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1 DE MARÇO DE 1951 449

do-os em dificuldades o ensinando-lhes por fim o que falte saberem.
E quando a razão real de um atraso, de uma negligência, de um aproveitamento, esteja na pobreza - de recursos - e é o que quase sempre se verificará - ainda haverá que vencer o mais difícil, que não será tanto, porém, se o Fundo de melhoramentos agrícolas - em que falo pela quarta vez, e de isto a medida de quanto apreço merece - puder ajudar.
Mas há ainda mais. Sob a pressão das necessidades tem-se estendido a cultura a terras menos próprias; tanto cá como em todo o Mundo, e um mal que já vinha de longe tomou proporções enormes: o tão faiado mal da erosão.
A noção dele, que não o facto, tem-se discriminado recentemente, por força da própria acuidade; mas devo dizer que em quanto tenho lido sobre o assunto ainda não encontrei resumo melhor dos seus efeitos do que em certo clássico do século de seiscentos.
Portugal, que no Douro e na ilha da Madeira apresenta os mais brilhantes e esforçados exemplos de defesa contra a erosão, sofre agudamente dele noutras regiões. É instante a necessidade de introduzir melhores processos de conservação da fertilidade do solo e da sua própria matéria: eis uma outra tarefa para a extensão agronómica, e porventura o mais brilhante e útil papel que poderemos destinar-lhe.
Em suma, parece claro que só a larga disseminação de agrónomos pelas áreas rurais, divulgando as conclusões o ensinamentos das estações agrárias e trazendo a estas contas dos resultados e novos problemas a resolver, pode provocar um aperfeiçoamento real e generalizado das nossas práticas agrícolas. E, reduzidos como estamos já a menos de um hectare por pessoa de terras agricultáveis, aliás pobres, para nosso sustento, parece ainda mais claro que é de vital interesse promover-se este aperfeiçoamento dentro do quadro de qualquer plano de fomento.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - 0 apoio agronómico à agricultura, eficazmente organizado e disseminado, representará para a Nação encargo fartamente reprodutivo, em rendimentos e segurança do seu abastecimento.
Será fácil pôr de pé em pouco tempo, porque não falta pessoal competente para o organizar e executar.
A obra será porventura demorada em resultados. Os seus frutos só passados tempos poderão ser vistos em toda a plenitude, e mesmo assim, com serem enormes, haverá que olhá-los de perto.
Não obstante, quanto mais a considero, mais a vejo urgente, e penso como o grande Lyautoy: demora muito ano? Pois então comece-se quanto antes.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador ( O Sr. André Navarro): - Sr. Presidente: são de S. Ex.ª o Presidente do Conselho as seguintes palavras: A Lei n.º 1:914 deixou de vigorar no fim de Maio e o último orçamento que lhe deu execução é o referente a 1950. Única pergunta deve, pois, ter ainda lugar como trabalhar no futuro?.
Respondo a estas palavras siniolas do Sr. Presidente Conselho simples a palavra, que representa a minha inteira confiança na [...], mentalidade que nos dirige e no seu maravilhoso sentido, de previsão dos acontecimentos, e é ela apenas continuar.
E fazendo-o, convicto estou ao que se tem trilhado, terei respondido rigorosamente, à interrogação posta, perante esta Assembleia, pelo Sr. Presidente do Conselho.
Julgo que sim. Curto período de quinze anos numa rota progressiva a partir da sombra em que vivemos durante cerca de um século, com o resultado dissiparem totalmente nuvens que, neste triste período, apenas foram, [...], atravessadas por alguns raios de luz, é de facto uma brilhante aurora rompendo prolongado ocaso. Acordamos, pois, para continuam o trabalho numa luminosa marulhada
cerca de 15 milhares de contos retirados da poupança pública a privada, através de, inteligente administração dos dinheiros do Estado e das economias particulares o ainda da confiança do capital estrangeiro ou a ele assimilado, num ritmo de apreciável constância, representa do facto obra de excepcional monta. 0 seu volume só poderá ser expresso, para dar laica a varejeira grandeza, pelo cerne em que ela se apoia: uma força armada, que continua a ser o mais puxo repositório das virtudes nacionais; um aparelho circulatório mortos, estradas, caminhos de ferro, telégrafos e telefones, marinha mercante, e - aviação comercial - ligando pessoas e interesses de todos os recantos
Os primeiros grandes aproveitamentos das forças da Natureza, estabelecimento das condições materiais para a melhoria ao vigor físico da, nossa raça e, dentro da mesma estrutura de construção, o cuidar dos débeis e dos doentes, valorizando-os para o serviço da Pátria, e como trave mestra que suporta o peso enorme de exerações, - a integridade absoluta do que o passado nos legou e que ao futuro deviemos transmitir engrandecido. Criticara-se muito o sumptuário da obra.
Mas de sumptuário apenas a altura a preceptiva e o optimismo que nasceu do passado [...]. E ainda se sentem vagamente, os dobres de finados, única de um passado recente que não foi.
Da sumptuário talvez só os estádios maravilhosos que constituem motivo de admirada, entusiástica, de todos os estrangeiros que nos visitam - e que hão ficar para as gerações vindouras com grandes mares de uma hera. E nada mais belo que - eles animalizem o grande amor que Salazar vota, problema da juventude. E nada mais...

Vozes: - Muito bem!

Vamos, pois, começar a destacar o que vemos dar maior interesse para o futuro progressivo da vida económica da Nação. E sigamos a ordem que é também a doida por alguns economistas: em primeiro lugar a Natureza e depois as actividades humanas.
Sr. Presidente: comparar a nossa demografia com a edafologia, é pôr em confronto um - objecto com a sua imagem num espelho plano, o efeito em presença causa.
Em toda a vasta extensão do Império Português cerca de 2.100:000 quilómetros quadrados - emente é de ambiente temperado. Todo resto, e este, como
vemos, é o grande naco, situa-se no tropical e subtropical. Isto significa que o território para a vida e propa-