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318 DIÁRIO DAS SESSÕES N.° 128

do Sr. Ministro do Ultramar de visitar brevemente o Estado da índia e outras províncias do Oriente.
A minha alegria aumenta ao constatar a singular coincidência de o ilustre visitante designado pelo Governo ser também um prestigioso membro desta Assembleia, que nesta qualidade exteriorizou a sua profunda simpatia e amizade pelo povo do Estado da índia num memorável discurso que proferiu nesta sala para proclamar a expansão espiritual de Portugal e enaltecer o nunca desmentido patriotismo dos meus conterrâneos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:- A chama dessa sua simpatia vi eu há dias brilhar nos seus olhos de homem vivamente inteligente e compreensivo, quando no seu gabinete comunicava gentilmente aos Deputados das províncias portuguesas do Oriente a resolução do Governo, com entusiasmo de quem abriga ao coração sentimentos da mais pura lusi-tanidade por essas longínquas parcelas de Portugal.
Não é, decerto, indiferente ao povo do Estado da índia a rápida solução de alguns problemas de ordem administrativa, aos quais o governador-geral, Sr. Comandante Quintanilha Dias, vem dedicando o seu patriótico esforço, pela simples razão de que os bens materiais asseguram de algum modo a vida espiritual.
Mas a determinante do entusiasmo dos meus conterrâneos pela visita do Sr. Ministro do Ultramar é o declarado propósito de com ela se consolidar a mais perfeita unidade espiritual e efectiva entre o ultramar e a metrópole.
Não se apagaram ainda os ecos da última eleição presidencial em que o povo do Estado da índia aclamou o Sr. General Craveiro Lopes, que na sua passagem por aquela terra portuguesa se impôs à consideração, estima e respeito de todos pela sua compreensiva simpatia humana, e por isso, de pleno direito, o nome de S. Ex.ª foi por nós invocado como sendo o candidato do Estado da índia, o "nosso" candidato.
E agora essa mesma população aguarda ansiosa a visita de um outro amigo, o Sr. Comandante Sarmento Rodrigues, que alia a esta qualidade o seu prestígio oficial de membro do Governo que vem desenvolvendo uma política expressa pelo Sr. Presidente do Conselho nesta fórmula: "A integração cada vez mais perfeita e completa de todas as províncias dispersas na unidade da Nação Portuguesa".
Ao promover-se essa integração há que considerar sempre que o mais forte alicerce do Estado da índia é de natureza espiritual e está na fraternidade de sentimentos e aspirações que se estabelecem entre portugueses da metrópole e os naturais daquele Estado.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:- É donde provém o desejo que os seus naturais vêm manifestando de maior ingerência e responsabilidade na administração local, para poderem exaltar cada vez mais o vulto de Portugal de aquém e de além-mar.
Há por outro lado que considerar também mais um importante factor dessa integração: ligações marítimas directas por navios nacionais.
São problemas estes que, graças a Deus e por imperativo dos princípios universalistas que modelaram a Nação Portuguesa, estão em vias de solução, representando a próxima viagem do Sr. Ministro do Ultramar um passo de grande importância no caminho dos ideais a atingir.
Eis porque, Sr. Presidente e Srs. Deputados, esta primeira viagem de um membro do Governo às parcelas portuguesas do Oriente deve ficar assinalada no Diário
das Sessões desta Assembleia para rememorar a expansão espiritual de Portugal no Mundo.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. António Maria da Silva:- Sr. Presidente: é com a maior alegria, imensa satisfação e profundo reconhecimento que, na minha qualidade de Deputado da Nação eleito pelo círculo de Macau, apresento, através de V. Ex.ª, as minhas respeitosas saudações aos Ex.mos Membros do Conselho de Ministros pela sua preciosa e louvável decisão de enviar em visita oficial ao Estado da índia, Timor e Macau o nosso Dig.mo Ministro do Ultramar.
Escusado será salientar os benefícios que resultarão para os citados territórios nacionais a inspecção directa do mais alto magistrado do ultramar, ou seja de um membro do Governo da Nação que tem sob a sua alçada a resolução de todos os assuntos da administração ultramarina.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:- É evidente que S. Ex.ª verificará in loco as prementes necessidades das províncias que vai visitar e procurará solucionar rápida e proficientemente os mais importantes problemas de cada uma delas.
Quanto a Macau, como já se sabe pelas notícias telegráficas aqui recebidas e publicadas nos jornais, toda a população se inteirou, com delírio, da notícia de que brevemente seria efectivado o seu maior anelo, há tanto tempo aspirado e tão insistentemente solicitado pela imprensa, que transmitia a voz do povo, pêlos governadores, que apoiavam o pedido dos seus governados, e pelo seu humilde mandatário, que fazia eco nesta Assembleia do anseio dos seus constituintes.
A minha terra está de parabéns.
Já está oficialmente anunciada a satisfação do seu desiderato.
Dentro em pouco a mais pequenina e a mais insignificante parcela de Portugal vai receber, pela primeira vez, um enviado da Casa-Mãe na pessoa ilustre do Ministro do Ultramar.
Acompanho, portanto, a população da cidade no seu legítimo júbilo por tal motivo.
Eu, que conheço Macau, que é terra de tradições cavalheirescas, imagino a azáfama dos seus habitantes para receberem com galhardia tão alto representante do Poder Central.
Os chineses, nossos velhos e bons amigos, que vivem connosco há cerca de quatro séculos, na melhor harmonia e na mesma Casa Portuguesa, não deixarão de se juntar a nós, como sempre, nas solenidades que se realizarão.
Estou convencido de que a viagem oficial do digno Ministro do Ultramar a Macau vai ter uma grande repercussão na imensa China.
Muitos jornais das cidades principais do vastíssimo "País do Meio" darão com relevo a notícia do notável acontecimento.
Os filhos do lendário ex-Celeste Império sabem que nunca a nossa a Cidade do Nome de Deus", situada tão longe da Mãe-Pátria, teve a honra da presença de um Ministro do Estado em efectividade.
Sabem que Salazar transformou Portugal, que já não pertencemos a um país pobre e que já se acabaram de vez as perturbações internas na nossa metrópole.
Apesar das transformações por que passou a grande nação chinesa, muitos dos seus habitantes ainda se não