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Diário das Sessões do Senado

chamo a atenção de V. Ex.a, Sr. Presidente.

Diz-se na Companhia dos Telefones o seguinte: «As tarifas serão aumentadas porque a Companhia assim o determinou»-

Como parlamentar e como português, não posso deixar de protestar energicamente contra tal afirmativa.

Há pouco tempo foi nomeada uma comissão para apreciar a situação da Companhia, tendo chegado à conclusão de que para .ela fazer as suas despesas não necessita aumentar as tarifas. A receita da Companhia orja por cerca de 12:000 contos anuais, quantia mais que suficiente para os seus encargos e até para pagar 40 contos por ano a cada um dos seus empregados ingleses; mas o que ela que-re, afinal é transferir para Londres um elevado juro do capital que dali recebeu a quando da sua instalação.

Parece-me, pois, Sr. Presidente, que, depois dos trabalhos da comissão a que aludi, não há razão nenhuma para aumentar as tarifas.

Tenho dito.

O Sr. Presidente: —Eu transmitirei ao Sr. Ministro do Comércio as considerações de'V. Ex.a

O Sr. Procópio de Freitas:— Sr. Presidente: pedi a palavra simplesmente para mandar para a Mesa um projecto de lei.

O Sr. Domingos Frias: — Sr. Presidente: pedi a .palavra para propor a V. Ex.a e ao Senado, que na acta da sessão de hoje fique exarado um voto de sentimento pela morte do general Joaquim José Machado, ocorrida num dos dias da última semana.

Não sei se o ilustre falecido fez algum dia parte do Parlamento português; sei, porém, que durante a sua longa vida prestou serviços relevantes à Pátria, e tanto basta para que uma das suas instituições mais representativas, como é esta, lhe renda a singela homenagem que tenho a honra de propor.

Apesar de militar, não foi essa qualidade que o tornara notável no País.

Dotado de uma bondade imensa, de uma inteligência penetrante, de um bom senso inexcedível, de um amor entranhado

e ardente pela sua Pátria estremecida, ele pCs todas estas virtudes ao serviço ,do ultramar português, criando uma verdadeira e justa notoriedade de colonialista experimentado e insigne.

Longos anos de fecunda produtividade consumiu m> desempenho de comissões-delicadas na África Oriental, na índia e em Macau, e, quando o peso da idade lhe quebrantou as energias físicas, obrigando-o a renunciar à vida nos climas inóspitos, ainda na metrópole continuou a dar a .sua colaboração proficiente ao Estado, na solução dos problemas delicados e múl • tip-.os que agitam a nossa administração de além-mar.

Já o Senado lhe prestou uma merecida homenagem em vida.

Foi quando em princípios do ano^de 1914, ou fins de 1915, votou a sua nomeação para governador da província de Moçambique,-por unanimidade, cousa sem precedentes e que não mais foi repetida.

O general Machado correspondeu amplamente à espectativa da Câmara, trabalhando com denodo, e com inteligência pelo progresso da colónia; e, se nesse trabalho só pôde consumir pouco mais de um ano. foi porque a saúde e a idade lhe alquebraram o organismo, forçando-o a regressar à terra onde nasceu.

Quem tanto pugnou pelo engrandecimento da sua Pátria., legando..aos seus concidadãos um notável exemplo de civismo, bem merece, que o Senado lhe consigne nas suas actas um .-voto de sentimento, de que sem duvida partilham todas as correntes de opinião aqui representadas.

O Sr. Procópio de Freitas:—Associo-me ao voto de sentimento proposto pelo falecimento do Sr. general Machado, que era uma pessoa altamente inteligente e patriótica, que prestou muitos serviços ao País.

O Sr. Dias de Andrade:—Também me asssocio ao voto proposto pelo Sr. Domingos Frias.

O Sr. Lima Duque:—Em nome dos Srs. Senadores da Acção Republicana, associo--me ao voto de sentimento proposto.