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13 DE ABRIL DE 1951 827

melhores de Lisboa, e hotéis com todos os requisitos modernos de comodidade e higiene.
Renovo os meus agradecimentos, mas, por imperativo de consciência, permitam VV. Ex.ªs que seja em nome de todos os colonos de Angola que ou aceite e lhes transmita o louvor com que VV. Ex.ªs se dignaram honrá-los.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Em meu entender - não deveremos esquecer os que, em holocausto da santa cruzada de engrandecer a nossa querida Pátria, tombaram para sempre, e muitos foram os pioneiros como eu que a meu lado tombaram, os quais recordo com saudado para lhes prestar a minha homenagem, como igualmente a devemos prestar ao nosso heróico Exército de terra e mar pela sua acção nas campanhas de ocupação, em que praticou actos de um heroísmo tal que, ao recordá-los, não podemos deixar de sentir orgulho em ser portugueses.
Apoiados.
Sr. Presidente: permita-me V. Ex.ª mais uns momentos para manifestar a minha concordância com a doutrina exposta pelo ilustre Deputado Sr. Vaz Monteiro, porque ela está integrada dentro da lógica necessária aos governos das províncias ultramarinas, o nem outra atitude era de esperar de quem como S. Ex.ª x.1 conhece tais problemas de grande transcendência, e para os apreciar tem S. Ex.ª, além dos dotes de inteligência, a experiência feita como governador que foi da Guiné e de S. Tomé, onde teve uma acção notável a contento de todos os colonos e na época em que os tempos eram difíceis.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Enfileiro, portanto, ao lado daqueles que preferem à palavra "império" o termo, de maior tradição entre nós, "ultramar português", designando o conjunto das províncias ultramarinas. Seja-me ainda permitido apresentar ao Governo os meus agradecimentos e de quantos aqui modestamente represento pelas medidas tornadas acerca das modificações introduzidas no Acto Colonial, que, a serem cumpridas e sem ficarem sujeitas a pequenos entraves burocráticos muito beneficiarão o desenvolvimento de Angola o das demais províncias ultramarinas.
Em boas mãos está entregue a grande obra a realizar, e seria quase ingratidão deixar de prestar homenagem, ao Exmo. Sr. Comandante Sarmento Rodrigues, actual ,Ministro do Ultramar, pelo carinho que vem dispensando a tudo quanto se ligue com o desenvolvimento das nossas províncias ultramarinas.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Presto também as minhas homenagens ao Exmo. Sr. Capitão Silva Carvalho, governador-geral de Angola, pelo esforço que vem desenvolvendo em prol do engrandecimento daquela grande o portentosa província ultramarina.
Apoiados.
Antes, porém, de terminar não posso deixar de me referir à triste ocorrência suscitada na vila de Catumbela, conforme os jornais referiram, vila esta que em tempos idos foi importante empório comercial.
Porque fui vitima de catástrofe semelhante, suportada em 1944 pela população de Novo Redondo, posso bem avaliar os prejuízos de toda a ordem por que está a passar a população de Catumbela.
É nestes transes que os colonos vêem de um momento para o outro desaparecer todo o produto do seu trabalho a canseiras de dezenas de anos.
É nestas emergências que o ânimo dos colonos se revigora o que eles mais precisam do auxílio do Estado.
Assim, permito-mo chamar a atenção do Governo, o em especial de S. Ex.ª o Ministro das Colónias, no sentido de a tempo o horas chegarem os auxílios para aqueles que viram desaparecer de um momento para o outro as suas casas e as suas colheitas.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

o Sr. Miguei Bastos: - Sr. Presidente: desejava hoje, em rápidas palavras, chamar a atenção do Governo para o problema, da ligação de grande parte da zona do País ao sul do Tejo com Lisboa. Este problema interessa a milhares de portugueses, que tantos são os que vivem e trabalham na chamada península de Setúbal, mas tem especial acuidade para a já hoje numerosíssima população de Almada, que se tem transformado nos últimos anos por forma surpreendente.
Basta referir que o censo de 1940 acusou para Almada a população de 7:755 habitantes, número que subia em 1950 para 19:250.
A principal ligação daquela zona a sul do Tejo com Lisboa é feita por Cacilhas, utilizando-se ou os pequenos barcos que fazem as suas carreiras para o Cais das Colunas, ou um serviço de ferry-boats, cuja actividade se pode sem favor, considerar boa em condições do segurança, velocidade e correcção do pessoal ao seu serviço e que tem o seu término no Cais do Sodré.
Sucede, porém, que as carreiras do Cais das Colunas terminam às primeiras horas da noite e as dos ferry-boats cessam à 1 hora e 30 minutos. Depois desta hora toda a referida zona sul do Tejo, e nomeadamente toda a população de Almada, deixa de ter contactos directos com Lisboa.
Parece realmente chocante este estado de coisas!
E daí o bem se compreender o clamor que a sua manutenção vem levantando nos largos milhares de portugueses que vivem na Outra Banda e que têm a sua vida normal e os seus interesses em Lisboa.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Pode dizer-se que depois da 1 hora e 30 minutos não há razão justificativa para se circular entre as duas margens, mas tal argumento só seria de aceitar se fechássemos os olhos às condições actuais da vida moderna ou quiséssemos recuar no tempo a outros hábitos, outros costumes ou a realidades diferentes da vida comercial o industrial do momento que se vive.
A própria drenagem de produtos para os mercados de Lisboa sei que sofre atrasos o prejuízos com esta paralisação de tráfego, que nada justifica num serviço público.
Pode também dizer-se que é fácil a qualquer obter a viagem Cacilhas-Lisboa, pois, ficando de prevenção um ferry-boat, pode requisitá-lo quem o quiser utilizar mediante o pagamento da pequena sobretaxa de 100$.
Se isto é aceitável para um ou outro caso de urgência, nada significa como segurança, comodidade e certeza de um serviço público. A população precisa de ter ligações normais com Lisboa, que assegurem o desenvolvimento de Almada e de toda a região à que está ligada, sem recorrer a um serviço extraordinário, que pode resolver uma aflição, mas está longe de poder ser tomado como uma garantia normal e certa.
A empresa concessionária - como já disse - mantém uma tripulação a bordo para o serviço extraordinário; pequeno será o aumento de despesa se fizer com ela mais quatro ou cinco carreiras, tantas são as necessárias para cobrir o espaço que vai da 1 hora e 30 minutos às