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702 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 135

Centro, para ver se conseguia reduzir a área inicialmente prevista e que era certa de l ha. Embora menos desafogado e implicando o abandono da solução adoptada em Évora, e, portanto, a alteração do projecto, o referido engenheiro concluiu, depois do estudo feito, que devia ser possível edificar o armazém com a redução da área para 8000 m2. Simultâneamente e dado o aspecto em que se encontrava a solução de Torres Novas, depois da informação da Direcção-Geral da Fazenda Pública prestada em 10 de Janeiro último, a Junta entrou em contacto com os Srs. Presidentes das Câmaras de Tomar e da Barquinha para o efeito da possível escolha de novos terrenos. Aquelas autoridades foram extremamente amáveis, concederam todas as facilidades e vários terrenos foram visitados pela direcção e pelos serviços técnicos da Junta e ainda pelo engenheiro autor do projecto e por um representante da C. P. Inicialmente, conforme consta dos ofícios referidos no n.º l da presente informação, a ideia era localizar o armazém junto da linha de caminho de ferro do Norte, por razões óbvias e que constam dos mesmos ofícios. Todavia, a fim de eliminar a dificuldade surgida com a hipótese de Torres Novas, foram visitados terrenos em outras linhas de caminho de ferro, embora não muito distanciados da linha do Norte. Vistos vários terrenos, a nossa atenção concentrou-se sobre três. sendo o seguinte o confronto com a hipótese de Torres Novas: 1) Torres Novas: terreno (8000 m3 x 50$), 400.000$; ramal de caminho de ferro, 90.000$; soma, 490.000$; 2), Barquinha: terreno (7000 m2 x 10$). 70.000$; ramal de caminho de ferro, 75.000$; aterros (se houver obras no local), 140.000$; mudança duma casa da guarda da C. P., 20.000$; aumento de custo do projecto, 76.000$; soma 381.000$; 3) Paialvo: terreno (8000 m2 x 25$), 200.000$; aterro 210.000$; canalização de uma vala de água, 40.000$; aumento de custo do projecto 76.000$; soma 526.000$. 4) Santa Cita: terreno (8000 m2 x 30$), 240.000$; ramal de caminho de ferro 90.000$; aterro (se houver obras no local), 180.000$; canalização ou desvio de água. 20.000$; deslocação de uma casa da C. P., 50.000$; arranjo de estrada, 30.000$; soma, 610.000$. O estudo detalhado destas várias hipóteses consta do relatório dos engenheiros Rui Gomes, autor do projecto, e António Trindade, dos serviços técnicos da Junta, junto à presente informação (anexo n.º 2). Como se verifica, as únicas hipóteses que ficam em discussão são as duas primeiras, Torres Novas e Barquinha. Havendo obras no local (caso em que a despesa com os aterros está calculada em 75.000$) a solução da Barquinha (490.000$-381.000$) resulta mais barata 109.000$ do que a de Torres Novas. Não havendo obras no local (caso em que devido à compra de terras as despesas com os aterros se elevam para 210.000$) a solução da Barquinha (490.000$-451.000$) resulta apenas mais barata 39.000$. Todavia, a solução da Barquinha ainda resulta mais económica em virtude de a área coberta do armazém resultar menor (os depósitos são colocados em nível inferior ao do terreno, aproveitando um grande desnível existente, ficando a sala de manobras por cima dos depósitos). Segundo o engenheiro autor do projecto, desta solução deve resultar uma economia da ordem de 200.000$. Portanto, a economia em relação à hipótese de Torres Novas resulta, afinal, a seguinte: a) 309.000$, havendo terras para o aterro; b) 239.000$, se as terras tiverem de ser compradas. Deve informar-se, segundo disse o Sr. Presidente da Câmara da Barquinha, que vão iniciar-se brevemente as obras de construção duma estrada que passa perto, cujas terras é natural que possam aproveitar-se - hipótese mais económica. A solução da Barquinha é, portanto, mais