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832 DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 101

tiva em relação ao vinho do Porto e a desejável para o ciclo económico da lã é perfeito e está dentro do meu conceito e até do meu voto quando sugiro que seja criada a corporação da lã, uma vez organizados todos os sectores intervenientes no seu ciclo económico.
Sr. Presidente: para não fatigar mais a Câmara, e porque não insistiram nesse ponto os meus ilustres opositores, reafirmo, tomando como meus os argumentos do meu amigo Sr. Dr. Nunes Mexia e outros Srs. Deputados, tudo quanto foi dito acerca de fábricas de lavagem e pontearão, como único meio de valorizar as lãs nacionais sem gravame, repito, para o consumidor.
Para terminar: toda a matéria discutida se contém nos votos que submeti à consideração da Câmara na sessão do dia 5, os quais se condensam na moção que mandei para a Mesa e que, creio, não colide com as dos Srs. Deputados Dr. França Vigon e Dr. Mário de Figueiredo, estando de acordo com a doutrina da última. Pêlos alvitres apresentados na minha moção se apagará a especulação económica, política e até social com que se adensou o debate.
Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - Não está mais ninguém inscrito para o debate, mas o Sr. Deputado Soares da Fonseca pedia a palavra para simples explicações, em vista de referências que lhe foram feitas.
Tem a palavra o Sr. Deputado Soares da Fonseca para explicações, que peço sejam muito breves.

O Sr. Soares da Fonseca:-Sr. Presidente: agradeço a atenção de V. Ex.ª em me conceder a palavra para uma breve anotação, que é a seguinte:
No meu discurso de ontem citei um exemplo de alta produção de leite num rebanho seleccionado.
Muito de propósito, escolhi esse exemplo no Alentejo, por ser lá exactamente que muitos lavradores cuidam especialmente da produção, da lã e da carne, descurando a exploração do leite.
Indiquei os números que o próprio lavrador me forneceu e devo acrescentar que o exame do sen interessante caso me fora aconselhado por técnicos competentes dos nossos serviços oficiais.
Posso acrescentar agora outro caso, verificado noutra região e com outra raça ovina, menos corpulenta e há muitos anos conhecida pela sua aptidão ao género de exploração que indiquei como reputado preferível.
Trata-se de observação rigorosa, feita com 680 ovelhas brancas e 142 pretas. A experiência demonstrou que a média de produção de leite obtida foi de 118 litros nas ovelhas brancas e de 126 nas ovelhas pretas.
Os números acabados de citar são oficiais. Estiveram patentes num concurso de pecuária realizado no ano passado em Oliveira do Hospital.
Digam-me embora que também este caso é de um rebanho seleccionado. O que eu pergunto é se, além de ser certo que um rebanho explorado para a produção de leite dá maior rendimento do que um rebanho explorado para a produção de lã, custará aceitar-se desde já, na produção normal, média superior aos aqui chamados vulgares 50 litros. Perguntarei sobretudo se não será evidente a possibilidade de ir progressivamente aumentar, com extraordinária vantagem, os rebanhos de boas raças leiteiras.
Era esta a anotação que desejava fazer constar do Diário das Sessões.

O Sr. Presidente:-Dou por concluído o debate sobre esta matéria.
Como a Assembleia sabe, estão na Mesa três moções.
A primeira foi apresentada por vários Srs. Deputados, figurando em primeiro lugar o nome do Sr. Deputado Franca Vigon, e que V. Ex.ª já conhecem por já ter vindo publicada no Diário das Sessões; outra é do Sr. Deputado Mário de Figueiredo, que foi hoje apresentada e lida à Assembleia; a terceira é a moção enviada há pouco para a Mesa na segunda intervenção no debate pelo Sr. Deputado Figueiroa Rego, e que V. Ex.ª ouviram ler, estando também assinada pelos Srs. Deputados João Garcia Nunes Mexia, José Martins de Mira Galvão, José Penalva Franco Frazão, Luís Teotónio Pereira, Rui de Andrade, Luís Cincinato Cabral da Costa, João de Espregueira da Bocha Paris e Francisco de Melo Machado.
Das considerações do Sr. Deputado Figueiroa Rego, porém, concluo que S. Ex.ª perfilha a moção do Sr. Deputado Mário de Figueiredo e retira a sua.

O Sr. Figueiroa Rego: - Pedi a palavra, Sr. Presidente, para solicitar de V. Ex.ª licença para retirar a minha moção.

Consultada a Assembleia, foi autorizado.

O Sr. Presidente: - Interrompo a sessão por uns momentos.
Eram 19 horas e 17 minutos.

O Sr. Presidente:- Está reaberta a sessão. Eram 19 horas e 21 minutos.

O Sr. Presidente:- Vai proceder-se à votação.

O Sr. França Vigon: - Sr. Presidente: devidamente autorizado por alguns Srs. Deputados que comigo subscreveram a moção que apresentei e convencido de que os que não estão presentes não discordam do pedido que vou fazer, peço licença para também retirar a minha moção.

Consultada a Assembleia, foi autorizado.

O Sr. Presidente:- Vai, então, votar-se a moção do Sr. Deputado Mário de Figueiredo, única que subsiste.

Submetida à votação, foi aprovada.

O Sr. Presidente: - A próxima sessão é amanhã, à hora regimental, com a seguinte ordem do dia: discussão do projecto de lei apresentado pelo Sr. Deputado Mira Galvão sobre o parcelamento da serra de Mértola e da proposta de lei em que se converteu o decreto-lei sobre o plantio da vinha.
Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 25 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

Alexandre Alberto de Sonsa Pinto.
Álvaro Eugênio Neves da Fontoura.
António Maria Pinheiro Torres.
Artur Proença Duarte.
Artur Rodrigues Marques de Carvalho.
Diogo Pacheco de Amorim.
Francisco Higino Craveiro Lopes.
Henrique dos Santos Tenreiro.
Herculano Amorim Ferreira.
Jorge Botelho Moais.
José Alçada Guimarães.
José Dias de Araújo Correia.