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Diária das Sessões do Senado

do Sr. Presidente do Ministério, e, nestes termos, não espera certamente} S. Ex.a que eu dê uma resposta larga às suas pá lavras, resposta essa que só o Sr. Presidente do Ministério, como responsável pela política geral do Governo, a poderá dar. s Todavia, como S. Ex.a fez três pré gun-tas a que me julgo habilitado a responder, vou sobre elas dizer alguma cousa.

Keferiu-se primeiro S. Ex.a ao pào, dizendo que, sendo um dos lemas do Governo dar pão, sabia que o Sr. Ministro da Agricultura iria em breve aumentar o preço.

Não sei onde S. Ex.a colheu essas, informações.

O Sr. Augusto de Vasconcelos (interrompendo) : — Ouvi-o ao Sr. Ministro da Agricultura na Câmara dos Deputados e aqui.

O Orador: — E que estando estudando o assunto o Sr. Ministro da Agricultura, embora S. Ex.a em dado momento em virtude da alta que tem tido o trigo nos mercados estrangeiros chegasse a ter essa preocupação, estou convencido pelas explicações que S. Ex.amedeuhoje de que é absolutamente possível manter o pão ao preço actual.

!

O Sr. Augusto de Vasconcelos (interrompendo):— Deminuindo o poso.

O Orador: — Sem deminuir o peso.

Com respeito à segunda parte, disse o Sr. Augusto de Vasconcelos que o Governo nfto manteve a sua afirmação de que era apologista das máximas liberda-des.

Creio e digo isto que é a minha impressão em virtude dos documentos publicados; realmente o procedimento havido ultimamente pela Associação Comercial não pode de forma nenhuma merecer o aplauso do Sr. Augusto de Vasconcelos, porque não há dúvida nenhuma que a Associação Comercial tinha modificado a sua atitude, a direcção que estava à sua frente tinha-lhe dado ama orientação com-pletamente diferente daquela que a sua junção associativa lhe impunha. Eu não compreendo que uma associação com oa fins especiais que ela tinha tivesse trans-

formado a sua sede num centro de recen seamento eleitoral.

A Associação Comercial modificou coni-pletamente a sua directriz e desde que o Sr. Presidente do Ministério a consultou sobre as. moções lá votadas e as disposições em que estavam de lhe dar cumprimento, perante a resposta dessa Associação eu creio que o Sr. Augusto de Vasconcelos mudaria de pensar.

Sr. Presidente: o Sr. Augusto de Vasconcelos, referiu-se ainda à ordem.

Creio que durante este período S. Ex.u também com justiça não poderá dizer que ela não tem sido mantida. • Sempre tem havido manifestações, e nesta última os acontecimentos produzidos não têm o vulto que lhe querem dar.

Eu entendi que devia produzir estas palavras, e quanto ao Sr. Presidente do Ministério, que se encontra retido ria Câmara dos Deputados, S. Ex.a não terá dúvida nenhuma em dar todas as explicações que lhe pedirem quando puder comparecer nesta Câmara.

Eu jclgo que não podia deixar de proferir estas palavras que são absolutamente a expressão da verdade.

O Sr. Augusto de Vasconcelos: — Começo por dizer a V. Ex.a, Sr. Presidente, e à Câmara que por forma nenhuma me conformo com a opinião que me atribuiu o Sr. Ministro do Comércio, de que eu possa concordar com a dissolução da Associação Comercial.

Por motivos muitíssimo mais graves deviam ter sido dissolvidas todas as associações operárias deste País e eu não as quero dissohidas.

Eu entendo que se não devem dissolver nenhumas porque assim é que se respeita a liberdade.

Mesmo que alguma exceda o limite dos seus estatutos,o Governo deve ter a máxima tolerância porque elas, defendendo os seus interesses, dão aos Governos preciosos elementos para orientação do seu procedimento.

Agora o que eu não entendo é que se ataquem umas e as outras fiquem gozando liberdade.