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12 DE JANEIRO DE 1955 267

que os vivem no dia a dia das suas profissões ou na devoção pelo próximo não receiam trazê-los à discussão pública e à consideração do Governo, a quem compete resolvê-los.
Recordo que o nosso ilustre colega Sr. Dr. Baltazar Rebelo de Sousa manifestou a sua fé de que eu compartilho inteiramente na empolgante obra que o Governo poderá empreender quando se lançar nas duas campanhas que aguardam de há muito, na verdade, o seu momento - a da educação e a da saúde.
Meditando nas palavras de um novo, eu. que não sou velho, fiquei a pensar se não será tempo, talvez mais do que tempo, de se iniciarem as campanhas da educação e da saúde, mobilizando-se a consciência da Nação e concentrando-se nelas meio* dispersos noutros sectores da actividade, pública, que bem poderão aguardar ti solução dos seus problemas por mais algum tempo.
Eu sei que a tarefa é rude. Que ela exige; muita dedicação, muitos esforços, largos recursos financeiros, a boa compreensão de muita gente e até desilusões e desapontamentos. Que será preciso aceitá-la com verdadeiro espírito de sacrifício e mesmo de apostolado. Mas que bom seria podermos dizer dentro em pouco que a exemplo de outros aspectos da vida nacional, caminhamos na primeira fila entre os que se empenham na resolução dos mesmos problema.
E di-lo-iam, com legítimo orgulho, por termos resolvido problemas que pelo sim carácter essencialmente humano, não podem deixar de estar no pensamento e nas preocupações de um estado civilizado.
Eu sei, quanto a tuberculose, porque a esse flagelo social me quero referir em especial, que a luta exige um aumento do nível de vida de uma parte da população do País. para que todos tenham alimentação suficiente, a construção de muitas e muitas habitações salubres, para que tan1oj que vivem na escuridão possam receber no seu lar a luz ,e o calor do sol, e, sobretudo, uma acção profiláctica intensa, que não canse nem descanse ...
Mas acredito, também, que. continuar um esforço sério, o grave problema que tantas vidas e dinheiro rouba à economia do País poderá atenuar, ou mesmo resolver, dentro de poucos anos.
O que me dá fé é saber que a li evolução Nacional resolveu ato hoje problemas que se julgavam insolúveis. O que me dá esperança é o que se tem feito, nestes últimos anos e com tão poucos meios, na luta contra a tuberculose e o que se passa no Subsecretariado da Assistência Social desde que para lá entrou o Sr. Dr. José Guilherme de Melo e Castro.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O Orador: - Neste momento o ataque à peste branca constitui uma das grandes preocupações do Sr. Subsecretário de Estado da Assistência Social, e tudo quanto em poucos meses realizou nesse sector da saúde pública é garantia suficiente; de que o problema está finalmente a ser atacado de frente.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Oxalá tenha ao seu dispor os recursos financeiros suficientes, mesmo com sacrifício -e será sacrifício?- de certas realizações de carácter diferente, que bem poderão esperar a sua vez porque a S. Ex.ª não faltam nem competência nem entusiasmo.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O Orador: - Porque, Sr. Presidente, atacar decisivamente os problemas da saúde pública não é apenas construir para cem anos; poderá ser construir para sempre, porque se consolida o capital humano da Nação.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O Orador: - Devia estas palavras de justiça e de confiança ao Sr. Dr. José Guilherme de Melo e Castro.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - S. Ex.ª visitou recentemente Braga, e depois de Braga foi visitar o Sanatório Presidente Carmona, em Paredes de Coura. felizmente já reaberto - e por cuja reabertura bastante me bati, e que, pela competência e devoção do seu ilustre director, era de há muito o centro mais importante de combate à tuberculose no Alto Minho.
Quero daqui, em nome de tantos e tantos que já hoje voltaram a beneficiar desse excelente acto do Governo, agradecer a reabertura do Sanatório ao ilustre titular da pasta do Interior, que por ela tanto se interessou.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O Orador: - A visita a Braga do Sr. Subsecretário de Estado da Assistência foi breve, breve para os que o acompanharam, longa certamente para quem tem tantas e tão grandes tarefas, mas durante ela pôde resolver, com a sua magnífica formação, servida por lúcida inteligência, alguns dos problemas assistência is mais instantes da cidade.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Entre esses problemas citarei, de passagem, os relacionados com a mendicidade, com a assistência materno-infantil, com os inválidos, com o Hospital de S. Marcos, que tantos serviços presta a toda a províncias e que aguarda a vez de ver transformadas as suas instalações e o seu apetrechamento, urgente necessidade, mas também justa compensação para a dedicação do seu corpo clínico, entre o qual muito mo apraz destacar, por tantos e tão merecidos títulos, o nosso querido colega Sr. Dr. Alberto Cruz.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O Orador:- Mas de todos esses problemas quero referir-me àquele que considero, para já a problema de saúde pública número um da cidade, e tenho sobejas razões para assim o considerar: o da criação de uma enfermaria -abrigo lhe chamou, muito cristãmente, o Sr. Subsecretário - de estágio temporário para exame, repouso i1 observação clinica de tuberculosos, na qual dentro de algumas semanas se Deus quiser, e com o auxílio e a compreensão daquele membro do Governo, ficarão instalados, inicialmente, sessenta doentes, sob a direcção da Santa Casa da Misericórdia e que. retirados do convívio familiar, onde espalham o bacilo, aguardarão, devidamente assistidos a sua vez de entrada nos sanatórios.
bem haja, o Sr. Subsecretário, por ter dado realidade àquilo que para muitos era motivo de forte preocupação e até de descrença ...

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O Orador: -Oxalá que a campanha da saúde não demore e que através dela se possa dar o golpe mortal a tantos problemas cuja resolução vai demorando.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado