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~Diário das Sessões do Senado

O dever de todos nós nesta hora deve sei* o de não imiscuir a força pública no conflito do natureza política % que mais ou menos se está travando no Parlamento.

Apoiados da esquerda.

Acho que ó um mau passo o não se proceder assim, e que devemos antes opor-nos .por todas as formas a que se imiscua a força armada em acontecimentos de que ela deve estar absolutamente alheada, como são aqueles acontecimentos de carácter político que agora se estão discutindo no Parlamento.

Apoiados da esquerda.

Creio que mais nada posso dizer ao Sr. Roberto Baptista, e creio que as palavras que eu acabo de proferir lhe devem dar completa satisfação.

O Sr. Roberto Baptista: — Sr. Presidente : ouvi com profunda atenção as palavras proferidas pelo Sr. Tlinistro do Comércio, que foram, como não podiam deixar de o ser, as palavras dum distinto militar que não antepõe à sua situação de soldado a de político. ;

Mas, Sr. Presidente, as palavras proferidas por S. Ex.a, nas quais acentuou a acção pessoal do Sr. Presidente do Ministério, com o fim de evitar que a manifestação se pudesse transformar numa causa de desordem, não destroem as que eu disse, porquanto baseei as minhas considerações no relato dos jornais sObre essa manifestação, do qual constam as palavras que foram proferidas pelo Sr. Presidente do Ministério.

Eu disse, Sr. Presidente, que muito gostaria de ver presente no Senado o Sr. Presidente do Ministério, para que ele pudesse explicar as palavras que lhe eram atribuídas, porque seria para mim motivo de satisfação que as palavras postas pelos jornais na boca de S. Ex.a não fossem as verdadeiras.

Eu também faço justiça ao Sr. Presidente do Ministério, julgando-o incapaz de, por qualquer forma, ter o intuito de melindrar a força pública; isso além de constituir injustiça seria -uma inabilidade política.

Um outro ponto a que se me referi, e a que o Sr. Ministro do Comércio não respondeu, diz respeito à nomeação do Sr. Tavares de Carvalho para proceder

a um inquérito sobre os acontecimentos.

- Compreendo perfeitamente o motivo porque S. Ex.a não respondeu a este ponto. Esse assunto não corre pela pasta que S. Ex.a tam .proficientemente dirige. Xão poda, por isso, ser responsável por esse facto.

O Sr. Ministro do Comércio e Comu-nicaç.ões (Plínio Silva) : — É simplesmente para .dar a explicação ao Sr. Eo-berto Baptista do que Sr. Presidente do Ministério não veio agora a esta Câmara como era seu desejo porque na outra lhe exigiram a sua presença.

O Sr. Joaquim Crisóstomo: — Sr. Presidente: eu preferiria que o Governo, se achasse representado ou pelo Sr. Ministro do Interior ou das Finanças ou ainda o da Justiça, mas como não quero adiar as considerações que me; proponho fazer sobre assuntos variados que dizem respeito à administração pública, aproveito o ensejo de estar presente um represen-sentante do Governo para formular essas considerações.

Há dias chamei a atenção do Sr. Presidente do Ministério e ainda do Sr. Ministro da Guerra para o .conflito ocorrido em Ponta Delgada entre a guarda fiscal e o exército, em virtude duma determinação do Poder Judicial, que mandava efectuar o despejo d um .armazém ocupado pela Alfândega de Ponta .Delgada.

Esses 3rs. Ministros prometeram providenciar, e qual não é o meu espanto hoje ao receber um telegrama enviado ontem de Ponta Delgada onde me dizem que a decisão do Poder Judicial ainda não foi cumprida.