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Diário dat Sessôeê ât/ Senado

O 'amor da família era subordinado ao amor à ordem.

O que os padres ensinavam, segundo diz Voltaire, era só latim e asneiras.

Não é bem assim; as bases da sua educação eram o latim e as línguas.

Faltava-lhes a história e a filosofia e em matéria de sciências positivas só lhes ensinavam os fenómenos, não lhes explicando as causas que os tinham originado.

Portanto, condeno, abomino o ensino jesuítico, e não posso compreender que numa República democrática se faça a apologia desse ensino, que do forma alguma podo ensinar os homens a serem honrados, como devem ser todos dentro duma República.

Tenho dito.'

O orador não reviu.

O Sr. Costa Júnior: — Sr. Presidente: pedi a palavra para chamar a atenção do Sr. Ministro das Finanças para um assunto que corre pela sua pasta, o para um outro que diz respeito à pasta do Trabalho.

Levantei já nesta Câmara uma questão relativa à regulamentação do ópio e seus derivados.

Esse regulamento, como eu já disse, é impraticável, como o demonstram es resultados dessa regulamentação, devendo ter já entrado em vigor.

No emtanto, ato hoje as repartições competentes nada fizeram.

Portanto peço a V. Ex.a, Sr. Ministro das Finanças, que transmita estas minhas considerações ao seu colega da pasta do Trabalho, para que S. Ex.a, de acordo com a Direcção Geral de Saúde, altere o regulamento na parte que não é exequível.

Um outro assunto que eu desejo tratar é aquele a qne já no outro dia me referi, tendo-me até V. Ex.a dito que não podia satisfazer esse meu pedido.

Eu fui consultar vários jurisconsultos, é claro que não tam inteligentes como V. Ex.a, sobre o artigo 171.° do Código das Execuções Fiscais, que me disseram que o que ou pedi era uma prorrogação de prazo e não uma moratória.

O que eu pedi era que, em virtuch de circunstâncias anormais, esse prazo fosse prolongado por todo este mês,

Devo dizer a V. Ex.a o seguinte: a não prorrogação desse prazo dará grandes prejuízos ao Estado.

Há um bairro em que eu sei que faltam receber 6:000 e tantos contos, quanto receberam já os funcionários fiscais," de custas?

400 e tantos contos.

Qiiere dizer, com mais ôsses 6:000 coutos êssos " funcionários ficam sendo mais "bem pagos que o próprio Sr. Presidente da República.

V. Ex.a, prorrogando esse prazo por, mais um mês, está calculado que devem entrar nos cofres do Estado mais uns 20:000 a 25:000 contos.

Eu chamo a atenção de V. Ex.a para este facto e V. JtLx.a dirá a sua maneira de ver.

O oi^tdor não reviu.

O Sr. Ministro das Finanças (Pestana Júnior): — Sr. Presidente» antes de mais nada, não estranhem V. Ex.a e o Senado que eu levante algumas palavras aqui proferidas porque evidentemente, tendo sido proferidas por um ilustre correligionário meu e meu amigo, pode ficar a impressão de que eu em algum momento fiz a apo-log:& da educação jesuítica.

E ma a sestro meu não me fazer entender, quando procuro sempre que me entendam o melhor que possível seja.

No momento em que na Câmara dos Deputados sobre mini alguém atirava o labéu de jesuíta eu declarei que, se se pretendia afirmar que uma proposta quo eu levara à Câmara era jesuítica, eu tinha de lamentar que tal afirmativa se produzisse porcue tinha a certeza que a proposta tinha alguma cousa de valioso para o Estado, e ficava na impressão de que o contrário ou o anti-jesuítico seria Oco, vazio e nulo.

Eu nilo dava a adesão, disse então, à educação jesuítica, apesar de ter sido educado— como já hoje é notório de toda a gente, e eu nunca o escondi—desde os 10 até aos 17 anos, tirando o curso completo dos liceus no Colégio de Campolido.