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Diário das Sessões do Senado

patriota que em õ de Outubro e em Monsanto prestou serviços que nem o Sr. Silva Barreto prestou nem eu porque não estava presente.

Sr. Presidente: o Sr. Ministro das Finanças não podia de modo nenhum ter dado o seu acordo à proposta que se tornava cxrensiva à filha de João Chagas, porque a proposta não é da iniciativa do Sr. Artur Costa nem o Sr. Ministro das Finanças foi chamado a pronunciar-se sobre ela.

O Sr. Ministro das Finanças desconhecia, salvo melhor juízo, que se queria tornar extensiva a pensão à filha, de João Chagas.

O facto de ter sido contrariado nesta minha proposta pelo Sr. Silva Barreto não deminui em nada a consideração que eu tenho por S. Ex.* e até o amor de solidariedade republicana que me une a S. Ex.a

Se nós nos tivéssemos limitado a apreciar e até a votar favoravelmente uma proposta ministerial sem enxertos, como aquela que foi apresentada à Câmara dos Deputados, não tínhamos agora o direito de fazer recair nma votação sobre a minha proposta^ que representa o interesse que eu tenho por um republicano, uma criatura que à República tem dado toda a sua energia, ato oferecendo-lhe a vida.

Mas não; enxertou-se na proposta ministerial a proposta que diz respeito à família do jornalista França Borges, qne já tinha sido apresentada ao Senado numa das sessões do ano de 1924, salvo erro, e que ainda não tinha sido votada porque o Senado estabelecera 'O princípio de não mais votar pensões, a não ser em casos a que se possa dar o nome de sui generis.

Foi por essa razão que o projecto de lei foi, não direi rejeitado, mas posto de parte para aguardar melhor oportunidade.

Mas, Sr. Presidente, o Sr. Artur Costa, procedendo assim, procedeu como amigo o admirador do grande, jornalista que se chamou França Borges, veio dar nma satisfação a todos os admiradores desse homem, o a esses eu tenho a honra de pertencer.

Sr. Presidente: eu tive a honra de, como chefe do gabinete do Ministro do Interior, representar o Governo após o movimento de 19 de Outubro, quando se lançou a primeira pedra para o monu-

mento que se vai fazer, na Patriarcal, a França Borges.

Não fui como forma protocolar, fui como amigo de França Borges, por causa das ssas qualidades, republicano de sempre, o fui ainda devido à grande admiração que tinha por esse grande, jornalista, que deu à Eepública todo o seu esforço, e que nunca quis' receber da República um centavo sequer, nem mesmo o subsídio parlamentar, porque era contrário a que qualquer Deputado .ou Senador recebesse subsídio.

Sr. Presidente: o Sr. Artur Costa foi quem enxertou'nesta proposta de lei esta pensão, que já tinha vindo à Câmara do Senado para ser discutida e que não foi....

O Sr. Artur Costa (em aparte):—Essa proposta está pendente da Câmara dos Deputados há tempo. . .

O Orador:—Agradeço a V. Ex.a o seu esclarecimento.

O Sr. Artur Costa tem conhecimento do estado de indigência e necessidades de toda a ordem que recai sobre a Jamília desse grande jornalista; pessoas interessadas vieram ter comigo, como naturalmente foram ter com o Sr. Artur Costa e outros Srs. Senadores, que ao menos sustassem aquela determinação a que"se tinha chegado de não se votar naquela -legislatura qualquer pensão.

Eu estava convencido de que?a proposta tinha vindo da Câmara dos Deputados aprovada e que não tinha conseguido a mesma sorte nesta casa, em virtude da deliberação tomada por todos os lados da Câmara nesta altura para-se não aprovarem mais pensões. :

Mas pouco importa para o caso que isso se tivesse dado assim ou não, o caso é que é um enxerto, e serve à maravilha para justificar aquele outro enxerto que alguns Srs. Senadores desumanamente não querem aceitar porque dizem que vai amesquinhar a proposta ministerial e vai deminuir o prestígio desses grandes vultos que em vida se chamaram João Chagas. .Fiel Stockler 'ou ainda o grande jornalista França Borges.