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1350 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 57

de um seguro e eficaz planeamento regional de assistência hospitalar, e que oxalá possa ser seguido em tantos outros campos fundamentais da vida nacional.
Observe-se, porém, que, estruturada e criada a circunscrição hospitalar que nos vai servir, se impõe que a satisfação intensa aqui expressa se possa processar com a continuidade que só a plena eficiência do seu funcionamento nos pode dar.
Tal só se poderá verificar, como em corpo perfeito, se todas as suas células vivificadoras se quiserem completar para cumprir a missão de conjunto que a espera. E bem alta é esta missão, pela causa do bem comum e pela virtude nobilitante da Misericórdia, missão que, devendo ser cumprida com caridade, não é caridade no sentido simplicista da palavra, pois é um dever profundamente social.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Por isso se impõe que, funcionando a região, o conjunto do seu coração, a sua mesa administrativa, o seu corpo clínico, os serviços e as próprias instalações, correspondem inteiramente às responsabilidades que implica.
Quanto às instalações, creio confiadamente que as boas vontades conjugadas dos competentes departamentos dos Ministérios das Obras Públicas e da Saúde e Assistência necessariamente acarinharão e solucionarão o problema que determina a eficiente cobertura assistencial de uma população global de 223 340 almas, correspondente esta aos concelhos de Celorico de Basto. Fafe, Felgueiras e Guimarães, que ora constituirão a região criada, e que, no futuro, será substancialmente acrescida pela referente aos concelhos de Cabeceiras de Basto, Lousada, Mondim de Basto e Paços de Ferreira, que virão a ser integrados em ocasião oportuna e cujo censo actual atinge, em conjunto, 86 900 almas.
No que respeita à mesa administrativa do hospital sede da região, impor-se-lhe-á um dinamismo e uma eficiência plenos de zelo e canseiras, a que, estou certo, não se pouparão os homens bons que a servirem.
Quanto ao corpo clínico e serviços, o conjunto técnico, seguramente confio naqueles que devotadamente se lhe dedicarão e, sem que qualquer apelo se me imponha ou justifique, aqui exprimo a convicção em que estou de que há-de ser u região um estímulo forte pura mais e melhor se fazer.
Sobretudo, há-de contribuir para que distintos médicos filhos da terra mais se radiquem à volta dela, fazendo de Guimarães um centro de actividades clínico-cirúrgicas e assistenciais que honrem e ilustrem os seus pergaminhos.
Antes de terminar esta breve intervenção desejarei, em duas palavras mais, afirmar: é a região hospitalar um seguro impulso na resolução dos problemas assistenciais da região.
Para Guimarães, porém, para plena satisfação das suas preocupações no aspecto fundamental da vida social que é a assistência médica e, dentro desta, no sector da previdência, uma questão importante se impõe resolver.
Quero referir-me ao posto existente dos Serviços Médico- Sociais - Federação de Caixas de Previdência.
As instalações existentes já não servem as crescentes e exigentes necessidades do progressivo meio comercial e industrial local.
Com beneficiários abrangidos num total global de mais de 9000 inscritos, a que há a juntar os agregados familiares, em número de 12 000, somam um número global de 21 000 os interessados em recorrer aos serviços médicos do posto.
Atendendo a que as consultas atingiram, no ano de 1961, 34 724, e que no ano corrente esta cifra deve ser apreciavelmente ultrapassada, é evidente que não é compatível com um bom e eficiente serviço um edifício adaptado, que, tendo servido na ocasião em que ali foi instalado, está agora ultrapassado pelo movimento e necessidades.
Apenas se dispõe de quatro consultórios, um deles para um serviço de especialidade. E serviços há que, como o de oftalmologia, fundamental em meio industrial, embora dotados com equipamentos, aguardam gabinetes próprios para a respectiva instalação.
Por isso aqui deixo o sentido desejo local de que tal posto seja dotado com novas e condignas instalações, consubstanciando-o em respeitoso apelo, que ponho à consideração de S. Ex.ª o Ministro das Corporações e do Sr. Presidente dos Serviços Médicos-Sociais - Federação de Caixas de Previdência.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Pelo seu deferimento a assistência providencial cobrará fortes benefícios que os trabalhadores da minha terra muito agradecerão.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Pinto Carneiro: -Sr. Presidente: em nome dos Deputados pelo círculo de Coimbra, rendo a V. Ex.ª o tributo da nossa homenagem pelas palavras elogiosas, justas e sinceras com que evocou a saudosa memória do Deputado Egberto Rodrigues Pedro.
A nobre atitude de V. Ex.ª, cuja presença tornou mais luzido o saimento fúnebre daquele nosso querido companheiro de trabalho, é a prova irrecusável de que V. Ex.ª, sendo o professor exímio e o político de primeira estirpe, é também o coração sensível e enternecido que não sabe desertar perante as eclosões da dor alheia.
Por isso, peço licença, Sr. Presidente, para depor nas mãos patrícias de V. Ex.ª o testemunho da nossa gratidão.
Sr. Presidente: «Quando o roble da floresta ramalha, oscila e tomba ao embate das iras da tempestade é que nos é dado ver de perto, e ver bem, a rijeza daquela carne, a pujança daquelas arrancas, a corpulência, enfim, daquela árvore que tão alto subiu em busca do sol brilhante, que tão fundo mergulhou a beber a seiva renovadora» - assim se exprimiu um eminente orador sagrado ao tecer o elogio de uma grande figura nacional.
A morte é sempre o maior testemunho das grandezas da vida ...
Por isso, só depois de os crepes funerários terem cingido na algidez das suas dobras a figura simples, abnegada, singularmente simpática, do engenheiro Egberto Pedro é que podemos aquilatar os primores invulgares da sua alma deleita, profunda como as raízes das árvores que plantara, rumorejante como as florestas que o enterneceram, transparente como a bênção luminosa do sol da sua aldeia, que afagara os seus sorrisos de criança.
A admiração que a sua vida despertara só tem par na saudade dolorida que a rudeza de uma morte tão prematura nos deixou.
Que o digam aqueles que de si ouviram a palavra de ordem e as vozes de comando; que o digam aqueles que se aqueceram ao calor da sua amizade prestimosa e vibrante; que o digam os olhos da gente humilde que, no dia do seu passamento, orvalharam de lágrimas o pequenino cemi-