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REPÚBLICA PORTUGUESA

SECRETARIA DA ASSEMBLEIA NACIONAL

DIÁRIO DAS SESSÕES

SUPLEMENTO AO N.° 100

ANO DE 1947 12 DE MARÇO

ASSEMBLEIA NACIONAL

IV LEGISLATURA

CONTAS GERAIS DO ESTADO DE 1945

Parecer da comissão encarregada de apreciar as contas públicas

(Artigo 91.° da Constituição)

INTRODUÇÃO

1. Não parecem ser muito animadoras, neste fim de ano de 1946, as notícias que chegam de toda a parte sobre as futuras condições da vida financeira e económica da Europa e, consequentemente, do resto do Mundo. A guerra acabou nos campos de batalha há mais de um ano.
Mas a Europa Central e do Sul - desde o Reno até não se sabe bem onde e desde o Mar do Norte e Báltico ao Mediterrâneo -, que devia há bastantes meses estar em período de franca reconstrução, encontra-se ainda hoje sob o peso de acontecimentos e discussões políticas, que lançam incertezas sobre o futuro nos espíritos de populações atormentadas.
Grande parte dos habitantes dessas zonas produzia e consumia antes da guerra vastas quantidades de artigos da mais variada natureza e todos os povos comparticipavam de qualquer modo no seu comércio externo - como importadores e exportadores. O desaparecimento abrupto de tão valiosos mercados e a falta de produção e consumo de largas quantidades de mercadorias influíram altamente, não apenas na vida dos que habitam essas regiões, mas também, em apreciável percentagem, na de outros povos, entre os quais se encontra Portugal e os seus domínios de além-mar.
A guerra desconjuntou ou derruiu vastos instrumentos de produção construídos pelo labor de dezenas de anos e arrasou a economia agrícola de largas áreas que poderosamente concorriam para a alimentação de densas populações.
O primeiro ano de paz, ou talvez se possa dizer o primeiro ano de tréguas, ameaça arruinar o que foi poupado pelo desvairo que durante meia dúzia de anos atingiu a actividade de quase todo o Mundo.
A catástrofe apocalíptica que desabou sobre o globo no 2.° semestre de 1939 há-de fazer-se sentir por muitas dezenas de anos ainda e os seus efeitos hão-de marcar, para todo o sempre, uma indelével mancha na civilização ocidental.
As suas consequências interessam à vida do Mundo e a todos os países que o formam. Interessam-nos também