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6 DE ABRIL DE 1957 591

a horticultura, os prados, e ainda a introdução do novas culturas, como a beterraba sacarina, a soja, o algodão, o amendoim, o tabaco, e te., sem esquecermos tudo o que pode ainda Jazer-se para o estimulo e protecção da pecuária, para um mais largo abastecimento de carnes, cujo consumo per capita é ainda muito baixo 110 nosso país.

Vozes: — Muito bem!

O Orador:—Ás condições naturais que rogem a produção agrícola (solo, clima, topografia, etc.) variam con-sideràvelmente de região paru região, e têm por isso uma acentuada influencia, não apenas na estrutura da produção, mas ainda sol ire o nível de produtividade das diferentes regiões.

É, aliás, necessário acrescentar que a produção e a produtividade agrícola são fortemente influenciadas pelo desenvolvimento económico geral de cada país. É geralmente nos países que conheceram uma expansão económica mais importante que a produtividade agrícola é mais elevada.

Graças às obras hidráulicas realizadas, aumentou con-sideràvelmente nos últimos anos a produção de algumas culturas irrigadas, aumento que as obras presentemente em curso intensificarão ainda mais, a ponto de trazerem consigo, se as não encaminharem para uma indispensável diversificação, sérios excessos produtivos de determinados géneros.

Impòe-se, pois, neste sector uma orientação e coordenação que somente o Estado pode exercer com proficiência e oportunidade. K condição basilar do progresso e estabilidade agrícolas, i|ue todos desejamos, seguir uma prudente política de estímulo da produção, pela garantia dos preços e da colocação dos produtos, da melhoria dos equipamentos mecíinicos, do aperfeiçoamento dos meios técnicos do cultura, do encorajamento da formação profissional, de maiores facilidades de vulgarização e assistência técnica, da ampliação e reforma em moldes positivo.» do crédito agrícola.

Vozes: — Muito bem!

O Orador:—Kstes são, em resumo, os meios essenciais de assegurar condições de vida à lavoura e de a fazer progredir. Tem sido essa, há que recunliecG-lo, a acção d:i Direcção-Geral dos Serviços Agrícolas e dos organismos corporativos e de coordenação económica, que carece, entretanto, de ser aperfeiçoada o coordenada em todos os seus ramos, quer o da produção, quer o da indústria e da distribuição, de forma a tornar-se mais eficiente u proporcionar assim mais benefícios para o consumidor.

Indispensável como é para a vida do homem a alimentação, a existência, a utilidade e a importância da actividade agrícola e das indústrias da alimentação não sofrem contestação. Elas devem pois, logicamente, ocupar um dos primeiros lugares, se não o primeiro, nas actividades económicas do Pais. Para que essas actividades, porém, produzam bom rendimento tem de haver, simultaneamente, um esforço de organização e a intensiva utilização das técnicas científicas.

Concluindo: a rápida evolução da economia moderna põe, a cada momento, novos problemas, que o homem tem de enfrentar, mas não pode dominar o progresso técnico senão na medida em que paralelamente realize uni verdadeiro progresso social e moral.

O desenvolvimento da agricultura — quer por aumento da produção unitária, (píer pela introdução de novas culturas — e a industrialização — quer pelo aperfeiçoamento das actuais indústrias, quer pela instalação do novas indústrias— devem acelerar-se.

A necessidade duma. investigação mais intensiva- dos recursos potenciais da metrópole e das províncias ultramarinas, om especial de Angola e Moçamhiquo, im-pòe-se.

Para quo as empresas progridam —ou simplesmente pura quo vivam— é necessário que adaptem às condições actuais u sua organização, os seus métodos e as suas técnicas. Isto implica a adaptação dos homens, e-imediatamente se pats o problema da formação s do aperfeiçoamento do pessoal, muito particularmente do pessoal especializado.

O progresso da t-Vnica snrgc. entretanto, como condirão essencial para unia elevação do nível de vida e para um melhor equilíbrio social; não utilizando as modernas técnicas, a indústria e a agricultura portuguesas ficariam condenadas à regressão; se. pelo contrárinj reunirem :is condiçõe* necessárias para que as empresas possam tirar o melhor das novidades da técnica, os melhores horizontes estarão abertos para uma elevação do poder de compra de todos, especialmente dos assalariados.

A ciência e a técnica condicionam de maneira cada vez mais implacável a> nossas condições e o nosso staitding de vida.

Vozes: — Muito bem!

O Orador:—ïíe queremos elevar o consumo no País é necessário contar com mais investimentos. Está demonstrado quo [>arã fazer subir o nível de vida é necessário fomentar a riqueza, para que se produzo, cada vez mais e os bens cheguem a preços razoáveis, acerveis a todas as classes.

Vozes: — Muito bem!

O Orador:—Na verdade, o desenvolvimento da ri-(|iie/a aproveita a todas as classes sociais: é indispensável para quo o Puís se torne próspero e para. que as leis sociais, justas o legítimas, possam surtir o seu pleno efeito. Ao listado compete exercer o seu papel de orientar e coordenar, de forma que &o conjuguem os interesses económicos e os -ociais.

Atravessamos uma época de grande evolução relativamente à estrutura económica e social da Nação, em que a coordenação do todas as suas forças vivas de tra-liíiIJio é absolutamente necessária. O movimento de produtividade propoe-se elevar o nível de vida dos habitantes do Pais por um melhor aproveitamento dos recursos de quo dispõe, considerando como o recurso mais importante o potencial humano, cujo valor aumenta à medida que o homem se capacita e se prepara para melhor desempenhar a sua tarefa.

Aceite já, felizmente, por todo o mundo livre o facto de que o clima social que vivemos é propicio ao fomento e criação de novas indústria*:, de novas fontes de trabalho e de riqueza, temos a possibilidade de ir forjando, dia a dia, maiores realizações neste campo, que, com o complemento das futuras e novas possibilidades da nossa agricultura, abrem para o nosso país melhores tempos, que servirão para fortalecer, não apenas a nossa economia, mas também a melhoria crescente das condições do vida de todos os portugueses.

A actual orientação da política económica europeia é mais um argumento a apoiar as considerações que fiz sobre a necessidade de acelerar a nossa industrialização e o desenvolvimento da nossa agricultura, quer metropolitana quer ultramarina, em perfeita conjugação de esforços, t-m perfeita coordenação, em indispensável unidade económica nacional.