. Presidente do Ministério não queria encarregar desse encargo a polícia de investigação criminal, podia ter requisitado ao Ministério.da Guerra um oficial de antiguidade superior ao comandante geral da guarda republicana para proceder a averiguações.

Sr. Presidente: ditas, como acentuei, muito serenamente estas palavras, e muito serenamente porque entendo que com a força pública não se deve fazer especulação alguma de carácter político (Muitos apoiados), devo, por. último, salientar o seguinte: o. Sr. Presidente do Ministério tem dito por várias vezes, nesta casa do Parlamento, que é um homem de acção e que a política do, seu Ministério é de realizações imediatas. > • •

Ora eu. desejava, no interesse do.país, que o Sr. Presidente do Ministério aproveitasse a sua energia, como homem de acção que é, para fazer uma política construtiva, e não uma política de desagregação. . Tenho dito. • . ;

Vozes : — Muito bom, muito bem. '

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Plínio-Silva):— Sr. Presidente: não é a mim que compete responder ao Sr. Koberto Baptista, porque ó decerto do Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior, responsável pela-política geral do Gabinete, que S. Ex.a desejará ouvir as explicações e elucidações sobre os pontos de vista referidos ao Senado.

Todavia, eu não me dispenso de dizer, ama vez que sou militar, e o Sr. Roberto • Baptista, pessoa que niè honra com a sua amizade e consideração há muitos anos, sabe, além disso, que pertenço também a uma família de militares, que seria incapaz de permanecer neste Governo mais «m-minuto se porventura eu tivesse conhecimento qtie} -por palavras ou por •actos, qualquer colega meu, ou- qualquer pessoa ligada ao Ministério, tinha: havido procedimento que pudesse -deminiiir, na jttais insignificante parcela, o prestígio do

exército, da guarda republicana ou, em-finv de .qualquer força militar ou militarizada.

Não me consta, e digo isto por informações porque não fui testemunha visual dos acontecimentos, que da parte do Sr. Presidente do Ministério, ou da parte de qualquer pessoa, tivesse havido procedimento que pudesse atingir as entidades a quo me -acabo de referir. Tenho até a convicção de que foi devido ao aparecimento oportuno, decisão e energia do Sr. Presidente do Ministério que não se deram factos lamentáveis, ou que pudessem ter repercussões de lamentar.

Não é por lisonja, mas sim por sincera admiração, que eu digo estas palavras, pois não posso deixar de ser justo para com o Sr. Presidente do Ministério, absolutamente convencido, como estou, de que S. Ex.a marcou naquela ocasião duma •maneira bem nítida o seu valor, o seu prestígio e as suas qualidades. • Apoiados da esquerda.

O Sr. Roberto Baptista, habituado a di-, rigir multidões, pois já tem dirigido o exército, sabe bem qual o espírito, sempre legítimo, que o militar tem de não se deixar, .atacar impunemente, e deve cal-.cular qual o espírito da multidão nesse momento em que difícil era precisar quem tinha sido .o -autor daquele abominável atentado, e eu devo dizer • que por ora não sei ainda se a bomba foi arremessada contra a guarda republicana, se contra a multidão, nem . se foi lançada por alguém que fazia parte .dessa multidão ou por alguém que tinha. empenho em desprestigiar o Governo.

O que não posso deixar de reconhecer é que realmente o aparecimento oportuno do Sr. Presidente do Ministério e a sua acção concorreu para que a multidão dispersasse em ordem e sem que se tivesse dado mais factos lamentáveis. E tanto que às dez horas e meia. quando me dirigi para o Ministério, o aspecto da rua do Ouro e da Praça, do Comércio era absolutamente normal,- havendo completa tranquilidade.