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Erçvm excelentes esses colégios e tanto que acontecia muitos liberais dos mais avançados terem lá os seus filnos a educar.

Lembro-me até de um liberal muito conhecido que ti aba lá filhos e netos. • Uma ocasião fui ao colégio de C^nipo-lide e vi-o juntamente com os netos a comer bolos.

' Preguntoi-lhe: ,? Então você tem acai os seus filhos e netos e depois vai lá para fora dizer mal dos jesuítas?

Ele disse-me:

«Homem, deixe-me cá com a minha vida; se eu tiver mais netos mando-os para cá».

O Sr. Joaquim Crisóstomo (interrompendo}:— Era o conselheiro José Dias

Ferreira.

O Orador: — Não preciso dizer quem era.

Para se ver o pouco que os jesuítas influíam na intelectualidade, basta vermos o que sucede com o Sr. Pestana Júnior, Ministro das Finanças, que apesar de ter sido educado num desses colégios saiu um republicano dos mais avançados, e quási bolchevista ...

Risos. ,

Ora como S. Ex.a, há muitas pessoas que foram educadas nesses colégios, que vieram depois cá para fora e são republicanos, o que não os impede de serem excelentes pessoas...

Por consequência -essa influência «nefasta» que o Sr. Silva Barreto atribui aos jesuítas, não existiu.

O Sr. Silva Barreto (interrompendo]: — -A educação jesuítica pode ser defendida e pode ser atacada como todos os sistemas de educação, mas a questão está em •que se estiule o sistema de educação conforme a época a que ela se deve adaptar.

Eu fiz aqui a afirmação de que a educação jesuítica tinha por fim a obediência absoluta, procurando todos os meios para os trazer à ordem.

O Orador: — Mas o que é mais interessante é que a maior parte dos jesuítas n ao eram alunos deles, essa influência tam nefasta é uma tenda, e a dessimulaçâo ó

Diário das Sessões do Senado

uma característica da maior parte dos partidos políticos* O orador não reviu.

O Sr. Silva Barreto: — Também quando se começaram a exigir os exames nos liceus essa lenda de que os alunos do colégio de Campolide eram os iníiis bem preparados desfez-se porque as reprovações foram de 70 por cento dizem-no as estatísticas, o quanto às sciências naturais conheciam os factos pela experiência mas não os sabiam explicar.

O Sr. Querubim Guimarães :—V. Ex.a é claro está no seu papel e nós no nosso.

V. Ex.a visou no seu ataque a educação jesuítica justamente nessa disciplina que confrange o espírito liberal de V. Ex.a e do Sr. Ministro das Finanças, mas o que eu desejava 'é que houvosse uma sociedade em que essa disciplina fosse uma norma prática e absoluta.

Quanto ao valor dos jesuítas lembro a V. Ex.a que depois da guerra, ainda não há muitos anos. dois ou três, foi convidado para ir fazer um curso de poucos meses na Sorbonne, o primeiro naturalista do mando um padre jesuíta da Áustria.

E sabe V. Ex.a quem o ouviu?

O velho tigre da França, o grande Cle-nienceau durante todos os meses em que ele tez v» seu curso.

E como este muitos outros.

O Sr. Dias de Andrade: — V. Ex.a dá--me licença?

Conta o nosso grande astrónomo Vie-gas, quando foi a Eoma e foi assistir a uma lição do padre Sec, director do Observatório Astronómico de Eoma, que não estava habilitado para ser aluno dele.

Isto vem para mostrar como eles ensinam e estudam as sciências naturais.

O Sr. Silva Barreto: — Mas ninguém contestou o valor dos jesuítas; pelo contrário, eu mesmo o afirmei.

OEDEM DO DIA

Entrou em discussão o projecto de lei n.° S10.