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418 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 197

blicos, aplicando-os onde sejam mais necessários e urgentes.

O que hoje não é uma necessidade urgente sê-lo-á dentro de pouco tempo. Por isso mesmo solicito a inclusão de um novo edifício para o Liceu Nacional de Portalegre no plano de construções para o ensino secundário, consciente de que o meu distrito contribuirá, com a sua gratidão e com o seu trabalho, para o progresso da Nação.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Silva Mendes: - Sr. Presidente: ao ler nos jornais da noite de ontem as referências que um ministro do Congo fez à amizade dos Portugueses e aos altos serviços que o nosso Governo e os nossos compatriotas têm prestado ao seu país, senti-me, mais uma vez, profundamente emocionado, como sempre me tenho sentido todas as vezes que os dirigentes daquela jovem nação se têm referido, em termos elogiosos e justos, à sua amizade pelo povo português.

Quando as nações da cortina de ferro nos atacam violentamente, secundadas por outras situadas em África e que não conhecem a história nem a forma de agir dos Portugueses para com os habitantes das suas províncias ultramarinas, é consolador e reconfortante constatar que os esclarecidos governantes de uma jovem nação africana nos fazem a justiça que merecemos e que outros nos negam, por ignorância ou maldade.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Os Congoleses conhecem-nos bem, sabem a consideração que temos pelos pretos e mestiços, reconheceu, que os portugueses brancos estabelecidos no Congo têm contribuído poderosamente para o seu desenvolvimento e progresso e que os portugueses pretos que para lá têm ido trabalhar são ordeiros, trabalhadores e honestos, contribuindo também com o seu esforço para o bem da jovem nação congolesa, pelo que desejam que se mantenha sempre viva a amizade que dura há séculos, desde que os Portugueses descobriram aquelas regiões, para lá levaram a sublime religião de Cristo e fizeram elevar à dignidade de príncipe da Santa Igreja Católica o primeiro bispo congolês.

Podem os actuais dirigentes do vasto Congo, desde a foz do Zaire aos mais afastados limites de Catanga, que estão animados do honesto e digno propósito de manter a ordem e do são desejo de promover, a civilização e progresso do seu país, ter a certeza de que têm em todos os portugueses amigos dedicados e eficientes, sempre prontos a ajudá-los eficazmente e - o que é mais - desinteressadamente, em todas as suas dificuldades.

Prouvera a Deus que as grandes nações da O. N. U., e até aquelas que apenas pesam nas suas decisões pelo número, pedissem, recebessem e acatassem, os conselhos que o Governo Português lhes podia dar e que, atendendo à longa experiência, de séculos que temos, seriam, com certeza, úteis para o Congo e para as nações ocidentais, empenhadas no progresso, desenvolvimento e paz naquela, vastíssima parcela do continente africano.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Infelizmente, a acção da O. N. U. não tem sido inteiramente profícua, pelo que pessoalmente me parecia mais razoável que desse por finda a sua missão, confiando ao Presidente da Republica e aos governantes que ele julgasse idóneos a resolução dos problemas que têm de ser resolvidos, limitando-se a O. N. U. a satisfazer, na medida do possível, os pedidos que lhe fossem feitos.

Darem os Belgas generosamente a independência ao Congo para terem os Congoleses de obedecer às ordens da O. N. U. - perdoem-me os dirigentes desse alto organismo, mas não me parece lógico nem conveniente.

Tenho a convicção de que, se fosse possível libertar o Congo de certas influências, os seus actuais dirigentes seriam capazes de encontrar finalmente a orientação que fosse mais conveniente aos superiores interesses do país.

Estou certo de que, se o conseguissem, todos os portugueses, como seus vizinhos e amigos, teriam com isso imenso prazer, por amizade pelos Congoleses, é verdade, mas também porque temos o maior interesse em que não exista na vizinhança, da, nossa Angola um foco de subversão e desordem que possa, servir de quartel-general aos que queiram espalhar a desordem naquela nossa província, às ordens do comunismo internacional, como há dias aconteceu.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: como estou no uso da palavra, e me referi à acção do comunismo, aproveito a ocasião para levantar a minha, indignada voz para verberar o cobarde, indigno e traiçoeiro procedimento dos Ga1vões, Delgados e companhia...

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Pinto de Mesquita: - Nesta altura sobretudo os da companhia.

O Orador: - ...que não duvidaram de atacar um pacífico navio português e fomentar a desordem na maior e mais rica província portuguesa, às ordens e fazendo o ignóbil jogo do comunismo internacional, nesta hora grave em que todos os portugueses deviam estar estreitamente unidos para vencerem os ataques violentos, injustos e revoltantes de que estamos sendo vítimas.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Não deixarei também de patentear a minha comovida admiração por todos aqueles que perderam a vida no cumprimento dos seus deveres de verdadeiros portugueses no Santa Maria e em Luanda. Paz às suas almas leais e curvemo-nos comovidos em homenagem à coragem e honrada dedicação de que deram provas e tenha todo o Mundo a certeza do que por cada português, de qualquer cor, que seja capaz do atraiçoar a sua Pátria aparecerão centenas de milhares que serão capazes de sacrificar a sua vida para a defender, como eles o fizeram.

(Apoiados).

Não nos acobardamos nem perdemos a serenidade e a coragem e nunca nos disparemos a abdicar dos nossos direitos e dos nossos deveres pelo facto de se darem desordens em qualquer ponto dos territórios que constituem a Pátria Portuguesa.

Temos a certeza de que todos os povos, de vários raças e cores, que formam a Nação Portuguesa estão unidos e dispostos a apoiar o Governo na defesa da nossa independência colectiva; não nos assustamos nem abdicamos pelo facto de estrangeiros, ou vendidos ao estran-