O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

28 DE ABRIL DE 1948 581

dicional da sua pessoa, mais alto, muito mais alto, Salazar vive e consome-se na suprema e exclusiva aspiração de bem servir a Pátria.
Bem haja o Sr. Presidente do Conselho; curvemo-nos, agradecidos, perante o seu grande exemplo.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Froilano de Melo: - Sr. Presidente: é mais fácil tecer uma coroa do que encontrar uma cabeça digna de a usar, disse-o Goethe, o grande espirito universal cuja flama iluminará eternamente os intelectos e os corações da Humanidade.
Pois, meus senhores, um homem que vem de longe e que, mercê de longos contactos com variadas e longínquas terras, aprendeu a libertar-se da rede das paixões que tanta vez obscurecem o entendimento humano vem afirmar-vos que essa coroa e essa cabeça fez Portugal o milagre de as conceber e gerar no seu seio.
A coroa é feita de rosas belas, como as flores de Santa Isabel: chamam-se a paz que desfrutamos neste Mundo revolto de malquerenças e de ódios; chamam-se essa magnífica floração de urbanismo que agita o País, tranquilo, empreendedor e laborioso, protegido, graças a Salazar, contra as tormentas que em outras terras juncaram o solo de gritos de moribundos e de escombros das habitações; chamam-se a prosperidade das nossas finanças e a valorização do nosso crédito no mercado internacional; chamam-se, enfim, a vida de renascimento que faz reviver em Portugal, em nossos dias, o espírito construtivo do período seiscentista e da época pombalina.
É digna de ostentar essa coroa a cabeça de Salazar!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: -Vem a Índia Portuguesa apor nessa coroa uma rosa mais: é a sua profunda ternura pelo homem honesto e austero, que, na simplicidade e na modéstia do seu viver, lhe recorda a grandeza dos seus visionários e dos seus ascetas.
É esta a fibra que mais prende a alma de Salazar à alma indiana.
E na sua visão de justo e de iluminado a Índia confia para que, apreendendo as dificuldades do momento que passa, aplaine as barreiras que procurem, porventura, dividir os dois povos irmãos e eleve a Índia à categoria política a que têm jus a sua cultura e o seu patriotismo.
Porque a nossa índia, avessa por essência ao espírito de revolta, é toda ela um escrínio de fé, que crê sobretudo, e mais que tudo, na vitória final da força da verdade. E em Salazar confia para que faça revigorar aquele sentimento que foi sempre o orgulho dos meus compatriotas: o de serem profunda e orgulhosamente portugueses.
São estes os sentimentos da Índia e, estou certo, são também os sentimentos de todo o ultramar português.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Marques de Carvalho: - Sr. Presidente: há vinte anos, como os oradores que me antecederam brilhantemente assinalaram, qualquer coisa de transcendente s(c) passou neste País. Subira as escadas do Ministério das Finanças alguém que trazia à decadência duma .nação gloriosa uma mensagem de salvação. A cura daquela a doença da Pátria", que Carmona, o honrado promotor de justiça no julgamento dos homens de 18 de Abril, lapidarmente diagnosticara, ia sem dúvida consolidar-se. Aparecera o Homem que nas crises graves dos povos - quando o mal não é de morte - providencialmente surge a polarizar todas as forças salutares de reacção.
E não era de morte o nosso mal, "Sr. Presidente, porque a Nação queria decididamente salvar-se. Dois anos antes, em 28 de Maio, o exército, como grande força ainda incorrupta, proclamara na plenitude dum mandato nacional esse desejo d Os que supunham, porém, que o mal era menos profundo, que não gangrenava já os vigamentos vitais da própria existência nacional, iam-se deixando tentar por uma definição confrangedoramente modesta dos objectivos da Revolução.
E, assim, aparece a divisa "pôr a casa em ordem" como lema de governo. Graças a Deus, Sr. Presidente, tal definição programática fora, desde logo, apontada como perigosamente insuficiente e combatida por todos os que, à luz duma doutrina e aos clarões duma mística, sentiam a agudeza e a profundidade do mal.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A crise era de sistema, e, assim, a reforma teria de fazer-se fundamentalmente aios métodos e havia de desenvolver-se em ordem aos postulados rígidos duma ética.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O acesso de Salazar viria alargar dessa sorte os objectivos do movimento, arrancando-o do plano rasteiro de mero arranjo doméstico e dando-lhe virilmente o sentido da altura.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não pode haver hoje qualquer dúvida, Sr. Presidente, de que ã reacção nacional estaria condenada a perder-se uma vez que se limitasse à implantação de um estado de facto para uma arrumação de emergência, empreendida -é certo- por homens de boa vontade e sã intenção, mas, nesse ponto, tão ingénuos como o artista que pretendesse eternizar motivos de beleza ao desenhar na água ...

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sim: aquele professor de Finanças surgira, por sagrado chamamento da Pátria, a tomar em suas mãos sábias e honradas os destinos do movimento que logo assumiria, ao sopro criador do seu génio político, a amplitude de verdadeira Revolução Nacional.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E assim que, Sr. Presidente, surgem no meu espírito, indissoluvelmente ligadas, três datas que marcam os três passos dominantes do processo de redenção de uma pátria.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: -18 de Abril, 28 de Maio e 27 de Abril - três datas de Primavera! - são complementos mútuos de um mesmo facto histórico.
A primeira aponta uma reacção inicial que, apesar de fracassada no plano militar, foi desde logo, sob certos aspectos, triunfante, até porque revelara aquele que, diagnosticando a "doença da Pátria", estava predes-