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Sessão de 16 de Junho de 1920

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que está absolutamente abandonado à sua triste sorte de cego, que não tem os seus padrinhos engravatados para defender a ' sua pretensão.

£ Porque é que o Sr. Costa Júnior, com os mesmos argumentos, não discute da mesma forma as propostas referentes a ilustres cidadãos que aqui têm sido trazidas, porque - não ó uma discussão que .avilte, como o Sr. Silva Barreto pretende fazer acreditar, mas sim uma discns-" são absolutamente indispensável numa câmara de revisão, que deve estudar e analisar assuntos desta importância den-tro daquele capítulo de sobranceira honestidade e probidade parlamentar?

Mas o Sr.^Costa Júnior não o quis fa-zer.

O Sr. Silva Barreto, no seu maior argumento, palavras que eu repudio porque a minha consciência de republicano assim o obriga, fez um g'rande volume das suas conclusões, dizendo que eu tinha propositadamente trazido esta proposta única e simplesmente para evitar que fosse aprovada a proposta ministerial ou para-protelar a sua discussão.

O Sr. Silva Barreto mais uma vez fal->tou aos ditames da sua consciência e aos pruridos republicanos que o engrandecem. • - '.

Todas as vezes que tenho citado os nomes em questão, fi-lo dominado pelo -maior dos respeitos, e por mais de uma vez tenho prestado a minha homenagem a essas figuras da República. . Nós temos de ser sinceros e de declarar . sem-especulações políticas, nem o desejo de falar para as galerias, aquilo que sentimos, e ó com toda a franqueza do meu modo de ser político que eu declaro estar sempre inclinado a dar o meu voto mais para os humildes do que para aqueles que ,têm recebido da República os melhores empregos, os melhores lugares, as melhores honrarias, e que depois, por um descuido de má administração individual, dei-.xararn a sua família na miséria, se é que assim sucedeu com alguns dos que estão • em causa.

. Para os humildes o meu voto ó franco e leal, como franca e leal foi a sua atitude para com a República e para com as revoluções republicanas, dando-lhe toda a coragem da sua alma, toda a força do seu sentir, unicamente para serem consi-

derados o degrau dessa* grande escadaria por onde tem subido tantíssima gente, pessoas que-nós outros, republicanos, muitas vezes nem conhecemos, o que nos leva a esta pregunta:

Para estes, a quem a República nunca deixou de conceder favores, para estes, que tanto dentro do País como lá fora exerceram os mais altos cargos, vemos nós o Senado querer sem discussão con-•tinuar a conceder a continuação desses benefícios para as suas famílias, sem sabermos se elas estão realmente no caso de os merecer e se estão numa situação de indigência que obrigue o Estado a dar-lhes uma pensão. - • x Mas para os humildes, como José Antunes, levanta-se logo o Sr. Silva Barreto, que pertence a esse funcionalismo humilde que nós tanto elogiávamos no tempo da propaganda, o funcionalismo das escolas primárias.

O Sr. Silva Barreto, que é chefe de repartição e Senador, há muitos anos membro do directório, amanhã Ministro, depois Presidente do Ministério e, quem sabe, se aí por 1930 ou 1932, Chefe de Estado, não se lembra do republicano sem nome, que não foi Deputado, não foi •Senador nem Ministro e que não há-de ser Presidente do Ministério nem Presidente da República.

Para este humilde os 100$ de pensão são regateados e temos de vir perante o Sr. Ministro das Finanças pedir-lhe que nos diga se o 'Estado está em coudições de poder, pagar a pensão e dizer-lhe que feche os olhos e esqueça num momento toda essa horda de funcionários contratados que estão entrando para as repartições do Estado contra a expressa dispo-.ção da lei n.° 971.

Feche os olhos,' Sr. Presidente do Ministério, e não se lembre que na comissão fiscalizadora de câmbios e tantas outras, um dos seus antecessores, oxSr. Álvaro de Castro, contratou funcionários que têm maiores - vencimentos que os de carreira, feche os olhos a todas as pensões que têm sido concedidas no tempo da R@pú-blica sem se investigar se essas famílias estão em condições de merecer a esmola ^do Estado.