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Diário das Sessões do Senado

didos e solicitações justas, justíssimas mesmo, dos republicanos humildes, pois que esse partido apeaas se dedica a homenagear os grandes vultos da República, os grandes homens, aqueles que em vida tantas vezes passaram, como aqueles que hoje dirigem esse partido, sem lhes dar um quarto de hora de atenção.

Pois fique sabendo também o Sr. Silva Barreto que não será no dia 16 de Junho de 1925 que esta proposta de lei será aprovada. j No dia 17 talvez, hoje não!

Amanha", pode o Sr. José Antunes já aqui não ter voz, mas hoje há-de te-Ia para dizer a S. Éx.a que não ganha a melhor cansa e sobretudo para lhe fazer ver que não é assim que S. Ex.a se impõe,

Muitas vezes temos tido pugnas nesta casa do Parlamento, mas elas tom .sido apresentadas com tal inteligência, com tal atenção e delicadeza pelo Sr. Cata-nho de Meneses, que nós da- minoria temos acatado as indicações da maioria.

Mas quando elas vêm à força, pelo número, e ainda por imposição do Sr. Silva Barreto, não individual, mas colectiva, do Partido Democrático, também podemos responder que para 24 horas ainda cá estamos e chegamos.

Se tiyerjnos vida e saúde, muitas vezes o Sr. Silva Barreto nos encontrará e quando S. Ex.A se convencer de que foi prestigiado pela eleição que obteve no Congresso do Partido Republicano Português, realizado no gjmnásio do Liceu Camões, eu direi a S. Ex.a apenas que nós os republicanos só olhamos para ele, como republicano de .sempre e nunca como dirigente do Partido Republicano Português, posição de modo a sobrepor-se à orientação da Câmara do Senado.

Mas, Sr. Presidente, .o Sr. Ministro das Finanças teve razão: as minhas considerações têm sido longas, não têm sido talvez das mais judiciosas, e S. Ex.a não as tem ouvido nem as podia- ouvir porque em volta do Sr, Presidente do Ministério está sempre uma corte -de pessoas que absorvem a sua atenção, que o impossibilitam de colher os elementos necessários para poder, com justiça, pronunciar-se sobre a proposta que eu apresentei e sô« b^e a qual o .Sr. Silva Barreto já o informou no sentido de ela não ser votada.

Mas o Sr. Vítorino Gruimarães, se consultar a sua consciência de chefe do Governo e Presidente do Ministério, há-de leinbrar-se bem que esse favor é bem diferente daqueles serviços que o mesmo Senador lhe tem prestado em nome daquela facção do partido a quem a política do Sr. Vitorino Guimarães não podia agradar, pois foi ele o mais combativo dos seus elementos, foi a pessoa organizadora de tocias as cascas de laranja para serem atiradas aos pés do Sr. Presidente do Ministério..

Mas,1 neste momento em que é precisa a solidariedade do Sr. Presidente do Ministério, pedem-lhe que não concorde porque a situação financeira do Estado periga se se conceder a pensão a José An-tunesi Nega-se essa pensão porque se trata do humilde cidadão José Antunes, pois se ele fosse o Ex.m° Sr. Dr. José Antunes logo o Sr. Silva Barreto diria: a pensão de 100$ é pouco; passa a ter 1.000$.

Mas como ele é humilde, como ele não é candidato a Ministro, como não vai com; petir com S. Ex.a, lá por Leiria, ao lugar de Senador, que continue a estender a mão à caridade pública acompanhado de sua pobre esposa, porque não foi Ministro plenipotenciário, porque não é Senador, porque não foi oficial superior da armada, porque apenas soube escrever uma página de um livro: ajudando a proclamar a República em 1910, combatendo em 14 de Maio e escalando Monsanto.

Essa é que é. a boa virtude, mas isso para o Sr. Silva Barreto é de somenos importância.

Enxerto não, Sr. Ribeiro de Melo, não pode ser, porque enxerto não foi ó que o Sr. Artur Costa fez. ,; Então a proposta ministerial não vinha ali, não dizia: proposta para a família de João Chagas, de Fiel Stockler e de França Borges?

Não isso foi um sonho, o Sr. Artur Costa não pôs cousa nenhuma. Quem enxertou foi Ribeiro de Melo, quem enxertou foi José Antunes.