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448 DIARIO DAS SESSÕES N.º 76

ensinam sempre obscuras em algum ponto. 0 agricultor carece de quem veja com olhos experientes o seu problema, ensine convindos hábeis ou palavras abundantes e singelas a resolvê-lo, esclareça em franca conversa todas as dúvidas.
A demonstração de resultados tem de ser-lhe feita ali mesmo onde semeia e colhe, para se certificar bem do que são e de que pode igualá-los. Precisa de ver para crer, porque, experimentará logo.
Diz se Norris Dodd, director-geral da F. A. 0., depois de uma viagem de cinco meses por muito mundo:
Não encontrei em nenhuma parte um cultivador - fosse ele muçulmano, budista, cristão ou hinduque tivesse recusado recorrer a um método que verificasse pelos seus próprios olham poder vir a acrescentar um alqueire à sua arca do grão.
0 português, acrescento eu, não será diferente.
A nossa assistência técnica à agricultura tem portanto, de ser radicalmente transformada. É preciso ir ter com o lavrador, não esperar por ele; é preciso abrir-lhe os olhos e a cabeça aos bons exemplos e às noções mais claras; é preciso espelhar agrónomos pelos campos, um em cada concelho ou coisa que tal valho, fixá-los lá e deixo-os a semearem a boa semente das técnicas mais apuradas; é preciso que esses agrónomos sejam eles mesmos a procurarem os cultivadores e, quais missionários, vão, a pouco e pouco, persuadindo aqui, incitando além, ralhando acolá, vendo e aprendendo também por sua parte, a espalhar a boa informação e a fá-la aproveitar, sem nunca se esquecerem de bem a adequar ao meio.
Os campos de demonstração têm de ser multiplicados, mas, uma vez estabelecida a confiança mútua, não faltara aos agrónomos quem lhes proporciono terras para eles e os amanhos e cuidados necessários.
Bastará então fornecer as sementes, ou os adubos, ou ai; alfaias, cujas vantagens hajam do exibir-se, o os sucessos, sob a fiscalização permanente do agrónomo, e os cuidados quotidianos do lavrador interessado estrato mais assegurados; e, uma vez vistos, o eco deles repercutindo de vale em serro e impondo as boas práticas.
Esta é a acertada maneira moderna de fazer divulgação agrícola, de [...] já [...] por experiência vasta; é dela que necessitamos se queremos fazer avançar a nossa agricultura.
Mas não bastará espalhar agrónomos pelos campos e deixá-los lá nas suas missões; é preciso apoiá-los e enquadrá-los.
As práticas que se divulguem, convirá primeiro experimentá-las. A agricultura vivo de processos biológicos e estes são por natureza funções de complexos condicionalismos ambientes; o que prova bem numa área sabe-se que pode não servir a outra.
A experiência nacional de muitos progressos agrícolas é escassa; temos sido forçados a viver muito de agronomia, traduzida, e com esta podemos. Convirá muitas vezes verificar, região por regalo, o que lhe presta e como presta, antes de divulgar pelos campos; e será necessário investigar com cuidado e método científico, em experiências que podem demorar muitos anos para atingirem séries de resultados consistentes, nas suas próprias regiões, os métodos em uso, para buscar as maneiras de os aperfeiçoar.
Para isto precisaremos de estações agrárias, distribuídas pelas principais regiões. Poderiam de certo modo desempenhar parte da [...] algumas escolas, entregues como foram ao Ministério da Educação, parece pouco possível contar com elas para o trabalho eficiente que terá de correr por outro departamento do Estado.
E às estações agrárias não deverão competir só funções de experimentação e estudo; cumprir-lhes-á assegurar todo o enquadramento dos agrónomos das suas regiões.
[...]inúmeras análises o outras determinações, que aos agrónomos de campo faltará tempo e equipamento para fazer, devem vir às estações agrarias do mesmo modo devem elas constituir apoio daqueles agentes para os problemas mais delicados ou mais raros e por fim serem suas guias e orientadoras em geral.
Assim, além da divulgação propriamente dita, toda uma enorme acção se poderá desenvolver, com óbvios proveitos, campanhas contra pragas e moléstias, estudos económicos de culturas, investigação de problemas serias ou outros de interesse agrícola, até a orientação das produções em sentidos determinados, e quantos outros.
Esta organização, nova para as de agrónomos abundantemente disseminados e estabelecidos nos campos a ensinarem e guiarem os lavradores, aprendendo também o apurando-se com eles, e de estações agrárias regionais, especialmente equipadas e afeitas no conhecimento das respectivas áreas, conduzindo os trabalhos dos agrónomos destacados, ajudando os nos seus problemas, executando com eficiência e rapidez os trabalhos que possam ser concentrados, como os de análises, documentação o outros, e sobro tudo isto experimentando e estudando sempre molharias nas técnicas e orientações culturais, é susceptível de operar funda transformação no nosso meio agrícola.
Porventura nenhuma outra obra virá alguma vez a satisfazer mais aos conceitos de reprodutividade que hoje dominam as nossas ideias económicas!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Como outrora os mosteiros, que com suas granjas ensinaram os homens de há a desbravar o explorar terras - e ainda hoje ilustrai a sua acção os amanhos apurados e intensos aproveitamentos de terras que dominaram uma extensivo agronómica, operando sobretudo pelo exemplo e pela persuasão directa, pode realizar obra proveitosa.
Note V. Ex.ª, Sr. Presidente, note bem a Assembleia, que não, e tratará de uma transformação brusca, de unia revolução súbita. Os processos orgânicos são lentos, as reacções dos meios complexas e por vezes imprevisíveis; haverá que trabalhar com prudência e com segura lentidão, mas nem por isto haverá pouco que fazer. E muito menos se tratará de ir abrir olhos a cegos.
Há inúmeras explorações, grandes e pequenas, ouve peritos nada terão de ir ensinar. Pelo contrário, o que lhes pode faltar - resultados de experiências prolongadas e de observação de certos pormenores, que é especialmente atenta por parte de quem, tem com ela a perder ou a ganhar - lá terão de ir beber.
Nestas mesmas, no entanto, se nota com frequência a falta de apoio agronómico pronto e apto a resolver dificuldades. A análise de uma terra, a verificação do valor de um lote de rações, o tratamento de uma doença que não reage aos remédios dos livros, a escolha da melhor variedade de qualquer espécie a introduzir - cito só e ao acaso dúvidas que já vi experimentar -, exigem meios e conhecimentos fora do alcance - do lavrador, mesmo às vezes do mais ilustrado, o não podem ser bem atendidas pela organização Ritual.
Mas, a par das explorações exemplares ou simplesmente bem conduzidas, quanta atrasadas e mal produtivas por desleixo, ignorância ou faltas de recursos!
Nessa é que há que missionar - é o verdadeiro termo -, fazendo ver a seus donos os bons exemplos dos vizinhos, progressivos, exortando-os a segui-los e convencendo-os do proveito que de tal advirá, ajudan-