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4 DE ABRIL DE 1944 399

vemos o preço de custo da energia produzida por essa barragem e sabemos aquilo que pagamos hoje, que inveja, que ansiedade, não se põe no nosso espírito por ver realizada essa obra.

De qualquer maneira direi, Sr. Presidente: não pretendamos arranjar uma solução óptima, visto que o óptimo é inimigo do bom. Se esse estudo está feito, está concluído e capaz de ser executado, que se realize, porque para o muito que se encontra ainda por fazer

sempre haver forma de atenuar, se houver motive para isso, qualquer carestia de preço que resulte da execução desse estudo.

O que digo é isto: é preciso começar a resolver este problema, mas começar de facto, porque chega a parecer inconcebível que nos tenhamos mantido nesta situação apenas com interesse dos que nos exportam para cá o carvão e com dificuldades para nós e atrofia do nosso desenvolvimento económico.

Faço, pois, os meus melhores votos por que nesse campo se entre em matéria de realizações. Se porventura esse projecto é arrojado, tanto melhor, porque ao menos teríamos começado com uma obra que se impunha, para nos dar a certeza de se fazer tudo o que é indispensável que se faça.

Sr. Presidente: ainda uma outra observação.

Diz o ilustre relator sobre o trabalho da Junta Autónoma de Estradas palavras de elogio que estão no sentir de todos nós. É indubitável que essa Junta tem trabalhado por forma a bem merecer de todo o País; mas quero fazer uma observação, e observação que por circunstâncias especiais tenho tido ocasião de verificar que é inteiramente de consignar.

As estradas construídas neste País têm aumentado

extraordinariamente, e isso já justificaria a necessidade de aumentar-se a verba necessária para a sua conservação, porque é evidente que quanto mais estradas houver maior será o dispêndio na sua conservação.

Mas paralelamente aumentaram todos os encargos, aumentou o custo dessas reparações, e no entanto a verba mantém-se a mesma.

Aproveito o ensejo para chamar a atenção do Governo para a absoluta conveniência de equiparar essa verba as necessidades actuais, porque, a não ser assim, apesar de todos os esforços, apesar da boa vontade e da proficiência da Junta Autónoma de Estradas, é evidente que começarão a aparecer estradas escangalhadas, e V. Ex.ªs já sabem, por uma dura e amarga experiência do passado, que a estrada que não se conserta é uma estrada rapidamente arruinada, que não só não tem nenhuma utilidade económica, mas é um factor de desordem económica.

Feito este apelo para que o Governo encare um problema da maior magnitude como é a reparação das estradas, até mesmo pela tradição de horror que há no nosso espírito e recordação do tempo em que as estradas eram um amontoado de buracos, absolutamente intransitáveis, e para que não volte de novo ao País essa tradição, faço votos por que a verba de reparação de estradas entregue à Junta Autónoma seja de molde a poderem-se reparar todas as estradas.

Pedindo desculpa da minha impertinência, de ter alongado tanto as minhas considerações (não apoiados) e dando o meu voto à aprovação das contas, agradeço a atenção que me dispensaram.

Vozes: - Muito bem, muito bem! O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - A ordem do dia da sessão de amanhã será a continuação da discussão das Contas Gerais do Estado referentes a 1942 e também a apreciação das Contas da Junta do Crédito Público.

Está encerrada a sessão.

Eram 17 horas e 45 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

José Pereira dos Santos Cabral.
Manuel José Ribeiro Ferreira.

Srs. Deputados que faltaram a sessão:

Acácio Mendes de Magalhães Ramalho.
Albano Camilo de Almeida Pereira Dias de Magalhães.
Alberto Cruz.
Albino Soares Pinto dos Reis Júnior.
Amandio Rebelo de Figueiredo.
Artur Proença Duarte.
Francisco Eusébio Fernandes Prieto.
João Garcia Nunes Mexia.
Joaquim Saldanha.
Jorge Viterbo Ferreira.
José Nosolini Pinto Osório da Silva Leão.
Júlio César de Andrade Freire.
Luiz Cincinato Cabral da Costa.
Luiz José de Pina Guimarães.
Luiz Maria Lopes da Fonseca.
Pedro Inácio Álvares Ribeiro.

O REDACTOR - Leopoldo Nunes.

IMPRENSA NACIONAL DE LISBOA