O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

284

DIÁRIO DAS SESSÕES N.' 178

6) A amostragem, que é um estudo minucioso, sobre fotografias, de amostras de hectares, onde rigorosamente se medem as superfícies das culturas e o número de árvores das várias espécies agrupadas por classes de produtividade— novas, plena produção e caducas»;

c) A carta de solos do País «feita sobre fotografia aérea, com base no exame dos perfis do terreno» ;

d) () inquérito, compreendendo a realização do um inquérito técnico, económico e social para cada um dos concelhos de todo o Pais, através de três relatórios correspondentes a cada um dos sectores agronómico, florestal e pecuário ;

e) A carta pecuária, também elaborada por concelhos, consistindo «num conjunto de representações gráficas destinadas a objectivar a distribuição dos efectivos das diferentes espécies pecuárias, expressos om cabeças normais: na delimitação das zonas de criação e de dispersão das raras, tipos e variedades em que as espécies se diferenciaram; o reconhecimento «Nas doenças infecto-contagiosas e parasitárias tem repercussão económica sensível: e, por fim, a localização das indústrias que laboram os produtos de origem animal»;

f) O ordenamento, segunda fase dos trabalhos, desdobrada na carta do ordenamento e no relatório do ordenamento — abrangendo as possibilidades futuras num «plano ideal de exploração do território», segundo os factores de ordem fisiográfica, económica e social, «de forma u conseguir-se uma distribuição racional, não só das culturas, pastagens, gados e florestas, como até do próprio povoamento humano».

Os técnicos a quem estão confiados estes trabalhos foram destacados dos diferentes serviços chamados a colaborar. São pagos pelas verbas normais das respectivas direcções-gerais. Presentemente só a Direcção-Geral dos Serviços Agrícolas tem lá vinte agrónomos. Trabalham todos, estes e os mais, de alma e coração, mas trabalham em repartições muito dispersas e as verbas não chegam.

Em 1951 figuraram no orçamento normal 1:000 contos misturados na rubrica «Investigação das condições de cultura, estudos económicos, etc..».

Em l952 ainda nu orçamento normal da Direcção-geral dos Serviços Agrícolas, 600 contos para «Despesas com estudos e trabalhos para a elaboração do plano de fomento agrário».
Às vezes são os organismos de coordenação económica que subsidiam o plano.
Isto não dá. Os serviços andam, mas andam necessariamente de vagar.
Se não fossem os parcos subsídios eventuais já tinham parado.
Em todo o caso o que está feito é admirável.

Mas há o perigo de os estudos já realizados não chegarem a tempo de serem plenamente úteis. Podem desactualizar-se. A necessidade de os fazer concluir quanto mais cedo melhor é indiscutível.

E irá desactualizar-se, perder-se tudo quanto está feito?

Foi para pôr esta interrogação que me demorei a explicar o que eram os serviços em causa. Até há pouco não os conhecia. O mesmo deve ter acontecido a muita gente.

Ponho a interrogação e peço que meditem. Que meditem e decidam.

Separem:

O estudioso fica conhecendo o objectivo a atingir em cada região para nesse sentido orientar os seus estudos; os serviços ficam dispondo de um plano que comandará a sua actividade em todas as regiões ; o Governo poderá, através de legislação ou outras medidas de fomento, orientar a exploração da terra de modo u aproximá-la gradualmente da forma ideal.

E mais um período recortado da informação u que me referi. A sua clareza deverá iluminar o nosso voto, sem ofensa para o Governo, hipótese, aliás, sempre varrida dos nossos propósitos.

Sugere-se no parecer da Câmara Corporativa que a verba de 240:000 contos atribuída à colonização interna, na parte referente às áreas beneficiadas pelas obras hidroagrárias, seja reduzida para 140.000, e recomenda-se o emprego dos recursos disponíveis no acabamento da obra do vale do Sorraia e na assistência técnica à agricultura.

Sou um defensor da colonização interna. Fica muito caro, diz-se. Mas em matéria de fomento muitas vozes uma esplêndida aplicação de dinheiro é uma péssima operação política ou social.

A colonização interna tem a seu favor um sentido do epopeia, que vem de longe, na comoção do imperativo histórico que nos mandou ganhar a terra com o esforço do braço e o suor do rosto.

É um exemplo que vem de longe por continuidade de desígnio, mas que tem de vir de cima para que se não percam com a dispersão e as miragens da vida de hoje os incentivos da fidelidade à terra.

Infelizmente estamos a perder a nossa consciência rural. Carecemos já do exemplo, da escola, da demonstração ao vivo.

Sou um defensor da colonização interna no meu aviso prévio do Maio findo salientei, a propósito, a preciosa colheita de ensinamentos que poderão servir pura orientar obra igual no ultramar, e perguntei se não era fruto de inegável romantismo tudo o que possuímos neste Portugal trabalhado pela espada e pelo arado, mas, se os cálculos ou as contas dão que a soma de 330:000 contos atribuída àquele sector nào pode ter efectiva aplicação dentro de seis anos, nào tenho dúvidas em aprovar a sua redução nos termos sugeridos desde que se não esqueça a ajuda devida à execução do plano de fomento agrário e se ressalvo a posição das ilhas adjacentes tal como u vou pôr no decorrer das minhas considerações.

Outros grandes capítulos, como os que dizem respeito à siderurgia, refinação de petróleos, adubos azotados, fabrico de folha-do-flandres, celulose e papel e escolas técnicas enchem o Plano de Fomento de afirmações plenas na marcha decidida a bem do progresso económico do País.

Não me demoro a analisar essas iniciativas de projecção segura e larga na vida nacional, paru me ocupar das trôs que não referi: minas, energia eléctrica e comunicações e transportes.

A face do Mundo já não chega para dar rosto o expressão à vida das naçries. Empenhadas, cada qual. na descoberta de mais recursos, assiste-se a uma intensificação quase desesperada do reconhecimento do subsolo, através de frenéticas pesquisas e de ansiosos estudos. A questão das matérias-primas essenciais, transposta para o plano internacional do equilíbrio de forças, chega a ser tão grave que não se hesita em buscar soluções a mão armada.

O petróleo, os minérios de ferro, os minérios radio-uraníferos são terríveis argumentos de batalha.