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11 DE DEZEMBRO DE 1952 291

dos recursos e das energias Aos dois continentes, entrar com peso de valor na balança das forças em jogo.

Não nos podemos separar da África sem o prejuízo de baquearmos por falta dela. Também a África não se pode separar de nós por velhas razões culturais, técnicas, administração, financeiras e económicas. Não há rivalidades ou imcompreensões que subsistam contra o argumento da salvação comum.

A Europa quer ressurgir. A África quer avançar. Estas duas grandes vontades não fé repelem, aproximam-se para resistir, conjugam-se para sobreviver.

Euráfrica - não é nova a concepção. Simplesmente é candente a necessidade de lhe obedecer.

A Rússia montou em temerosa escala a siderurgia do seu imperialismo. Pós nos fronteiras a cortina forjada com o ferro desta sua estranha indústria metalúrgica.

Se um dia as suas legiões armadas transpuserem a cortina em som de guerra, a Europa nem sequer tem espaço geomilitar para a sua estratégia.

A África é imprescindível. Dela partiria se necessário fosse, o impulso da reconquista, o arranco para o triunfo filial.

Mas é na ordem económica que mais se impõe ganhar a África para o nosso lado.

Essa descida de Estaline pelo Iraque, pela Pérsia, pêlos meandros tenebrosos da sua política de penetração no continente africano, é o alastrar do sonho de uma «Sibéria dos trópicos» preparada para fugir ao Ocidente.

A Europa tem do esmagar esse sonho na luz crua de uma realidade a seu favor. É batalha para políticos, diplomatas, economistas industriais, engenheiros e missionários.

Portugal percebeu na hora própria o que convinha realizar em tão vasto e complexo terreno de acção.

Não é só para continuar Portugal que Portugal está em África. E para prolongar a Europa.

Este grande esforço que se põe agora em movimento, através de um avultado plano de obras, não e só um sinal de consciência na administração interna, é um argumento de poder na projecção externa para um Ocidente mais próspero, mais feliz, mais vitorioso.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Eu peço à Providência que nos deixe continuar e peco-lhe ainda que dê vida sã e prolongada ao Homem que nos conduz por este caminho iluminado.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Quando formos mais e mais venturosos os nossos dias, quando neste Portugal renovado os lares tiverem mais pão e anais luz e nesse ultramar todo o sangue português cantar mais alto o mais forte, será justo que Salazar seja vivo, para quo na face da Nação se abra para ele o sorriso bom, o melhor de todos, da sua alma contente e agradecida.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muita cumprimentada.

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão.

O debate prosseguirá na sessão de amanhã, de tardo, à hora regimental, e devora terminar no próximo saltado.

A partir de sexta-feira haverá sessões de manhã para apreciação da lei de autorização das receitas e despesas, cuja discussão se prolongará, provavelmente, até segunda-feira.

Está encerrada a sessão.

Eram 18 horas e 30 minutos.

Srs. Deputadas que entraram durante a sessão:

António de Sousa da Câmara.
Carlos de Azevedo Mendes.
Daniel Maria Vieira Barbosa.
Délio Nobre Santos.
Jorge Botelho Moniz.
D. Maria Leonor Correia Botelho.
Mário Correia Teles de Araújo e Albuquerque.
Ricardo Malhou Durão.
Teófilo Duarte.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Abel Maria Castro de Lacerda.
Alberto Cruz.
António de Almeida.
António Calheiros Lopes.
Artur Rodrigues Marques de Carvalho.
Augusto César Cerqueira Gomes.
Avelino de Sousa Campos.
Carlos Alberto Lopes Moreira.
Carlos Vasco Michon de Oliveira Moreira.
Elísio de Oliveira Alves Pimenta.
Henrique dos Santos Tenreiro.
João Carlos de Assis Pereira de Melo.
João Cerveira Pinto.
Joaquim de Moura Relvas.
José Cardoso de Matos.
José Gualberto de Sá Carneiro.
José dos Santos Bessa.
Luís Filipe da Fonseca Morais Alçada.

O REDACTOR - Leopoldo Nunes.

IMPRENSA NACIONAL DE LISBOA