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DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 151 582

tinado para vir a presidir, superiormente ao seu processo de cura.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A segunda assinala o triunfo militar, que coloca as forças armadas ao serviço incondicional da obra de salvação.
Na terceira assegura-se pela doutrina a convalescença, para depois se consolidar a cura, abrindo caminho à criação de instituições próprias e promovendo a implantação de uma técnica que traria o desenvolvimento de toda uma acção transfiguradora.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sem a última daquelas três datas, Sr. Presidente, as outras duas não teriam tido o sentido histórico que veio a dar-lhes vincado sulco nos destinos da Pátria. Sem as duas primeiras, porém, não existiria o condicionalismo que tornou possível o comando de Salazar.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E sem uma nação com vontade decidida de salvar-se, que se entregara com fé àquele comando esclarecido e fizera quase alegremente os sacrifícios necessários, tudo terra sido inútil.
E, assim, Sr. Presidente, que, ao pedir a palavra paira falar sobre a data de hoje, eu visava qualquer coisa mais do que fazer o elogio dum Homem, até porque já está feito em todos os tons e em todas as latitudes ...
No plano académico, sim, interessaria o estudo pormenorizado da figura, a exibição a plena luz de todos os seus contornos, a análise documentada do poder da sua vontade forte e da luminosidade clarividente da sua inteligência. Aqui, no seio da representação nacional, pareceu-me isso menos certo do que a simples meditação sobre a transcendência .política da data que hoje se comemora e que, se foi o ponto culminante dum ciclo de reacção salutar, marcara só por si a adopção duma doutrina e a íntima aliança entre a Nação e o seu Chefe político para a obra construtiva que viria a dar-lhe o orgulho patriótico e a solidez bastante para resistir com êxito aos vendavais ciclópicos com que o Destino viria a vergastar o Mundo.

Vozes: - Muito bem !

O Orador: - Sem o 27 de Abril, Sr. Presidente, privado o País de uma vertebração ideológica eficaz, amortecidos os sentimentos que constituem os seus mais sagrados fundamentos rácicos, como Nação que pela Cruz e pela Espada se desenvolveu e projectou no Mundo a fazer cristandade, secas as fontes do mais legítimo orgulho nacional, obliterada a noção das nossas obrigações para com uma civilização que, como ninguém, ajudámos a criar, desacreditados internacionalmente como país de más contas, como povo mau pagador, sem o 27 de Abril, Sr. Presidente, começaríamos por não ter visto claro o interesse nacional em face da guerra de Espanha, depois não poderíamos ter mantido a fecunda dignidade da nossa atitude no conflito mundial e, por último, não teríamos tido a armadura que nos tem permitido resistir às infiltrações de uma mística satânica que, soprada do Leste, vai derrubando como robles carcomidos, um a um, povos valorosos, escravizando-os para serviço diabólico de uma gigantesca potência do mal.

Vozes: - Muito bem !

O Orador: - O 27 de Abril, Sr. Presidente, não trouxe um César a governar de fora para dentro um país sob ocupação militar. Não! O significado específico dessa data é o da decisão viril de um povo decaído que quer salvar-se e que, encontrado por intuição providencial o condutor próprio, deliberadamente se entrega para u consecução de uma obra comum.
E, assim, Sr. Presidente, aquela mensagem de salvação que, subidos os degraus do Ministério das Finanças, Salazar trouxera há vinte anos do próprio País tinha emergido, da sua ânsia de redenção interpretada por quem teria depois a sabedoria necessária para dar movimento criador às suas forças mais profundas e clara inspiração às suas mais fortes, razões de sobrevivência.
Ê a esta luz, Sr. Presidente, que, como já disse, evocar o 27 de Abril é mais do que fazer o elogio de um Homem, pois essa data contém, íntegro e em verdadeira grandeza, o elogio do povo português.
Foi para o fazer, Sr. Presidente, que eu pedi a palavra com a mais viva satisfação, por ter a honra de ser seu representante nesta Casa.
Tenho dito.

Vozes:-Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados: considero com viva satisfação a forniu calorosa como a Assembleia sublinhou as palavras dos oradores que tão brilhantemente se referiram ao aniversário que hoje se comemora e, para dar satisfação a tais sentimentos e para me associar às justíssimas homenagens que a Câmara acaba de prestar ao grande homem de Estado que hoje atinge vinte anos de exercício de Governo, vou designar uma deputação que pessoalmente apresente ao Sr. Presidente do Conselho os votos da Câmara e os seus cumprimentos pela data de hoje.

Vozes gerais: - Muito bem! Muito bem!

O Sr. Presidente: - E como expressão máxima das homenagens que esta Casa pode prestar vou levantar a sessão e encerrar por hoje os nossos trabalhos (Apoiados gerais).

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - A deputação será constituída, além da Mesa, pelos ilustres oradores da sessão.

Vozes: - Muito bem!

A próxima sessão será amanhã, às 11 horas, com a mesma ordem do dia que estava designada para a sessão de hoje.
Está encerrada a sessão.

Eram 16 horas e 45 minutos.

Sr. Deputados que faltaram à secção:

Armando Cândido de Medeiros.
Artur Proença Duarte.
Augusto César Cerqueira Gomes.
Belchior Cardoso da Costa.
Camilo de Morais Bernardes Pereira
Fernão Couceiro da Costa.
Gaspar Inácio Ferreira.
Horácio José de Sá Viana Rebelo.
Jacinto Bicudo de Medeiros.
João Mendes da Costa Amaral.