O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 16 de-J^nha de 1925

23

Se eu estivesse presente nesse-dia e visse que havia, projectos como este de, José Antunes, eu olharia apenas aos serviços prestados à República sem me importar se aquele a quem o projecto dizia respeito era pequeno ou grande. . Mas não se procede assim e o que convém é declarar enxerto a minha proposta para assim satisfazer Q desejo do Sr. Silva Barreto e aprovar-se a proposta inicial.

Se não sofreu maior discussão na secção a minha emenda, foi simplesmente porque se me prometeu que, embora rejeitada na secção, ela viria à sessão plena e, desde que o Sr. Ministro das Finanças dissesse quê concordava com ela, o Sr. Silva Barreto, em nome da maioria, assim o declarou} garantiu que esta a aprovaria, e o Sr. Afonso de Lemos fez igual declaração, o mesmo fazendo outros Srs. Senadores dos diferentes partidos.

O Sr. Silva Barreto (interrompendo):— Mas desde que fosse uma proposta aparte.

O Orador: —V. Ex.a lembra-se que alguém em primeira mão anunciou na secção que melhor seria um projecto meu do quo este enxerto, como V. Ex.a declarou, ao que eu respondi que a secção bem sabia quanto tempo demora a apreciar um projecto de lei, que as Câmaras estão prestes a fechar e o projecto de José Antunes não teria tempo de ser aprovado e ele continuaria na miséria.

,;Foi ou não foi assim, ,Sr. Silva Barreto ?

,?Foi ou não foi assim, Sr. Afonso de Lemos ?

Foi então que me disseram que estava resolvido o problema, e parece-me que quem levou a questão para esse lado foi o Sr. Mendes dos Reis.

' S. Ex.a disse: «P.ois bem, a secção rejeita a emenda, ela vai à secção plena e se o Sr. Ministro das Finanças concordar está o Sr. Ribeiro de Melo garantido porque os leaders se comprometeram a votá-la nesse caso».

Creio ter assim explicado aos meus colegas que não estiveram na secção a razão por que não recaiu ali uma maior discussão sobre a minha emenda.

Mas havia ainda uma outra razão, é que eu esperava um documento do regedor da freguesia, e que só me podia chegar no dia seguinte àquele em. que o caso foi tratado na secção, e esse atestado assegura, de uma maneira bem evidente, o republicanismo do cidadão José Antunes.

Este homem, José Antunes, é um republicana, e não um criado.ou um protegido do Senador Ribeiro de Melo. . Assim, Sr. Presidente, é' que está certo ; assim é que ficou combinado na Secção : pedir ao Sr. Ministro das Finanças para dizer em sessão plena se concorda ou não com a esmola de 100$ mensais para o revolucionário civil, para o homem que está cego, para o serventuário da Caixa Geral de Depósitos, de onde saiu a seu pedido, mas confiante no altruísmo dos dirigentes daquele estabelecimento, esperando a esmola duma/pensão que não lhe, foi dada.

E essa a razão por que aparece agora-este enxerto, como lhe chamaram, para se conceder uma esmola a quem dela precisa.

E uma esmola para um homem que soube honradamente desprender-se do emprego que lhe garantia a sua existência, não querendo estar a ganhar da Caixa Geral de Depósitos o seu vencimento mensal quando a ele não se julgava já com direito, por não poder trabalhar, .devida à sua cegueira.

O Sr. Presidente: — V. Ex.a fica com a palavra reservada para a próxima sessão. • Tem. a palavra o Sr.^Costa Júnior.

O Sr. Costa Júnior:—Eu tinha pedido a palavra para quando estivesse presente o Sr. Ministro da Instrução. Como S.Èx.a não está, dispenso-me do usar da palavra.