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454 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 76

As estradas estão já concluídas e todas as demais obras e fornecimentos foram adjudicados em 1950, esperando-se que as centrais entrem em serviço nos fins de 1952. O plano em execução permitirá dispor, de entrada, de 16 milhões de kWh anuais, ou seja mais de 2,5 vezes o máximo produzido pela central térmica do Funchal.
Não é possível determinar ainda o preço da futura energia a fornecer ao público, prevendo-se, porém, que seja inferior em 50 por cento ao custo da energia actual, com a vantagem de tornar desnecessário o dispêndio anual de 2:000 a 3:000 contos com a aquisição de carvão ao estrangeiro.
Está prevista uma 2.ª fase de aproveitamentos hidro-agrícolas e hidroeléctricos, a começar em 1954, abrangendo vastas regiões agrícolas e computada em 30:000 contos. Nessa 2.ª fase avultam as obras de beneficiação da zona compreendida entre o Funchal e Machico, que permitirão resolver o problema de abastecimento de água à cidade do Funchal pela abertura de túneis, numa extensão de 13 quilómetros, ligando e encurtando a distância entre o norte e o sul da ilha, e, simultaneamente, encarar a possibilidade da produção de um maior volume de energia.
A importância e o alcance económico e social desta obra foram expressamente reconhecidos pelo Governo ao autorizar que a Comissão Administrativa dos Aproveitamentos Hidráulicos procedesse antecipadamente, por administração directa, à perfuração parcial do maior túnel que é necessário abrir para o fim em vista.
Sr. Presidente: ao referir estas grandes realizações - a das estradas e a dos aproveitamentos hidráulicos - não posso deixar de exprimir o «profundo reconhecimento da Madeira por ver efectivadas estas duas obras, que foram anseio e aspirações de algumas gerações, englobando no mesmo pensamento de gratidão o Governo, os últimos Ministros das Obras Públicas e das Finanças, especialmente o Sr. Engenheiro José Frederico Ulrich, que há precisamente um ano visitou pessoalmente os trabalhos em curso, e anula os engenheiros da Junta Autónoma de Estradas, dos serviços hidráulicos e da Junta Geral do Funchal; e, quanto aos aproveitamentos hidroagrícolas e hidroeléctricos, todo esse conjunto admirável de engenheiros, topógrafos, simples operários e trabalhadores que deram o seu concurso a este grande e arriscado empreendimento, ao serviço do qual um técnico distintíssimo, o engenheiro Amaro da Costa, pôs uma competência que só pode ser igualada pela sua grande e inexcedível dedicação.
As obras dos aproveitamentos hidráulicos serão completadas por um plano de rearborização, cuja efectivação acaba de ser assegurada pelo Decreto n.º 38:178, de 22 do corrente, e pela publicação do qual muito se interessaram os Srs. Ministros da Economia e das Finanças e Subsecretário de Estado da Agricultura.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - De nada servirá, efectivamente, captar e aproveitar águas se não se mantiver a regularidade de volume destas, evitando a erosão e impedindo que, por falta de uma arborização adequada, a água das chuvas corra, para o mar, em vez de ficar armazenada na ilha, que precisa de absorver, no seu interior, anualmente mais de 250 milhões de metros cúbicos de água para assegurar a regularidade das suas nascentes naturais.
Sr. Presidente: falei das duas grandes realizações do Estado Novo na Madeira. Mas, tendo este aviso prévio por fim apreciar o que se fez nos últimos quinze anos e ao mesmo tempo traçar o rumo do futuro, não posso deixar de aludir a uma outra obra, de maior envergadura ainda, cuja realização corresponde à satisfação dos interesses primordiais da Madeira e dos legítimos anseios da unanimidade dos madeirenses.
Quero referir-me às obras de ampliação e apetrechamento do porto do Funchal.
Através do seu porto tem aquela ilha escoado os valiosos produtos da sua exportação - os bordados, os vinhos, as frutas -, importado o que tem de comprar lá fora para a sua subsistência e recebido a visita desses inúmeros forasteiros que animam o comércio, a economia e toda a vida locais e que fazem da Madeira a mais frequentada e concorrida de todas as estâncias turísticas portuguesas.
Para se fazer uma ideia da importância daqueie nosso porto atlântico basta passar os olhos pelo seu tráfego nos últimos vinte anos: de navios entrados e saídos, de mercadorias carregadas e descarregadas, de passageiros embarcados, desembarcados e em trânsito.
A seguinte estatística dá bem a medida dessa importância :

Movimento do porto nos anos de 1930 a 1950

[ver tabela na imagem]