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16 DE MARÇO DE 1951 621

cola Primária Superior Municipal de Berlim, para o sexo feminino, que frequentou até aos 16; mas, porque nessa altura a matricula nas escolas secundárias e superiores estivesse ainda rigorosamente vedada às estudiosas do sexo feminino, Carolina Michaëlis de Vasconcelos, influenciada pelo seu professor naquela Escola Carlos Goldbeck, entregou-se sozinha ao estudo das línguas e literaturas clássicas, românicas, eslavas e semíticas.
E foi desta maneira, favorecida apenas pelo ambiente intelectual do seu lar, que o espírito de Carolina Michaëlis de Vasconcelos se abriu e formou para as lides do pensamento e da inteligência, que fizeram dela a romanista universalmente acatada.
Carolina Michaëlis de Vasconcelos foi assim uma autodidata. «À força tive de ser autodidata, tendo por mestres apenas os livros», disse a ilustre senhora, na Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra, na sessão solene, realizada em Janeiro de 1912, em homenagem ao seu talento peregrino, à vastidão e profundidade dos seus conhecimentos, já então «a primeira entre os primeiros doutores», como a chamou nesta sessão o saudoso e insigne professor e reitor da mesma Universidade Dr. Mendes dos Remédios. Apesar disso, tão alto se elevou o seu espírito no domínio do saber humano que a impressão que a seu respeito se vincou nos espíritos mais cultos e mais profundos da época foi a do assombro. «A impressão que me produz a sua obra é a do assombro. Não sei dizer mais, nem melhor, nem doutra forma o poderia dizer com mais exactidão», afirmou ainda a seu respeito o sábio Prof. Dr. Mendes dos Remédios.
Carolina Michaëlis de Vasconcelos ascendeu por direito dos seus méritos, verdadeiramente excepcionais, às mais honrosas situações que no mundo do saber humano podem coroar uma obra e uma vida de trabalho: proclamada doutora honoris causa de três Universidades - da de Friburgo, em 1893, da de Coimbra, em 1916, e da de Hamburgo, em 1923- e ainda, em 1911, nomeada professora, por distinção, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, de onde transitou pouco depois para a de Coimbra. Na cátedra da Faculdade de Letras desta última Universidade, que honrou e ilustrou com as riquezas incontáveis da sua profunda erudição, Carolina Michaelis de Vasconcelos foi «doutora de doutores».
A seu respeito escreveu o professor ilustre da mesma Faculdade Dr. Gonçalves Cerejeira, hoje, por merco de Deus e para glória nossa, o chefe prestigioso, respeitado e amado da Igreja Católica em Portugal: «Entre Mestres, alguns dos quais são também notáveis, ela é, no conceito de todos, o Maior».
Ligada pelo casamento, em 1876, ao sábio arqueólogo português Dr. Joaquim do Vasconcelos, Carolina Michaëlis de Vasconcelos logo adoptou por sua a pátria do marido, cujo património moral e intelectual enriqueceu numa longa vida de cerca de cinquenta anos de trabalho fecundo e generoso, a auscultar e procurar compreender a alma portuguesa, para tornar conhecidas aquém e além fronteiras as suas manifestações literárias mais perfeitas e mais expressivas.

Vozes: - Muito bem!

A Oradora: - Todo este intenso labor intelectual em nada diminuiu ou deformou a graça feminil da ilustre senhora, que dentro do sou lar soube ser esposa e mãe, na acepção plena e grande que estas duas palavras encerram.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

A Oradora: - Mulher de espírito e mulher de coração, trouxe sempre bem equilibradas em si as linhas mestras da vida, num conjunto admirável e luminoso, que torna respeitável e grande o exemplo da sua vida.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

A oradora foi muito cumprimentada.

O Sr. Pinto Barriga: - Sr. Presidente: envio para a Mesa o seguinte

Requerimento

«Requeiro, nos termos regimentais, me sejam facultados, pelo Ministério da Economia, os seguintes elementos:

a) Nota das fábricas de massas alimentícias existentes em 29 de Janeiro de 1942; b) Nota das fábricas em regime de concentração nessa data;
c) Nota das fábricas que não pertenciam a qualquer concentração também na mesma data;
d) Cópia do despacho que fixou, em 29 de Janeiro de 1942, a distribuição de farinhas às fábricas de massas alimentícias;
e) Nota das alterações que sofreu essa distribuição depois daquela data e o motivo dessas alterações;
f) Nota da capacidade das fábricas de massas alimentícias em 1930;
g) Nota do consumo das massas alimentícias no País em 1930, 1940 e 1950».

O Sr. Manuel Vaz: - Sr. Presidente: envio também para a Mesa o seguinte

Requerimento

«Requeiro que, pelo Ministério da Economia, Subsecretariado da Agricultura e organismos competentes, me sejam fornecidos os seguintes elementos:

1.º Qual o preço, por quilograma, da batata importada no país de origem;
2.º Qual o preço da mesma, por quilograma, posta no Tejo;
3.º Qual a importância de todas as despesas do seu transporte do Tejo para os armazéns dos importadores, também por quilograma, o das alfandegárias;
4.º Qual a importância arrecadada pela Junta Nacional das Frutas por cada tonelada de batata importada;
5.º Quais as quantidades de batata importada, data das respectivas importações e nomes dos respectivos importadores, especificadamente;
6.º Qual a importância que a referida Junta cobra por cada tonelada de batata nacional transportada para Lisboa, Porto e outros centros de consumo;
7.º Quais os preços de venda dos armazenistas, referidos a meses da última colheita;
8.º Quais os preços de venda a retalho, referidos aos mesmos meses;
9.º Quais os motivos justificados das importações
e quem os apresentou; e, finalmente,
10.º Quaisquer outras indicações que forem julgadas úteis para integral esclarecimento do problema».

Sr. Presidente: peço que estas informações me sejam dadas com urgência, em vista da premência do assunto e da sua importância para as economias pública e particular.