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Sessão de 16 de Junlio de 1920

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estava em boa companhia ao lado do outro que propôs o Sr. Artur Costa, deve portanto a sensibilidade do Sr. Silva Barreto aqui'etar-se porque a pessoa visada na minha proposta não é menos republicana do que aqueles que nós homenageamos, e, se vivos fossem, sobretudo o republicano popular e democrático que foi França Borges.^ só se sentiriam honrados com a companhia, porque França Borges não era o príncipe da República nem o fidalgo da República, não estava no meio da banco-cracia nem da plutocracia, vivia única e simplesmente da sua pena, do combato que dava corajosamente à monarquia, e que se preparava dentro da República para combater os neo-republicanos que vieram de corrida, vertiginosamente. . .

O Sr. D. Tomás de Vilhena: — <_ p='p' que='que' como='como' termo='termo' ó='ó' neo--republicanos='neo--republicanos' _='_' esse='esse' explica='explica' senhor='senhor' o='o'>

O Orador: — Neo:republicano é muitas vezes V. Ex.a quando apoia determinados actos governativos, e sobretudo os republicanos que n3,o se casam com o sonti: mento nacional e sobretudo com o sentimento republicano. Aí tem V. Ex.a a mais rápida definição quo lhe posso dar.

O Sr. D. Tomás de Vilhena: — j Muito obrigado. V. Ex.a agora mete-me também na República! .

O Orador: — Se V. Ex*a tivesse vindo para a República já tinha prestado realís-simos serviços à democracia, porque V. Es.a é sincero, é um homem de bem, e pela sua prática, tanto parlamentar como até burocrática, V..Ex.a podia muito bem ser recebido, porque V. Ex.a teria pelo menos o pudor de, quando alcandorado aos melhores lugares de representação da República, havia de ter pelo menos a vergonha de não se declarar republicano mais republicano do que aqueles que fize-ram a propaganda e o 5 de Outubro.

Estou a olhar mesmo para o Sr. Silva Barreto e estou a reconhecer que S. Ex.a já está arrependido pelo facto de ter alcunhado de enxerto a minha proposta, tendo-se esquecido também que outra cousa não se podia chamar à proposta . apresentada pelo Sr. Artur Costa.

Apresentou-se agora o Sr. Silva Barreto como -defensor dos dinheiros públicos, e, senos quiséssemos apreciar S. Ex.a sob esse ponto de vista, havíamos de provar que S. Ex.a não tem. sido um prosélito na defesa desse princípio, antes, pelo contrário, tem pactuado com toda a Câmara do Senado na aprovação de vários projectos o projectículos que interessam eleitoralmente, ou- particularmente, ao Senado.

E, Sr. Presidente, nem sequer tem atacado esses projectos, o tem deixado votú--los sem prender a sua consciência de republicano e de claviculário do erário nacional, sobre se isso traz ou não aumento de despesa.

O aumento mesquinho que esta minha proposta pode trazer não representa nem significa senão unia esmola, uma esmola para quem a pede em nome dos sous direitos republicanos e nunca uma pensão que é concedida e dada á quem, investigações se não fizeram para provar que realmente a família desses mortos augustos está na'miséria.

Não. O caso em questão'é pura e simplesmente este: um republicano de sempre mas, um republicano filho do povo, que foi um dos obreiros da República porque se bateu na Rotunda em 5 de Outubro de 1910 e que foi reconhecido revolucionário civil pelo Congresso da República, como o prova o Diário do Governo, de 15 do Julho de 1913, -cegou estando impossibilitado de trabalhar.

O Sr. Ministro das Finanças naturalmente vai pronunciar-se sobre o assunto em questão, e as suas palavras vão determinar a continuação ou não da miséria de José Antunes, ou ainda a continuação desta miséria moral a quo a República tem votado tantos dos sous bons servidores.