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Sessão de 2 de Junho de 1926

Guerra Junqueiro veio ligar-se a nós todos como republicano, e João Chagas, que já era conhecido no campo literário e no Porto fundara o jornal A República Portuguesa, tomou igualmente uma atitude definidamente republicana, e, a partir de .então, era Guerra Junqueiro e Eduardo de Abreu que assistiam em Lisboa a reuniões-republicanas dcvcarácter revolucionário, onde ou assisti também o tive ocasião de os Ver entusiasmados a tratar do trabalhos revolucionários, trabalhos 6sses que precederam o 31 de Janeiro.

Ao mesmo tempo, João Chagas fazia todos "os trabalhos'-revolucionários para que se pudesse condicionar e facilitar o movimento revolucionário de 31 do Janeiro.

• Esse movimento se não deu resultado, não foi porque em Lisboa não estivesse também a revolução preparada para o secundar, mas porque na véspera dessa revolução eu tive ocasião de ir em nome de elementos revolucionários do Lisboa pre-guntar ao directório, que então reunia em casa de Azevedo o Silva e de que faziam parto Manuel de Arriga e Homem Cristo, o que se devia fazer em Lisboa e a resposta foi esta :

«Nada; a revolução do Porto está condenada a não triunfar».

Também muita gente não sabia destes casos, assim como não sabiam que eu também já fui revolucionário.

Sr. Presidente : propôs V. Ex.aumvoto de sentimento pelo falecimento de João Chagas, capitão de fragata Fiel Stockler que foi meu correligionário, e por mais dois parlamentares.

Em meu nome pessoal o no do meu partido associo-me a esse voto de sentimento.

Quero apenas salientar que Fiel Stockler sendo um verdadeiro republicano, nunca foi nada senão oficial do marinha dosem-penhando as suas funções quer em África quer no oriente, quer na metrópole; era um homem modesto, mas daqueles que sabem ser republicanos-a valer.

Para ele vai também a minha sã U dado o agradeço em nome do meu partido os votos que o Senado já manifestou a propósito desse nome, pois, era nosso correligionário. •

Sr. Presidente: também V. Ex.a propôs voto de sentimento pela morte do grande actor Eduardo Brasão, que todos nós conhecemos' e de que nos lembramos com saudade.

Era um artista dos que realmente trabalham o têm o respeito e o culto pela arte.

Portanto, associo-mo igualmente a esse voto e, para terminar, visto que há poucos dias desparocerain da scena republicana dois vultos, um de 31 de Janeiro e outro do 5 de Outubro, quero dizer:

Alerta republicanos!

Tenhamos cuidado! Vão desaparecendo da scena republicana as figuras dos melhores apóstolos o eu não sei só na camada que actualmente governa a Eepú-blica, se naquela que amanhã terá de ser chamada a governar, encontraremos maior segurança para as instituições vigentes.

Todas as vezos que morre qualquer grande vulto republicano eu ouço gritar:

Unamo-nos, republicanos!

Mas não basta dizer isto, é preciso condicionar essa união.

O que faz a desunião dos republicanos não são os princípios, mas a falta de isenção, o furor de permanência no Poder do mesmo partido.

Desculpem-me a sinceridade, mas é assim mesmo.

Apoiados.

Esta persistência em se conservarem no Poder é a verdadeira causa da desunião dos republicanos e será talvez a causa da morte da República.

Apoiados.

Há pouco, em conversa particular com um colega desta Câmara, apresentei esta forma figurada de apreciar a situação da República —desculpem-me este pequeno parêntese — ó vulgar acontecer isto:

Um indivíduo morre; deixa três filhos; íim maior e dois menores.

O filho maior à face da lei é nomeado tutor. - Muito bem.

Esse maior, com os rendimentos da casa, estabelece uma certa vida de fausto, de certo brilho.

Os menores vão crescendo e atingem a sua maioridade.

(f O que indicavam o bom senso e a lei?