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690 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 80

O Orador: - Sr. Presidente: não se detém nem abranda a campanha de dissolução de costumes que de há muito se desencadeou sobre a cristianíssima terra portuguesa, antes ela se intensifica dia a dia e com um despudor cada vez mais espantosamente ousado.
E porque a família - célula-base da vida social - vale o que valer a mulher, que em suas mãos tem a fonte de toda a sua grandeza moral, é especialmente contra a mulher que se dirigem os mais ferozes ataques dos inimigos da ordem cristã, em satânico empenho de perversão e corrupção.
E temos de reconhecer que é seguro o caminho e leva direito ao fim que pretendem atingir.
De facto, pervertida e corrompida a mulher, corrompidas e pervertidas ficarão as próprias fontes da vida.
Atentemos, Sr. Presidente, no perigo e decidamo-nos a conjurá-lo sem hesitações e com esforçada e cristã energia.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A pátria portuguesa, de tão honradas e gloriosas tradições cristãs, não quer -positivamente não quer!- morrer afogada em ondas de perversão moral!
Imperiosamente se impõe que Portugal, estrénuo, e indefectível guardião da bendita instituição familiar, se mantenha, até no fim dos tempos, inalteràvelmente fiel à gloriosa vocação que a Providência lhe marcou.

Vozes: - Muito bera, muito bem!

O Orador: - É tempo de terminar. Sr. Presidente.
Demasiadamente severas as considerações que, consciente das minhas graves responsabilidades, tive de trazer a esta tribuna?
Seja-me isso relevado em atenção, sobretudo, à sua flagrante oportunidade e também no pensamento que as inspirou e informou: justiçai e raridade.
Tais como são as ofereço confiadamente a todos os homens responsáveis pelo presente e pelo futuro de Portugal, na certeza de que não tirara inteiramente baldado o instante e clamoroso apelo que elas encerram e que profundamente, interessa ao bem comum, que a todos compete seriamente promover e assegurar.
Sr. Presidente: seja toda feita de reconfortante esperança a minha última palavra:
Coroa magnífica de todas as maravilhas da criação, a família não peide viver fora dos olhares de Deus. Se assim é, Sr. Presidente, indicado está o caminho que importa seguir.
Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Não está mais ninguém inscrito para este debate. No entanto, tenho conhecimento certo de que alguns Srs. Deputados desejariam intervir nele, mas não se julgam suficientemente preparados; e eu não devo, num assunto de tanta importância, privar a Câmara e o Puís de o debater com toda a largueza. Em face, portanto, desta circunstância, não posso marcar sessão pura amanhã, e designo para a próxima o dia 29, terça-feira, com a mesma ordem do dia da de hoje.
Todavia, aproveito o ensejo para advertir os Srs. Deputados de que os trabalhos pendentes de apreciação da Câmara são ainda muitos e variados e que é preciso dispensar-lhes todo o interesse para que possamos ultimá-los.
Quero recordar às comissões a quem foram distribuídos os diplomas o seu dever de lhes prestar desde já toda a atenção, para que na altura oportuna estejam preparadas para acompanhar a sua discussão.
Convoco desde já a Comissão de Economia e de Política e Administrarão Geral e Local para terça-feira, fim 14 horas, a fim de se ocupar da proposta de lei sobre a execução das olivas de pequena distribuição de electricidade.

Está encerrada a sessão.
Eram 18 horas e 40 minutes

Srs. Deputados que entraram durante a sessão

Abel Maria Castro de Lacerda.
Armando Cândido de Medeiros..
Carlos Mantero Belard.
Carlos Vasco Michon de Oliveira Mourão.
João Afonso Cid dos Santos.
João Luís Augusto das Neves.
Luís de Azeredo Pereira.
Luís Filipe da Fonseca Morais Alçada.
Mário Correia Teles de Araújo e Albuquerque.
Ricardo Malhou Durão.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Agnelo Orneias do Rego.
Alberto Henriques de Araújo.
Amândio Rebelo de Figueiredo.
Antão Santos da Cunha.
António Carlos Borges.
António Júdice Bustorff da Silva.
António Russell de Sousa.
Elísio de Oliveira Alves Pimenta.
Henrique dos Santos Tenreiro.
João Alpoim Borges do Canto.
João Maria Porto.
Joaquim Mendes do Amaral.
José Gualberto de Sá Carneiro.
Luís Maria da Silva Lima Faleiro.
Manuel Lopes de Almeida.
Manuel Maria Múrias Júnior.
Manuel Maria Vaz.
Manuel Marques Teixeira.
Miguel Rodrigues Bastos.
Rui de Andrade.
Teófilo Duarte.

O REDACTOR - Luís de Avillez.

TUPBENSA NACIONAL DE LISBOA