favorável e a localização também é boa, visto a respectiva estação de caminho de ferro ficar apenas distanciada do Entroncamento 3 km. A única dificuldade é a seguinte: segundo o autor do projecto, este poderá ser apresentado até 15 de Maio, na hipótese de Torres Novas (visto tratar-se duma adaptação do projecto do armazém de Évora), prazo que se prolongará até 30 de Junho na hipótese da Barquinha, visto a solução ser diferente e ser necessário um projecto novo. Há, portanto, um excesso de prazo de mês e meio em relação à hipótese de Torres Novas. Todavia, o referido engenheiro considera suficiente o prazo de um ano para a edificação da obra e os trabalhos de organização do respectivo caderno do encargos podem ir sendo adiantados por forma a estarem concluídos na data da entrega do projecto. Temos assim: a) 30 de Junho-data de entrega do projecto; b) De l de Julho até l de Setembro - concurso público, exame das propostas e consi-gnação da obra; c) De l de Setembro de 1956 a l de Setembro de 1957 - edificação do armazém; d) Ficam ainda os meses de Setembro e Outubro para eventuais atrasos, visto a aquisição do azeite só dever começar com alguma intensidade a partir do mês de Novembro. Claro que estes prazos são bastante apertados; mas far-se-á o possível para que as previsões resultem confirmadas. Parece, por isso, de aceitar a hipótese da Barquinha. A C. P. já informou verbalmente não haver dificuldades quanto à implantação do ramal, parecer cuja confirmação por escrito já foi solicitada. Como o armazém do Centro, dada a sua situação, deve ser o de mais movimento e o terreno da Barquinha é dificilmente adaptável a futuras ampliações, é parecer desta Junta que a capacidade de 5 milhões do armazém de Évora e inicialmente prevista para Torres Novas deve, na Barquinha, ser ampliada para 6 milhões. Mais do que esta capacidade não é aconselhável, em virtude de os trabalhos dentro do armazém terem uma ponta que não pode ser ultrapassada. No sentido deste aumento de capacidade em mais l milhão pode ainda invocar-se o facto de o velho armazém do Beato, sito em Lisboa, nem sempre ter a sua capacidade útil de 3 milhões em pleno funcionamento, em virtude das reparações que se vão tornando necessárias. A capacidade de 6 milhões não deve interpretar-se em termos rígidos, visto, à semelhança do que sucede em Évora, haver sempre mais alguns depósitos para efeito de lotes, etc. 4) Nesta conformidade, solicita-se a V. Ex.ª a necessária autorização para esta Junta: a) Celebrar com o Sr. Engenheiro Rui José Gomes -autor do projecto de Évora - o contrato para a elaboração do novo projecto relativo no armazém da Barquinha, com capacidade para 6 milhões de litros; b) Adquirir aos Srs. Abel Nunes da Assunção e Manuel Martins os dois terrenos, de que são proprietários, sitos perto da estação de caminho de ferro da Barquinha, ao lado do lavadouro público e defronte da praça de touros e na confluência da estrada do Tomar com a linha de caminho de ferro. O preço de compra é à volta de 10$ por metro quadrado e a área aproximada de 7000 m2 a 8OOO m2 (área, evidentemente, sem rigor matemático, visto a medição ainda não ter sido feita); c) Pagar as despesas inerentes à compra (preço, sisa, escritura, registos, etc.); d) A efectuar as despesas necessárias à execução imediata do levantamento topográfico com nivelamento do terreno, sua prospecção, obras de aterro, instalação de energia eléctrica e telefone, desvio e captação de águas, etc., e celebrar os contratos que para o efeito forem necessários - obras estas indispensáveis à preparação do terreno em causa para a adjudicação da empreitada de construção do mesmo armazém; e} Abrir o respectivo concurso de empreitada de construção do armazém da Barquinha; f) Celebrar com a C. P. os contratos necessários para a construção e exploração