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556 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 208

Tudo isto é de baixo nível - o se nos reportarmos especialmente ao número de consumidores, então veremos que é exactamente o mais baixo de todos os distritos do continente.
Até aqui vemos o distrito de Bragança ocupar o lugar que lhe costuma estar atribuído, com enervante regularidade, no quadro das coisas económicas em geral. Mas - e queria chegar a este ponto - se passarmos à produção, teremos:

Potência instalada (serviço público) em 31 de Dezembro de 1958

[ver tabela na imagem]

Isto é: por distritos, o de Bragança ocupava exactamente o 2.º lugar, logo a seguir ao de Santarém.

Produção (por centrais de serviço público), em 1958

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Nos casos ligados à produção o distrito de Bragança ocupava o 1.º lugar (produção) e o 2.º (potência instalada) quanto aos distritos continentais. Os 19,3 e 17,5 por cento representam marcas notáveis - dado que o distrito de Bragança em mais nada de peso tem esta percentagem ou ocupa um 1.º ou 2.º lugar, salvo em prédios rústicos, nalgumas espécies de árvores de fruto, de gado, no centeio e na batata. E, evidentemente, salvo nos casos das suas gentes, casos com os quais faz brilhante figura na primeira linha do fidalgo trato do cavalheirismo nacional - honra seja reconhecida e dada ao distrito. Sou insuspeito, pois nasci no distrito de Leiria ... Ora vejamos o que no conjunto dos elementos inquiridos ficaria a ser um factor de perturbação, quando se quisesse comparar o distrito de Bragança com outro ou outros distritos do continente, se o ano da incidência do inquérito tivesse sido o de 1957, em vez do de 1958. Para já: a potência instalada e a produção de energia eléctrica eram naquele distrito inexpressivas. É que exactamente em 1958 entrou em marcha o aproveitamento hidroeléctrico do Picott (Miranda do Douro, distrito de Bragança), aproveitamento que forneceu á base das considerações feitas ate aqui quanto ao teor eléctrico desse distrito (potência instalada, produção e consumo). Mas vejamos o resto que decorre do caso.
Tomemos os inquéritos já publicados (que incidem sobre os mós de 1957, 1958 e 1959 e que respeitam a todos os distritos do continente, com excepção dos de Aveiro, Porto e Lisboa). E, para facilitarmos as considerações, tomemos todos os estabelecimentos industriais inquiridos (com unia ou mais pessoas no trabalho, em cada estabelecimento). E suponhamos, também para a mesma facilidade de considerações (e até porque não seria possível fazer-se de modo diferente), que
todos os distritos haviam sido inquiridos com incidência no mesmo ano - o de 1958. Virá:

Inquéritos publicados (todos os estabelecimentos)

Capital fixo existente no fim do ano

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Mas se tirássemos ao capital fixo existente no distrito de Bragança o que respeita ao aproveitamento do Picote - isto é: 652,5 milhares de contos -, então o quadro passaria para:

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o que daria uma ideia diferente do que se passava em matéria de capital fixo existente, desde que se tivesse feito incidir (como poderia ler acontecido) o inquérito sobre o ano de 1957, e não sobre o de 1958.
Considerando apenas o próprio distrito de Bragança, teríamos:

Capital fixo existente: Milhares de contos

Com o Picote .............. 837,3
Sem o Picote .............. 184,8

o que poria esse capital fixo existente, sem o Picote, em apenas 22,1 por cento do total considerado em 1958.
Tudo isto nos daria, prestados colegas, se considerássemos mesmo tudo o mais que decorre dos inquéritos - nos valores absolutos e nas expressões relativas -, nina panorâmica económica, em 1957 muito diferente da de 1958. E as considerações que foram feitas para o capital fixo existente poderiam fazer-se para os valores bruto e líquido da produção, para o número de pessoas no trabalho e dias de trabalho havidos, para as produções bruta e líquida por estabelecimento, por dia de trabalho, por pessoa e por unidade de capital fixo existente, para a remuneração ilíquida por estabelecimento, por pessoa, e por dia de trabalho, etc. - para tudo, enfim, aquilo que nos pode dar a nota mais ou menos saliente da produção e da produtividade. Isso, Sr. Presidente, nos dará também a ideia do quanto de perturbação pode um simples desfasamento de um ano provocar no observador interno ou externo das questões da economia regional em face da economia nacional, ou da economia nacional em face da economia conjunta dos agrupamentos internacionais em que estejamos integrados.
Nenhuma, porém, destas perturbações nos conjuntos se verificaria se, do início à publicação final dos inquéritos em resultados e quadros-resumos à escala nacional, em vez de levarmos cinco ou seis anos, levássemos apenas um ano - ou, o que poderia dar uma panorâmica lambem homogénea, se os inquéritos se realizassem efectivamente na consideração do mesmo ano (tão próximo quanto possível da actualidade), embora fossem publicados com um atraso de um ou dois anos.