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DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 151 578

figura mundial, que até nos países governados por sistemas diferentes do nosso se aponta como exemplo.
Ele tornou coesa e forte uma nacionalidade em perigo de desmembramento e de ruína total, promoveu a regeneração financeira e a reconstituição económica do País, criou uma doutrina e fixou-a no sentimento e no esforço de todos os portugueses.
A sua extraordinária clarividência política preservou-nos dos perigos e ruínas da guerra que devastou o Mundo, ajudando consideravelmente a vitória dos que melhor serviam a Paz e a independência de Portugal- pontos sólidos de apoio do nosso glorioso ressurgimento.
A todos os sectores da vida nacional essa obra chegou; onde havia desconfiança brotou a fé. À desordem sucedeu a ordem.
Satisfizeram-se as necessidades e aspirações - tão antigas e justas - dos povos das cidades, como das mais humildes povoações. À luta de classes opôs-se a colaboração leal e efectiva do Capital e do Trabalho.
Aos deficits orçamentais contrapôs os saldos avultados de muitos milhões de contos, aplicados em obras reprodutivas e de valorização nacional.
Onde havia moeda fraca existe hoje a que todo o Mundo aceita com a maior confiança.
Em vez de dívidas e empréstimos solicitados a outros países, somos nós hoje -quem empresta. Tudo que compramos se paga logo e às vezes ainda antes de receber as mercadorias.
O Estado tornou-se em todos os aspectos e emergências, na feliz frase do próprio Prof. Salazar, "uma pessoa de bem".
O Homem aí está, grande, forte, prestigiado e sereno, como sempre. A Nação elevou-se no conceito universal a uma altura nunca igualada.
As directrizes do Governo Português, presidido por Salazar, já não servem apenas Portugal, mas a própria Europa, oferecendo ideias de cooperação indispensáveis à reconstrução e à vida da parte do Mundo a que pertencemos. Foram vinte anos.
Quando se considera o curto espaço de tempo, em relação à história de um país, ainda mais temos para agradecer à Providência o Homem excepcional que salvou a sua Pátria do abismo e a tornou forte, rica, progressiva e prestigiada.
Sr. Presidente: permita V. Ex.ª que eu dirija as minhas últimas palavras neste momento à gente nova do meu País, à geração depois da minha, àqueles que já não viram as manchas de sangue fratricida deixadas por dúzias de crimes políticos e sociais, a vergonha de um Parlamento onde os Deputados passavam o tempo a insultar-se e a brincar com capacetes de papel.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:-Serem esbofeteados em pleno dia, na rua, oficiais do exército, por bandidos a soldo do Governo.
O escândalo dos Transportes Marítimos, dos bairros sociais, do incêndio do depósito de fardamentos e das encomendas postais para encobrir roubos.
A entrada de 17:000 funcionários sem carteiras onde trabalhassem e muitos entre outros...
Assim era a negra e triste vida do País antes de 1926.
Eles não podem estabelecer o contraste e avaliar assim o milagre português. Eles desconhecem as incertezas e as dúvidas que tivemos, as vergonhas que sofremos.
Eles ignoram que ninguém estava seguro nas ruas e nos lares, que os próprios oficiais do exército se sentiam envergonhados da farda que vestiam.
A esses novos pertence o futuro. Vão render a guarda vigilante e firme, serena e confiada, enquanto Salazar trabalha para todos.
A sua missão é importante. Cumpre-lhes continuar a obra em pleno desenvolvimento, seguir pelo amplo e claro caminho que foi aberto, respeitar as directrizes de um Homem que abriu um dos mais profundos e largos sulcos na História de Portugal.
Cerrando fileiras em volta desse grande português, não cumprem apenas o seu dever de portugueses dignos, defendem o seu próprio futuro e o dos que virão depois.
Na tranquilidade dos seus lares puderam criar-se e tornar-se cidadãos prestantes e úteis.
Encontraram fácil o caminho da vida.
Aos seus espíritos abriram-se os mais largos horizontes.
Tudo isto e muito mais devem a Salazar.
Seguindo a sua voz e o seu exemplo, a gente nova portuguesa nos dará a certeza de que não foram inúteis os nossos esforços e sacrifícios e de que compreenderam, sentiram e reconheceram a inteligência, a probidade, a dignidade, a acção e o patriotismo desse Homem.
Pedimos a Deus que lhe conserve a saúde para poder continuar a sua obra, que não termina, porque é imensamente grande, tão grande como o seu grande amor a Portugal.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem !
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente:-Tem a palavra o Sr. Deputado Henrique Tenreiro.

O Sr. Henrique Tenreiro: - Sr. Presidente: profundamente emocionado -mas com quanto orgulho e satisfação interiores! Também venho erguer a voz nesta data memorável para render agradecida homenagem ao Sr. Presidente do Conselho.
Palavras baças e descoloridas, sem sombra daquela originalidade de que as sonhei revestir, apenas a sua intensa sinceridade lhes dará alguma vida e só a vossa generosa benevolência, Sr. Presidente e meus colegas, concorrerá para que sejam ouvidas com atenção.
É tão grande, tão acentuada e desmarcadamente superior a política levada a cabo pelo Sr. Presidente do Conselho nos seus vinte anos de Governo, é tão elevado o sen significado intelectual que não posso ter a estulta ideia de vir fazer sequer o seu despretensioso esboço.
Consciente das responsabilidades que impendem sobre mim, limitar-me-ei, pois, a emitir alguns juízos simples sobre essa actividade prodigiosa.
De entre todas as realizações efectuadas -do saldo magnífico de obras e de princípios que estas duas décadas de governação nos oferecem- parece-me que se deve primeiramente destacar e pôr em realce uma vitória moral, de fácil verificação, cuja importância o futuro ainda mais se encarregará de enaltecer: a revolução espiritual que se produziu nas consciências de todos nós.
Foi uma autêntica transformação nas almas, que, de momento a momento, e com base nos mais variados factos, todos somos instintivamente levados a considerar e a apreciar; foi uma radical mudança de atitudes e de mentalidade, que, aos mais velhos de quarenta, como eu, nos leva a dizer, com espontaneidade e sem ideias preconcebidas, perante acontecimentos desenrolados à nossa vista todos os dias: "quem nos diria, há vinte anos, que seria possível, ainda, assistirmos a isto!".

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-E se, antes de mais nada, desejo vincar perante V. Ex.ª a convicção em que estou de que realmente se produziu no nosso País uma profunda mutação nos espíritos, é porque julgo que esta faceta do pró-